Presidente argentino, Javier Milei - Foto: REUTERS/Agustin Marcarian
O Senado argentino rejeitou o "decretaço" do presidente Javier Milei nesta quinta-feira (14), a segunda derrota do governo no Congresso.
Após uma sessão que durou mais de sete horas e com falas dos senadores, o resultado da votação foi de 42 votos contrários, 25 votos favoráveis e 4 abstenções.
Milei não queria que acontecesse a votação, convocada pela vice-presidente Victoria Villaruel, que também é presidente do Senado.
Agora, o Decreto Nacional de Urgência (DNU) de Milei, apelidado de "decretaço", vai para a Câmara dos Deputados. Para a rejeição total do "decretaço", é necessário que ambas as casas do Congresso argentino o rejeitem. Enquanto isso não acontecer, o DNU continua valendo, porque funciona a medida provisória.
Esta é a segunda derrota do governo de Javier Milei no Congresso argentino. Em fevereiro, seu partido teve que retirar a lei "ómbinus" de pauta na Câmara dos Deputados após a rejeição de partes importantes do texto pelos deputados.
O presidente Javier Milei ainda não se pronunciou oficialmente sobre a votação, apenas repostou mensagens que expõem a votação de cada senador e incluem ataques aos políticos, em prática similar à que adota em sua rotina.
O porta-voz da presidência, Manuel Adorni, criticou a decisão do Senado, citando o pouco tempo que Milei está no poder.
"Pela primeira vez na história, a decadência e o passado rejeitaram um Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) no Senado da Nação, apenas três meses após o início do novo governo", disse Adorni.
"A sensação é de que perdemos tempo", disse a senadora de oposição Florencia López, do Unión por La Pátria, após a votação. Segundo ela, o governo deixou de tomar outras medidas para conter a inflação e melhorar a situação do país enquanto gastava energias com o DNU. A inflação no país foi de 13,2% em fevereiro e chegou a um acumulado de 276,2% em 12 meses.