Juba Valença em show em homenagem a Dominguinhos- Imagem: Divulgação
Juliano Miranda Valença, ou simplesmente Juba Valença, estampa no rosto a origem do seu DNA musical. Filho do ícone da MPB Alceu Valença, ele não nega as referências, mas segue carreira autoral e tem estilo próprio.
Reproduz com singularidade a mistura de forró com beats e sintetizadores apresentada por Assisão ainda nos anos 80. Ele anima o São João do Nordeste com o álbum "São Jubão", que mistura forró, beats e sintetizadores. A mistura de ritmos não ofusca as referências nordestinas muito presentes nas letras e na performance do artista.
Para quem olha seu rosto, Juba pode facilmente ser confundido com o pai nos anos 70. A genética foi o atalho para o primeiro contato do artista com a música. Ele viveu boa parte da vida no Rio de Janeiro e, desde 2017, mora em Olinda. Quando criança, passava as férias de julho e dezembro em Pernambuco.
Juba defende que as misturas de referências são bem-vindas, mas sem negar as raízes. "A gente não pode esquecer o que é o São João de fato. O forró, a reverência aos mestres Jackson do Pandeiro, Petrúcio Amorim, não se pode esquecer", observa.
Falando em homenagem, Salve o Mestre, uma das canções do novo álbum homenageia o sanfoneiro Mestre Benedito, ícone do forró da Bodega de Véio, ponto turístico do Sítio Histórico de Olinda.
Juba afirma que teve que provar que estava levando a música a sério para ter o apoio do pai. "Logo no início, quando a boemia andava de mãos dadas com a música, o meu pai não levava muita fé. Só quando ele viu que eu estava empenhado mesmo me deu oportunidade", relembra.
Em 2024, Juba participa do álbum "Bicho Maluco Beleza", cantando, ao lado do pai, o clássico Diabo Louro. Ele integra a obra ao lado de artistas como Ivete Sangalo, Lia de Itamaracá e Geraldo Azevedo.