Quem é Patrícia Lélis, brasileira procurada pelo FBI por aplicar golpe milionário como falsa advogada nos EUA

Por: Rádio Sampaio com O Globo
 / Publicado em 16/01/2024

Patrícia Lélis foi "fichada" por falsa comunicação de crime — Foto: Reprodução

A blogueira e jornalista brasiliense Patrícia Lélis voltou ao topo das páginas de notícia após a Justiça dos Estados Unidos anunciar que está procurando a brasileira, acusada de se passar falsamente por uma advogada de imigração e de fraudar seus clientes em aproximadamente US$ 700 mil (cerca de R$ 3,4 milhões). Há alguns anos afastadas dos holofotes, Patrícia já concorreu à eleição, se envolveu em polêmicas com Marco Feliciano e Eduardo Bolsonaro e já foi "fichada" pela polícia da Virgínia por falsa comunicação de crime.

A jornalista e blogueira de 29 anos ficou conhecida em 2016, após ter acusado o pastor e deputado federal Marcos Feliciano (PL-SP) de estupro. Dois anos depois, porém, o juiz Aimar Neres de Matos, da 4ª Vara Criminal de Brasília, arquivou o processo contra o parlamentar, acolhendo pedido do Ministério Público do Distrito Federal. O órgão defende que não era possível "vislumbrar elementos mínimos para a propositura de ação penal".

O Ministério Público ainda denunciou Patrícia por falsa comunicação de crime e extorsão de Talma Bauer, então chefe do gabinete do parlamentar.

Em outra denúncia, Lélis também acusou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de ameaçá-la após troca de ofensas públicas em 2017. Na ocasião, ela afirma que ele a teria chamado de "otária" e ameaçado "acabar com a sua vida" caso a discussão continuasse.

No entanto, relatório da Polícia Civil do Distrito Federal de 2021 aponta que havia indícios de crime de denunciação caluniosa de Lélis contra o "zero três". Na época da acusação, ela trabalhava no PSC, então sigla de Eduardo Bolsonaro, seu namorado no período. A procuradora-geral da República à época Raquel Dodge apresentou denúncia no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o parlamentar, e depois foi remetido à primeira instância.

Em 2018, Patricia Lélis chegou a ser candidata a deputada federal por São Paulo filiada ao Pros, mas não obteve o número mínimo de votos para conquistar uma vaga na Câmara dos Deputados.

A jornalista também foi alvo de investigação dentro do PT pela sua expulsão da legenda por declarações transfóbicas em 2021.

Entenda o caso

Entre outros crimes, a Justiça norte-americana também acusa a brasileira de ter falsificado formulários de imigração dos EUA, forjado múltiplas assinaturas e criado recibos falsos. No Twitter, a brasileira confirmou ser o alvo do FBI: em uma publicação na rede, ela afirmou que "começou 2024 sendo "procurada" pelo FBI por mesmo o governo sabendo que estou em asilo politico em outro pais".

De acordo com a acusação, Patrícia se passou por uma advogada de imigração capaz de ajudar clientes estrangeiros a obter vistos E-2 e EB-5 para os Estados Unidos. O programa EB-5 proporciona residência permanente legal e possível cidadania, se um cidadão estrangeiro investir fundos substanciais – normalmente, um mínimo de 1 milhão de dólares – em empresas qualificadas que criam empregos nos Estados Unidos.

Em setembro de 2021, Patrícia teria enviado um acordo de retenção legal a uma vítima para obter ajuda na obtenção de vistos EB-5 para os pais dela. A vítima fez dois pagamentos iniciais totalizando mais de US$ 135.000. Segundo a brasileira, o dinheiro iria para um projeto de desenvolvimento imobiliário no Texas que se qualificava para o programa EB-5.

Apesar disso, na realidade, o dinheiro teria ido para a conta bancária pessoal de Patrícia. Em vez de investir o dinheiro conforme prometido, a mulher supostamente usou os recursos para pagar a entrada de sua casa em Arlington, reformas e outras despesas pessoais, como dívidas de cartão de crédito, segundo a Justiça dos EUA.

A brasileira ainda é acusada de atuar ativamente para encobrir o esquema e obter mais dinheiro. Para dar um caráter real à operação fraudulenta, Patrícia teria inventado o número do processo que estaria correndo na Justiça. A mulher ainda teria convencido amigos a se passarem por funcionários do fundo de investimento do Texas — que nunca existiu — em ligações e videochamadas com uma das vítimas. Quando a vítima se recusou a enviar mais dinheiro, Patrícia teria ameaçado os pais dela.

 

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