Nattanzinho- Reprodução Instagram
O cantor Nattan revelou que passou por uma transformação em sua vida pessoal e profissional após enfrentar a bactéria Helicobacter Pylori, a H.pylori, no final do ano passado. A condição o obrigou a cancelar uma série de shows e trouxe a necessidade de rever hábitos e prioridades.
“Eu virei uma nova pessoa. Agora, eu bebo de 15 em 15 dias. Antes, eu bebia todo dia. Você acorda melhor. Antes eu acordava e parecia que um caminhão tinha passado por cima de mim. Hoje, não, acordo bem, feliz”, afirmou antes de sua participação no Caldas Country Festival, no último dia 16.
A Helicobacter pylori é uma bactéria que se aloja no estômago e é responsável por uma das causas mais comuns de gastrite, úlceras gástricas e duodenais (porção inicial do intestino).
Ingerir alimentos ou água contaminados é a principal causa de infecção, mas ela também pode ser transmitida através do contato próximo, como beijos ou por compartilhamento de objetos.
A H.Pylori consegue sobreviver no ambiente ácido do estômago e, ao longo do tempo, pode causar danos à mucosa gástrica. Com isso, se torna um fator de risco no desenvolvimento de câncer gástrico, principalmente em casos de infecção crônica não tratada. É o que aponta o cirurgião gastrointestinal Lucas Nacif, que é membro efetivo do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD).
"Ter a mudança de hábitos, como fez Nattan, é importantíssimo para ter um tratamento eficaz. Hábitos como o consumo excessivo de álcool, tabagismo, dietas ricas em alimentos gordurosos e picantes, além do estresse crônico, podem dificultar o tratamento médico, que normalmente envolve uso de antibióticos e de medicamentos para ajudar a reduzir a acidez estomacal", explica.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 60% dos casos de câncer no estômago são causados pela H.Pylori.
"Com o tempo, a bactéria [H.Pylori] pode causar inflamação contínua, o que leva à atrofia gástrica e a mudanças celulares que podem evoluir para câncer. Porém, nem todas as pessoas com a infecção desenvolvem o câncer, e o risco depende também de fatores genéticos ou de outros fatores de risco", pontua o especialista.
Os sintomas iniciais mais comuns são dor abdominal, queimação no estômago, náusea, vômito, inchaço na barriga e perda de apetite.
O diagnóstico pode incluir, além da tradicional endoscopia (com ou sem biópsia), teste do hálito ou testes de fezes. O tratamento com antibiótico pode durar de 10 a 14 dias.
