Arquivo/Agência Brasil
Entre custos diretos e indiretos, o governo brasileiro gasta anualmente cerca de R$ 19 bilhões com problemas relacionados ao consumo de álcool que vão desde mortes evitáveis até perdas de produtividade durante licenças médicas.
Os dados fazem parte do 3º Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira, que apontou que 63,6% dos adultos já consumiram bebidas alcoólicas. A média semanal registrada é de 5,3 doses por pessoa, sendo que um em cada três adultos chega a ingerir mais de cinco doses no mesmo dia.
A pesquisa revelou ainda que, entre os adultos que bebem, 60,3% consomem até seis doses em uma única ocasião, percentual que cresceu em relação a 2012, quando era de 46,3%. Uma dose equivale a uma lata de cerveja, uma taça de vinho ou uma dose de destilados como cachaça e uísque.
Especialistas alertam que quanto mais precoce for o início do consumo, maior é o risco de dependência. Mais da metade da população (56%) já experimentou álcool antes dos 18 anos, e, entre os adolescentes que bebem, 34,4% relataram episódios acima de seis doses semanais.
Mais de 340 mil jovens já apresentaram sinais clínicos de transtorno por uso de álcool, com proporções semelhantes entre meninos e meninas.
“Então as pessoas têm uma tendência a ter esse vício e quanto mais precoce a pessoa começar a beber, maior o risco de desenvolver dependência. É por isso que, fora do Brasil, como nos Estados Unidos, o álcool só é permitido a partir dos 21 anos. Quanto mais empurrarmos o início do consumo, melhor para o cérebro, que ainda está em formação”, explica um dos especialistas ouvidos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que políticas de preço e taxação são alternativas eficazes para reduzir o consumo nocivo, sobretudo quando aliadas a medidas de diminuição da disponibilidade do produto e campanhas educativas.
Para quem já enfrenta dificuldades com o álcool, a recomendação é buscar apoio.
“A pessoa tem que dar o primeiro passo e admitir que não consegue sozinha, que precisa de ajuda. Não tenha vergonha de pedir ajuda aos seus familiares. Eles estão prontos, de braços abertos, para apoiar, encaminhar e acompanhar sua mudança”, orienta o especialista.