Presidente Lula na reunião ministerial. - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou durante a reunião ministerial da quinta-feira, 8, que vai devolver o relógio Cartier recebido de presente em 2005, embora o Tribunal de Contas da União (TCU) tenha decidido que ele pode ficar com a peça.
Aos auxiliares, Lula revelou que telefonou para o presidente do TCU, Bruno Dantas, e manifestou a ele sua irritação com a decisão da Corte. Na conversa, avisou Dantas que está decidido a devolver o relógio ao tribunal. A outros interlocutores, Lula também disse que pode doar o Cartier, em benefício de alguma causa social.
Para o presidente, a posição de ministros da Corte ligados a Jair Bolsonaro se alinhou à tese da defesa do ex-presidente com o claro objetivo de criar condições para absolvê-lo no caso das joias sauditas.
A Advocacia-Geral da União (AGU) vai recorrer da decisão do TCU e orientou Lula a aguardar o novo julgamento antes de tomar qualquer atitude sobre o destino do relógio.
Com valor estimado à época em R$ 60 mil, e confeccionado em ouro branco, o Cartier Santos Dumont foi presente da própria fabricante durante visita que Lula fez a Paris, em seu primeiro mandato.
No recurso, a AGU vai argumentar que, quando Lula ganhou o Cartier, não havia norma do TCU que obrigasse os chefes do Executivo a devolver presentes, mesmo sendo de alto valor. A intenção é mostrar que a situação é "completamente distinta" do caso das joias da Arábia Saudita recebidas por Bolsonaro.
Daniel Alves durante o julgamento | Foto: D.Zorrakino. POOL/Europa Press
A Fazenda da Espanha terá que devolver 1,2 milhão de euros a Daniel Alves. A decisão, curiosamente, foi proferida no mesmo dia em que o jogador foi condenado a 4 anos e seis meses de prisão por ter estuprado uma jovem em uma boate de Barcelona. Com o valor a ser depositado pelo governo espanhol, a defesa de Daniel Alves quer usá-lo como garantia para pedir a sua liberdade provisória. A informação é do jornal "La Vanguardia" da Espanha.
A decisão da devolução do valor foi proferida pela 4ª sessão da Câmara Contencioso-Administrativa do Tribunal Nacional, que funciona como instância superior. Daniel Alves brigava com o fisco espanhol por entender que não deveria declarar os pagamentos pela intermediação do agente Joaquín Macanás por sua renovação com o Barcelona pelo período de 2013 e 2014.
A princípio, o entendimento da Justiça era de que Alves deveria declarar os valores pagos pelo serviço, o que ele fez e gerou impostos. Mas ele alegou que os valores foram cobrados sem o seu conhecimento. No processo, sua defesa também contou que o agente agiu em favor do clube e não do jogador. No grau de recurso, prevaleceu a versão do jogador.
Segundo o jornal "La Vanguardia", a advogada que defende Daniel Alves no processo criminal, Inés Guardiola, usará esse valor como garantia de que ele não fugirá para pedir a sua liberdade provisória. A advogada e sua equipe entendem que a pena dada a ele faz com que desapareça o alto risco de fuga. E reforçam que ele não tem antecedentes, tem endereço fixo no país e que já entregou o seu passaporte.
Porém, para que essa estratégia possa ter sucesso, é preciso que o fisco devolva o valor ao jogador. Por isso, a sua defesa corre para que o depósito seja feito o quanto antes.
As contas bancárias de Daniel Alves estão bloqueadas. Há uma disputa judicial no Brasil entre ele e a ex-mulher por causa dos filhos do casal. Por conta disso, ele não conseguiu pagar a quantia de 150 mil euros exigida a título de “responsabilidade civil” para ser entregue a vítima do estupro. Esse valor foi doado pelo pai de Neymar.