Esposa de líder do CV e presidente de ONG financiada pelo tráfico se encontra com membros do Ministério da Justiça

Por: Portal Rádio Sampaio com Estadão
 / Publicado em 13/11/2023

Luciane Barbosa, a dama do tráfico amazonense | Foto: reprodução/redes sociais

Os assessores do ministro da Justiça, Flávio Dino, se encontraram duas vezes com Luciane Barbosa Farias, esposa de Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, um dos líderes do Comando Vermelho (CV), que foi preso em dezembro de 2022. A mulher, assim como o marido, também foi condenada em segunda instância, mas recorre em liberdade. Os encontros com os secretários aconteceram no prédio do Ministério da Justiça. A mulher integrava uma comitiva de advogados.

Além dos secretários da pasta de Dino, a “dama do tráfico amazonense”, como Luciane é conhecida, esteve em audiências com dois diretores do ministério.

Quando procurado, o Ministério da Justiça informou que a mulher realmente foi recebida por secretários de Flávio Dino, mas que era “impossível” o setor de inteligência detectar previamente a presença dela. “A cidadã mencionada no pedido de nota não foi a requerente da audiência, e sim uma entidade de advogados”, informou o Ministério em uma nota ao Estadão. “A presença de acompanhantes é de responsabilidade exclusiva da entidade requerente e das advogadas que se apresentaram como suas dirigentes”, continua.

Sobre Luciane

O Ministério Público (MP) do Amazonas indica que Luciane Barbosa atuou como o “braço financeiro” da operação do marido e exercia um papel fundamental na ocultação de valores vindos do narcotráfico, adquirindo veículos de luxo, imóveis e registrando “empresas laranjas”. Ainda segundo a acusação do MP contra a dama do tráfico, ela conquistou a confiança da cúpula do CV.

A mulher casou-se com o Tio Patinhas em 30 de outubro de 2012.

Encontros

Luciane Barbosa e Rafael Velasco | Foto: reprodução/redes sociais

Luciane entrou no prédio do Ministério da Justiça como presidente da Associação Instituto Liberdade do Amazonas (ILA), que, segundo a Polícia Civil (PC) do Amazonas, atua em favor dos detentos ligados ao Comando Vermelho. Segundo uma investigação sigilosa à qual o jornal Estadão teve acesso, a ONG de Luciane é financiada com dinheiro do tráfico.

As audiências ocorreram no dia 19 de março, com o secretário Nacional de Assuntos Legislativos de Flávio Dino, Elias Vaz, e em 2 de maio, com o titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), Rafael Valesco Brandani.

No dia do encontro com o secretário, a mulher se encontrou com a titular da Ouvidoria Nacional de Serviços Penais (Onasp), Paula Cristina da Silva Godoy, e com o diretor de Inteligência Penitenciária da Senappen.

Assunto tratado

De acordo com a própria dama do tráfico, em uma postagem no Instagram, no encontro com Valesco e outras autoridades ela levou denúncias de revistas vexatórias que ocorriam no sistema prisional amazonense e apresentou um dossiê sobre “violações de direitos fundamentais e humanos”, supostamente cometidas pelas empresas que atuam nas prisões do Amazonas.

Nota do Ministério da Justiça

Abaixo, confira a nota emitida pelo Ministério da Justiça.

“No dia 16 de março, a Secretaria de Assuntos Legislativos (SAL) atendeu solicitação de agenda da ANACRIM (Associação Nacional da Advocacia Criminal), com a presença de várias advogadas.

A cidadã mencionada no pedido de nota não foi a requerente da audiência, e sim uma entidade de advogados. A presença de acompanhantes é de responsabilidade exclusiva da entidade requerente e das advogadas que se apresentaram como suas dirigentes.

Por não se tratar de assunto da pasta, a ANACRIM, que solicitou a agenda, foi orientada a pedir reunião na Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).

A agenda na Senappen e da ANACRIM aconteceu no dia 2 de maio, quando foram apresentadas reivindicações da ANACRIM.

Não houve qualquer outro andamento do tema.

Sobre atuação do Setor de Inteligência, era impossível a detecção prévia da situação de uma acompanhante, uma vez que a solicitante da audiência era uma entidades de advogados, e não a cidadã mencionada no pedido de nota.

Todas as pessoas que entram no MJSP passam por cadastro na recepção e detector de metais”.

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