O técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti — Foto: Thomas Coex/AFP

O Ministério Público da Espanha pediu, nesta quarta-feira, que o técnico Carlo Ancelotti, do Real Madrid, seja preso por quatro anos e nove meses. O treinador foi acusado de fraude fiscal à Fazenda, com pouco mais de um milhão de euros (cerca de R$ 5,4 milhões, na cotação atual) sonegados em impostos, segundo informações da imprensa espanhola.

De acordo com a acusação, Ancelotti ocultou em sua declaração de renda os vencimentos correspondentes à exploração de seus direitos de imagem durante os anos de 2014 e 2015, período de sua primeira passagem pelo Real Madrid.

Além disso, o treinador teria usado um esquema com empresas com operação “confusa”, “complexa” e “sem atividades verdadeiras” para enviar os recursos e, assim, “evitar a tributação dos rendimentos provenientes dos referidos direitos de imagem”.

O Ministério Público afirma que Ancelotti assinou contrato com o clube espanhol em julho de 2013 e, neste acordo, cedeu seus direitos de imagem para a empresa Vapia Limited por um período de 10 anos, a um preço de 25 milhões de euros. Contudo, um dia depois, a empresa nomeou o italiano como seu representante, concedendo-lhe "máximos poderes de atuação para gerir seus direitos de imagem".

Posteriormente, foi formalizado um acordo que modificava o prazo de duração do contrato antigo para três anos e o valor dos direitos em 1 milhão de euros. Ancelotti, segundo o MP, apresentou todas as declarações de rendimento correspondentes ao Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares, mas “omitiu todos os rendimentos correspondentes à exploração dos seus direitos de imagem”.

A acusação aconteceu poucas horas antes do Real Madrid, de Carlo Ancelotti, entrar em campo pelo jogo de volta das oitavas de final da Champions League, contra o Leipzig. Um empate classifica o time merengue para a próxima fase do principal torneio da Europa.