A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual e agora o influenciador fitness Renato Cariani, de 47 anos, é réu em um processo em que é acusado de tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de capitais. Agora, Cariani e os demais envolvidos têm 24h para entregar seu passaporte às autoridades.
A ação é decorrente da Operação Heinsberg, desencadeada pela Polícia Federal em dezembro do ano passado, que revelou que a empresa Anidrol Produtos para Laboratórios, que tem Cariani e a empresária Roseli Dorth como sócios, teria fornecido insumos químicos para o tráfico de drogas e dissimulado as vendas em notas fiscais.
De acordo com o Ministério Público de São Paulo (MPSP), além de Cariani, outras quatro pessoas também responderão à Justiça pelos mesmos crimes.
A denúncia revelou um esquema que funcionou entre 2014 e 2020, no qual a empresa do influenciador emitiu notas fiscais fraudulentas simulando a venda de insumos para farmacêuticas, entre elas a AstraZenca.
Durante a investigação, a Astrazeneca informou que jamais comprou os produtos da empresa do influencer, o que alertou os investigadores sobre a possibilidade de fraude.
A partir dos comunicados, a polícia desvendou a trama que contava com “laranjas” que realizavam depósitos em espécie para os fornecedores, como se fossem funcionários das farmacêuticas.
A cadeia de fornecimento envolvia traficantes que desviavam os insumos para a refino e adulteração de cocaína e crack.
A investigação apontou sessenta transações dissimuladas vinculadas a atuação do bando que teria desviado doze toneladas de produtos químicos, entre eles: fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila. A estimativa é que com os produtos desviados poderiam ser fabricadas mais de quinze toneladas de cocaína e crack.