Morreu nesta quarta-feira (15), aos 87 anos, Washington Rodrigues. Apolinho, considerado um dos maiores comunicadores da radiodifusão brasileira, era comentarista e apresentador na Super Rádio Tupi. Ele estava internado no Hospital Samaritano, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, tratando um câncer.
Apolinho deixa três filhos, sete netos, uma legião de fãs, ouvintes, ex-companheiros e colegas de trabalho em todo o mundo.
Washington Carlos Nunes Rodrigues nasceu no Rio de Janeiro, no dia 1º de setembro de 1936. Revelou-se desde cedo um amante do futebol e sempre se orgulhou em dizer que organizava saídas da escola para frequentar o recém-inaugurado Maracanã.
O apelido Apolinho, num primeiro momento, foi dado para o seu microfone pelo locutor Celso Garcia, em alusão aos equipamentos usados pelos astronautas da missão Apollo 11. Logo, o também lendário Waldir Amaral seguiu usando o termo. Não demorou para todos transferirem o apelido do microfone para Washington Rodrigues.
Irreverente e criativo, Apolinho não demorou para se notabilizar como um dos principais repórteres do rádio brasileiro. Trabalhou nas principais emissoras do Rio de Janeiro e fez parte de formações históricas. Depois da Copa do Mundo de 1978, na Argentina, recebeu um convite de um de seus parceiros mais notáveis, o Garotinho José Carlos Araújo, para virar comentarista. Juntos, formaram uma das parcerias mais emblemáticas de toda a história em veículos como as rádios Globo e Nacional, além do reencontro na Super Rádio Tupi, em 2015.
Na Rádio Tupi, a passagem mais recente foi iniciada em 1999, com o tradicional Show do Apolinho, que informou e divertiu os ouvintes, além de pautar a imprensa por mais de duas décadas. No período, formou mais uma dupla marcante da comunicação, ao lado do locutor Luiz Penido, nas principais transmissões envolvendo o futebol carioca e Seleção Brasileira.
Experiência como técnico
No ano de seu centenário, em 1995, em meio a um momento de crise, o Flamengo, com o então presidente Kleber Leite, convidou Apolinho para assumir o comando técnico e domar o ataque formado por Sávio, Romário e Edmundo. Na ocasião, foi vice-campeão da Supercopa da Libertadores. Três anos depois, voltou ao clube no cargo de diretor técnico.
Como repórter, Apolinho sempre considerou ter mais facilidade em cobrir qualquer clube que não fosse o Flamengo em razão da passionalidade. Tal leitura o notabilizou como um dos maiores setoristas da história do Vasco da Gama. Eurico Miranda, dirigente histórico do Gigante da Colina, sempre demonstrou preferência em falar com o comunicador em vez de outros veículos e profissionais.