Alckmin, Lula e Haddad no Planalto: cobrança do presidente ocorre no momento em que o governo enfrenta desgaste no Congresso - (crédito: Ricardo Stuckert / PR)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou que seus ministros passem mais tempo dialogando com o Congresso, em meio à crise que se instaurou entre os dois Poderes. O governo teme que a tensão, encabeçada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mas sentida também no Senado, prejudique o andamento de pautas econômicas.
Lula pediu agilidade a seus ministros e que o chefe da Fazenda, Fernando Haddad, gaste mais tempo dentro do Congresso do que lendo livros. Também citou o vice-presidente Geraldo Alckmin.
"Isso significa que o Alckmin tem que ser mais ágil. Tem que conversar mais. O Haddad, em vez de ler um livro, tem que perder algumas horas conversando no Senado e na Câmara. O Wellington (Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social) e o Rui Costa (da Casa Civil) têm que passar a maior parte do tempo conversando com a bancada A, com a bancada B", frisou o presidente na cerimônia para lançar o Programa Acredita, na segunda-feira (22), em Brasília.
No Congresso, a base governista tenta evitar a votação de pautas-bomba, como a PEC do Quinquênio, que prevê aumentos para servidores do Judiciário a cada cinco anos; e a derrubada do veto de Lula a R$ 5,6 bilhões em emendas parlamentares no Orçamento.
"É difícil, mas a gente não pode reclamar, porque a política é exatamente assim. A política é a arte que permite a gente viver na diversidade com as pessoas, porque a gente tem divergência", declarou Lula.
A crise ganhou força após a Câmara manter a prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser mandante do assassinato de Marielle Franco (PSol). Lira acusou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, de ter divulgado que ele atuou pela soltura do parlamentar.
Questionado por jornalistas sobre a cobrança de Lula por mais articulação, Haddad foi sucinto: "Eu só faço isso na vida".
Vice-presidente da República, Geraldo Alckmin | Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) foi diagnosticado com Covid e não cumprirá agendas na segunda-feira (1), informou a assessoria do político neste domingo (31). Segundo o comunicado, o vice-presidente "tem sintomas leves e passa bem".
Alckmin, que além de vice é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, permanecerá em casa enquanto se recupera da doença.
Geraldo Alckmin e sua esposa, Lu Alckmin, residem no Palácio do Jaburu, residência oficial da Presidência da República que costuma ser utilizada pelo vice-presidente do Brasil.
Esta é a segunda vez que o vice é infectado pelo coronavírus.
Leia a nota da assessoria:
"O vice-presidente Geraldo Alckmin foi diagnosticado com Covid e, portanto, não cumprirá agendas na Vice-Presidência e no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, na segunda-feira.
O vice-presidente tem sintomas leves e passa bem. Ele permanecerá em casa, para uma pronta recuperação, de acordo com recomendação médica."
Vice-presidente da República, Geraldo Alckmin | Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Neste domingo (31), último dia de 2023, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) disse que, através de um diálogo, a medida provisória (MP) da reoneração da folha de pagamentos pode ser aprovada pelo Congresso Nacional. O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD/MG), já disse que vê estranheza na MP.
“Acredito no diálogo. Lula é o presidente do diálogo. Não é fácil resolver dois problemas de uma vez, como arcabouço e reforma”, declarou Alckmin, em uma coletiva de imprensa.
Na última sexta-feira (29), Alckmin já havia saído em defesa da reoneração, alegando que a MP procura ficar atenta à constitucionalidade. “É uma medida provisória que procura, de um lado, ficar atento [sic] à constitucionalidade, e de outro lado, atento [sic] às contas públicas e reduzir o impacto no déficit”, afirmou.
O veto do presidente Lula (PT) à desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia havia sido derrubado pelo Congresso Nacional. Agora, parlamentares recorreram a Pacheco, pedindo a devolução da proposta ao Palácio do Planalto. O presidente do Senado disse que avaliaria a questão.