Zambelli foi acusada de integrar uma organização criminosa digital responsável por ataques aos sistemas do Poder Judiciário brasileiro - Divulgação/Lula Marques/Agência Brasil
A Justiça italiana rejeitou, nesta quarta-feira (8), o recurso apresentado pela defesa da deputada federal Carla Zambelli, que seguirá presa em regime fechado durante a tramitação do processo de extradição. A informação foi confirmada pela defesa da parlamentar.
Segundo a defesa, durante a sessão, os advogados buscavam reverter a decisão da Corte de Apelação, que manteve a parlamentar encarcerada no país.
Em agosto, a Justiça italiana também negou recurso de liberdade apresentado pela deputada. Na ocasião, os advogados alegaram inexistência de um pedido internacional de prisão válido e a ausência de solicitação formal de extradição.
No entanto, o tribunal decidiu seguir com a atuação da Advocacia-Geral da União (AGU), que apresentou documentos e argumentos jurídicos para confirmar a legalidade da prisão cautelar para fins de extradição.
Zambelli foi acusada de integrar uma organização criminosa digital responsável por ataques aos sistemas do Poder Judiciário brasileiro. A parlamentar foi responsabilizada por invasão aos sistemas da Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos falsos.
Em maio, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Zambelli a 10 anos de prisão em regime inicial fechado. Após decisão, ela deixou o Brasil e passou a viver na Itália, onde possui cidadania. Com isso, seu nome foi incluído na difusão vermelha da Interpol.
Além das condenações na Justiça, a deputada é alvo de um pedido de cassação em tramitação na Câmara dos Deputados. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) definiu as testemunhas do processo, incluindo Walter Delgatti Neto, hacker condenado pelo mesmo caso.
Ela foi presa em 29 de julho, em Roma, e permanece na Penitenciária Feminina de Rebibbia enquanto aguarda a decisão sobre o processo de extradição.
Além da condenação a 10 anos de prisão, ela também foi sentenciada ao pagamento de R$ 2 milhões por danos coletivos.