Ilustração/Imagem de stockking no Freepik

Um levantamento realizado pela Agência Lupa revelou que, nos currículos dos 27 estados brasileiros e no Distrito Federal, houve a criação de 746 novas disciplinas. A título de exemplo, uma postagem no X, antigo Twitter, datada de janeiro deste ano, revelou que a grade curricular de um estudante da rede estadual do Rio de Janeiro inclui disciplinas como “O que rola por aí?”, “Vamos jogar?” e “Ação! Está em suas mãos”.

Esta reforma educacional tem o objetivo de flexibilizar o currículo, que é dividido em Formação Geral Básica e itinerários formativos escolhidos pelos alunos. Do número total, apenas 34 disciplinas abordam a educação midiática, o que é preocupante, pois a maioria não torna o ensino mais relevante no contexto atual.

O Distrito Federal é o recordista em criação de disciplinas, tendo atualmente 231, o equivalente a cerca de 30% do montante nacional. Na grade, é possível encontrar disciplinas que abordam a educação midiática, como “Introdução à análise do discurso” e “Tecnologias Digitais”. Outra disciplina faz referência ao serviço de checagem do Grupo Globo, o “Fato ou Fake”.

Em outros estados, como Bahia, Mato Grosso e Pernambuco, houve a criação de disciplinas como “Qual é mesmo o valor de X?”, “Saia da Bolha” e “Semioses do Olhar”. Em São Paulo, em contrapartida, houve um aprofundamento nas disciplinas tradicionais, como Matemática e Português, com inclusão de temas como Educação Financeira e Robótica.

A “Ação! Está em suas mãos”, do RJ, propõe um núcleo de estudos para a produção de mídias, com foco no protagonismo dos alunos.

Leia também: Estudantes brasileiros regrediram nas áreas de matemática, ciências e leitura, segundo pesquisa internacional

Foto: Divulgação / TV Brasil

A lei brasileira prevê que conteúdos referentes a história e cultura afro-brasileira devem ser ministrados em todas as etapas escolares, da educação infantil ao ensino médio, marcando presença em todas as disciplinas. Implementar a lei 10.639/03, no entanto, segue sendo um desafio para o país, mesmo após 21 anos de aprovação.

Especialistas entrevistados pela Agência Brasil trazem orientações sobre como levá-la para as salas de aula e mostram que a implementação vai além de conteúdos formais e passa, às vezes, apenas pela promoção de diálogo entre os próprios alunos e por abordagens por parte dos professores que considerem as diferentes realidades.

Educação infantil

Na educação infantil, etapa que compreende a creche e a pré-escola, segundo a professora e escritora Sheila Perina de Souza, a literatura tem sido uma porta fundamental para a implementação da lei 10.639/03. Além dos livros, é possível trabalhar as artes, a música e também as danças.

A coordenadora executiva adjunta da Ação Educativa, Edneia Gonçalves, acrescenta que- nesta etapa- é preciso também, estar atento às referências que são apresentadas às crianças, aos personagens que são apresentados, garantir que também se assemelhem às próprias crianças e às famílias. Verificar também como os personagens negros aparecem nas histórias infantis e que tipos de heróis são apresentados.

Ensino fundamental

O ensino fundamental compreende do 1º ao 9º ano, período em que as crianças aprendem a ler e, também, período em que passam a ter mais um professor e começam a fazer uma transição para o ensino médio, deixam infância e entram na adolescência.

Também nesta etapa, segundo Edneia Gonçalves, é preciso olhar para os textos que são apresentados e, caso eles possuam conteúdos racistas, isso deve ser apontado, contextualizado e discutido.

A aplicação da lei vai além das áreas de humanidades, devendo ser considerada nas exatas e nas ciências.

Ensino médio

O ensino médio é a última etapa da educação básica. É também a etapa com as maiores taxas de evasão. “O ensino médio tem o enorme desafio da juventude negra, as suas culturas, como é que a gente está trabalhando a cultura negra juvenil”.

Nesta etapa, a coordenadora Edneia Gonçalves  ressalta que também é importante que seja feita uma educação antirracista, que redesenhe a narrativa da história brasileira, trazendo a perspectiva da resistência da população negra. Nesse sentido é importante conhecer e levar para as salas de aula as histórias traçadas pelos movimentos sociais.

Contato

Rua José e Maria Passos, nº 25
Centro - Palmeira dos Índios - AL.
(82) 99641-3231
TELEFONE FIXO - ESTUDIO:
(82)-3421-4842
SETOR FINANCEIRO: (82) 3421-2289 / 99636-5351
(Flávia Angélica)
COMERCIAL: 
(82) 99344-9999
(Dalmo Gonzaga)
O melhor conteúdo. Todos os direitos reservados. Segurança e privacidade
linkedin facebook pinterest youtube rss twitter instagram facebook-blank rss-blank linkedin-blank pinterest youtube twitter instagram