Michelle Bolsonaro-
Foto: JL Rosa/AFP
Michelle Bolsonaro (PL) passa, pela primeira, a vez a ser tratada como potencial candidata à Presidência da República. No início, o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha o objetivo de lançar a esposa ao Senado pelo Distrito Federal. Agora, contudo, os ventos começam a soprar a favor da ex-primeira-dama. E por diferentes motivos, segundo informou a coluna do jornalista Paulo Cappelli ( Metrópoles).
Aliados de peso do bolsonarismo passaram a defender publicamente a candidatura de Michelle ao Planalto. Argumentam que a ex-primeira-dama ganhou musculatura após mergulhar de cabeça na articulação política do PL.
Os discursos feitos por Michelle em diferentes manifestações também mostrariam um “amadurecimento” da ex-primeira-dama, que antes dirigia sua oratória para segmentos específicos, como o evangélico. Outro ponto citado são as diferentes pesquisas em que aparece bem posicionada nas intenções de voto ao Planalto.
Liderança do campo conservador, Silas Malafaia é um dos entusiastas da candidatura: “Michelle reúne o apoio dos evangélicos, das mulheres e do bolsonarismo. Antigamente, Michelle só sabia falar o ‘evangeliquês’. Ela falava para dentro [do segmento religioso]. Agora, ela fala politicamente para fora. As pesquisas a mostram Michelle pontuando melhor que nomes como Tarcísio, Zema e Ratinho”, disse Malafaia.
Outra apoiadora da candidatura ao Planalto é a dirigente nacional do PP e vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão. “Michelle cresceu muito nos últimos dois anos e ganhou uma musculatura política impressionante"- destacou.
Nos bastidores, aliados sustentam que, por ser mulher, Michelle Bolsonaro teria uma vantagem nos debates à Presidência, pois os candidatos homens teriam de “modular” o tom para não soar agressivo. Um outro ponto que joga a favor de Michelle é a recente pacificação com o vereador Carlos Bolsonaro. Ela e o filho do ex-presidente não se davam bem, mas se uniram após o deputado Eduardo Bolsonaro se mudar para os Estados Unidos alegando sofrer perseguição política.
Contra Michelle, pesa o fato de seu nome estar longe de ser consenso entre partidos que flertam com o bolsonarismo, como Republicanos, PSD e MDB. No mercado financeiro, a preferência ao Planalto é pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.