Major da reserva Pedro Silva - Foto: Reprodução/Vídeo
Mesmo sob custódia na Academia da Polícia Militar de Alagoas desde janeiro, o major da reserva Pedro Silva conseguiu gravar ao menos dois vídeos no final de maio — dias antes de fugir da unidade, sequestrar familiares da ex-mulher e cometer um duplo homicídio.
Em um dos vídeos, datado de 28 de maio, Pedro Silva contesta a legalidade de sua prisão. Segundo ele, a detenção ocorreu com base na Lei Maria da Penha, após um episódio de violência doméstica com a ex-companheira. “Ela me agarrou, me arranhou. Tentei me desviar e acabei a empurrando. Ela teve um hematoma no rosto. Não tive intenção de machucá-la”, afirma o major, alegando que o ferimento teria sido resultado de uma tentativa de se desvencilhar da mulher.
As gravações, feitas de forma clandestina dentro da academia militar, colocam em xeque o controle sobre os custodiados na unidade. Ainda não se sabe como o oficial da reserva teve acesso a dispositivos eletrônicos nem se há mais registros audiovisuais feitos por ele durante o período em que esteve detido.
A fuga do major, que terminou de forma trágica com o sequestro e o assassinato de duas pessoas ligadas à ex-companheira, amplia a pressão sobre a Polícia Militar e as autoridades estaduais por respostas imediatas. Investigações internas foram abertas para apurar a conduta de agentes responsáveis pela custódia do militar e eventuais negligências que permitiram a série de falhas.
O caso reforça o debate sobre o tratamento dado a agentes de segurança pública acusados de crimes graves e sobre a necessidade de revisão dos protocolos de custódia em unidades militares.