Benjamin Netanyahu em Jerusalém
REUTERS/Ronen Zvulun
O Tribunal Penal Internacional (TPI) expediu um mandado de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e contra o líder do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar, por crimes contra a humanidade durante a guerra na Faixa de Gaza.
Karim Khan, o procurador-chefe do TPI, também apresentou o mesmo pedido contra outros dois líderes do Hamas, Ismail Haniyeh e Mohammed al-Masri, e contra o ministro da defesa israelense, Yoav Gallant.
As acusações contra Netanyahu e Gallant incluem “causar extermínio, causar fome como método de guerra, incluindo a negação de suprimentos de ajuda humanitária, visando deliberadamente civis em conflito”.
Após o anúncio feito pelo promotor do TPI, o ministro de Relações Internacionais de Israel anunciou que será criada uma comissão especial para lidar com a questão.
Já Sami Abu Zuhri, alto funcionário do Hamas, disse à agência de notícias Reuters que solicitar mandados de prisão para três líderes do Hamas "equipara a vítima ao carrasco".
Caberá a um painel de juízes de pré-julgamento determinar se as evidências sustentam a emissão de mandados de prisão. O tribunal, no entanto, não tem meios para executar mandados de prisão e sua investigação sobre a guerra de Gaza tem sofrido oposição dos Estados Unidos.
Os pedidos contra políticos israelenses marcam a primeira vez que o TPI tem como alvo o principal o líder de um aliado próximo dos Estados Unidos. A decisão coloca Netanyahu na companhia do presidente russo Vladimir Putin, para quem o TPI emitiu um mandado de prisão devido à guerra de Moscou contra a Ucrânia.