O governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), informou na manhã desta sexta-feira (7) que o Estado entrou com uma ação na Justiça para impedir a venda da Braskem antes que as famílias afetadas pelas rachaduras no Pinheiro, no Mutange e em Bebedouro sejam indenizadas.
Procurada, a Braskem informou que não vai se pronunciar sobre o assunto.
A extração de sal-gema feita pela indústria na região foi apontada como a principal causa das fissuras que vêm surgindo no solo há mais de um ano. Centenas de famílias tiveram que deixar suas casas porque o fenômeno comprometeu a estrutura dos imóveis, que correm risco de desabar.
"Havia uma especulação muito grande da venda da empresa e o governo do Estado, por meio da Procuradoria Geral do Estado, entrou na Justiça no sentido de solicitar uma decisão cautelar para que não haja uma divisão da empresa, ou seja, a empresa não seja vendida antes de resolver esses passivos ambientais e de indenização das famílias", afirmou o governador.
O anúncio foi feito antes de uma entrevista coletiva no Palácio do Governo para fazer um balanço dos índices de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) em Alagoas.
Renan Filho falou que o assunto já era discutido há alguns dias e que vai entrar em contato com autoridades locais e também com o governo federal em uma tentativa de unir esforços na busca por soluções ao problema.
"Eu vou, pessoalmente, ligar para o prefeito [Rui Palmeira], para o ministro da Integração, para o ministro de Minas e Energia, para fazer chegar ao presidente [Bolsonaro]. Vou ligar para o gabinete do presidente e, se tiver condições de falar com ele, falarei, para que a gente atue integradamente", disse.
Até esta sexta, apenas moradores do Pinheiro haviam sido orientadas pela Defesa Civil a deixarem suas casas, mas um mapa atualizado das áreas de risco deve apontar se mais famílias também precisarão se mudar, sobretudo nos bairros do Mutange e de Bebedouro.
Fonte: G1 Globo