Considerada uma doença altamente transmissível, tuberculose ainda se mantém presente em território alagoano - Foto: Carla Cleto / Ascom Sesau
Em alusão ao Dia Mundial de Combate à Tuberculose, nesta segunda-feira (24), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) vai promover o Seminário Estadual da Tuberculose. O evento irá ocorrer na próxima quarta-feira (26), a partir das 8h, no auditório do Campus I do Centro Universitário Cesmac, situado no bairro Farol, em Maceió.
O Seminário Estadual da Tuberculose é voltado para médicos, enfermeiros, odontólogos, farmacêuticos, coordenadores de Vigilância em Saúde e Atenção Primária dos 102 municípios alagoanos. Durante o evento será apresentado o Panorama da Tuberculose em Alagoas e as diretrizes para diagnóstico e tratamento da doença.
Também será abordado como se dá o atendimento a crianças diagnosticadas com tuberculose, a coinfecção de pacientes acometidos por HIV e como deve ser realizado o tratamento preventivo da tuberculose. Ainda durante o seminário serão apresentadas as novas opções para o tratamento da tuberculose, discutidos casos clínicos e apresentado o fluxo para dispensação de medicamentos pelo Componente Básico Estratégico da Assistência Farmacêutica da Sesau.
De acordo com a enfermeira Ednalva Araújo, técnica do Programa Estadual de Controle da Tuberculose, a doença continua sendo um grave problema de saúde pública, especialmente em populações vulneráveis, como pessoas em situação de rua e na população carcerária. Sua situação é ainda mais agravada pela coinfecção com o HIV, que compromete o tratamento e o prognóstico dos pacientes.
“A tuberculose é uma prioridade para os profissionais de saúde, para gestão e para sociedade como um todo. É uma doença que se enquadra nos critérios de priorização por ser um agravo de saúde pública. Nós temos tecnologia para identificar esses casos precocemente e iniciar o tratamento o mais rápido possível para evitar a transmissão da doença”, explicou Ednalva Araújo.
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa transmitida por via aérea, por meio da fala, tosse ou espirros de pessoas com a forma ativa da doença (pulmonar ou laríngea). A principal bactéria causadora é o Mycobacterium tuberculosis, que afeta principalmente os pulmões. A tuberculose pulmonar é a forma mais relevante epidemiologicamente devido à sua alta transmissibilidade. Sem tratamento adequado, uma pessoa pode infectar de 10 a 15 pessoas por ano. Os principais sintomas incluem tosse persistente, sudorese noturna, febre vespertina e emagrecimento.
O diagnóstico da tuberculose é realizado por meio de exames como baciloscopia, teste rápido molecular e cultura. O tratamento é gratuito, com duração de seis meses, e está disponível nas unidades de saúde de todo o Brasil. O Ministério da Saúde (MS) disponibiliza os medicamentos e a Sesau distribui para os 102 municípios de Alagoas.
Em 2024, Alagoas registrou 1.173 novos casos de tuberculose, sendo 46% concentrados em Maceió. A proporção de encerramento por cura de casos novos de tuberculose no período de 2020 a 2024 foi, em média, de 60,1%, chegando a 55,2% no ano de 2024. A testagem para HIV entre pacientes com a doença atingiu 84,1%.
Por: Suely Melo / Ascom Sesau