A crise no setor canavieiro fechou usinas e reduziu a produção da safra nos últimos anos em Alagoas. Mas segundo a Associação de Plantadores de Cana do Estado de Alagoas (Asplana), este quadro está mudando e os produtores estão otimistas para a produção da safra 2019/2020.
Em entrevista ao Gazeta Rural, o presidente a Asplana, Edgar Filho, disse acreditar na retomada do crescimento do setor no estado.
"Nós estamos mais otimistas porque estamos no período de recuperação. Nós chegamos no fundo do poço. Saímos de 25 milhões de toneladas de cana e fomos caindo até chegar a 13 milhões de toneladas de cana", disse o presidente.
De acordo com ele, a recuperação tem acontecido há três anos. A produção saiu dos 13 milhões de toneladas, subiu para 16 e a expectiva é que chega a 18 milhões na próxima safra.
"Estamos com o clima mais favorável e recuperação de usinas. Estamos com as chuvas bem distribuídas, mais espaçadas. A cana quer isso, chuva e sol. Esse ano a gente tem um crescimento muito bom de cana e uma perspectiva muito boa", disse Edgar Filho.
Mas mesmo com crescimento na produtividade, o setor enfrenta a redução no preço da cana.
"O que não nos anima agora é temos um preço. Nós não temos um tão bom quanto ao que tivemos há dois anos por conta do excesso de produto no mercado mundial. O açúcar VHP, que é aquele bruto, que sai do porto de Maceió e abastece o mundo todo, está em excesso no mundo. Então, quando tem a lei da oferta e procura, a tendência é que o preço caia e é isso que está acontecendo".
Ainda segundo a Asplana, os reflexos do aumento da produção não se limitam só a economia. Empregos novos empregos também devem ser gerados.
"Nós geramos mais de 100 mil empregos diretos, o que representa mais de 20% do PIB do nosso estado. Ainda somos o motor da economia do estado, principalmente da mão de obra desqualificada que não se aproveita na cidade e o campo aproveita isso", ressaltou o presidente da Asplana.