Humorista Marcelo Alves, que confessou ter matado a miss Raíssa Suelen Ferreira da Silva — Foto: Reprodução
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou, na segunda-feira (23), o humorista Marcelo Alves dos Santos pelo feminicídio da miss teen Raíssa Suelen Ferreira da Silva, de 23 anos, em Curitiba. Ele também foi denunciado por fraude processual qualificada e ocultação de cadáver.
Segundo a polícia, o crime aconteceu no dia 2 de junho, data em que ela foi dada como desaparecida. O corpo dela foi encontrado em 9 de junho, após Marcelo procurar a polícia, confessar o assassinato e mostrar a área de mata onde havia descartado a jovem enrolada em uma lona.
O filho de Marcelo, Dhony de Assis, também foi denunciado por fraude processual qualificada e ocultação de cadáver, mas o MP ressalta que ainda há uma investigação em curso sobre a participação dele no feminicídio.
Agora, cabe à Justiça decidir se aceita, ou não, a denúncia.
Pai e filho permanecem presos nesta terça-feira (24).
A defesa de Marcelo disse que encara com sobriedade a denúncia. Sobre Dhony, a defesa pediu, na segunda-feira, relaxamento da prisão após ele não ser denunciado por feminicídio.
“Isso muda totalmente o cenário. A prisão foi decretada em um contexto investigativo de homicídio qualificado, mas agora a própria acusação afasta essa hipótese. Portanto, não se justifica mais manter Dhony preso temporariamente”, afirmo o advogado Caio Percival.
Raissa Suelen, que era natural da Bahia, foi miss Serra Branca Teen em 2020 — Foto: Redes sociais
Antes de ser morta, a miss chegou a se preparar para outra mudança em prol do objetivo. Dessa vez, a baiana iria para Sorocaba, em São Paulo, também após indicação de Marcelo Alves. O convite, no entanto, era uma mentira contada para atrair Raíssa, conforme revelou à polícia.
Segundo a delegada Aline Manzatto, que conduziu o início das investigações, o humorista confessou ter levado Raíssa para almoçar após buscar a jovem em casa, e, em seguida, os dois foram até a casa dele.
No imóvel, o humorista contou que estava apaixonado pela vítima, mas não foi correspondido. O homem afirmou ter sido xingado por Raíssa. Ele disse ainda que matou a jovem estrangulada, usando uma abraçadeira plástica.
Em depoimento, no dia da confissão, o filho de Marcelo, Dhony, afirmou que recebeu uma ligação do pai e, ao chegar à casa dele, viu o corpo de Raíssa enrolado em uma lona. Dhony disse também que tentou convencer o pai a se entregar para a polícia.
À época, Dhony também afirmou à polícia que, depois da recusa do pai, dirigiu um carro emprestado até Araucária, onde, segundo ele, Marcelo enterrou sozinho o corpo da miss. Durante o interrogatório, o rapaz afirmou que viu o pai colocando o cadáver no veículo, mas que não ajudou a carregar o corpo, nem a cavar a cova onde Raíssa foi enterrada. Dhony afirma que não desceu do carro e que ficou esperando o pai retornar. A versão, na ocasião, foi confirmada por Marcelo Alves.