'Droga zumbi' é emergência de saúde pública em São Francisco, na Califórnia — Foto: Reprodução/X
São Francisco, na Califórnia (EUA), vive uma onda de mortes por overdose nas ruas. isso acontece em decorrência do uso da chamada "droga zumbi". De acordo com o jornal "San Francisco Chronicle", que cita dados de relatórios do médico legista-chefe da cidade, entre 1º de janeiro e 31 de agosto de 2023, houve 563 mortes por overdose em São Francisco. A previsão é que o local atinja a marca de 845 falecimentos em decorrência do abuso de "drogas zumbi", superando o recorde de 725, registrado em 2020.
Há tanto fentanil que contaminou outras drogas vendidas nas ruas, como metanfetamina e crack. Está em tudo — afirmou à Fox News Tom Wolf, ex-usuário de drogas e atual ativista pela reabilitação. da recuperação, à Fox News. — Vejo sofrimento e desespero em muitos quarteirões.
Dados dos relatórios do médico legista-chefe de São Francisco apontam que, das 563 mortes por overdose, 456 envolveram o uso de fentanil. Janeiro e agosto foram os meses com mais mortes, 84 cada (quase três casos por dia). Em 2017, 36 das 222 mortes por overdose envolveram fentanil, segundo o Departamento de Saúde Pública da cidade americana.
Procurados pela Fox News, o gabinete do prefeito London Breed e o Departamento de Saúde Pública de São Francisco não se manifestaram.
Em abril, o governo americano classificou o sedativo xilazina como uma “ameaça emergente” à saúde pública do país. O opioide é 50 vezes mais forte que a heroína. Em 2022, dois terços das mortes por overdose nos EUA foram associadas ao sintético. No ano passado, o país bateu recorde de óbitos por uso excessivo de drogas, totalizando 109.680 óbitos. O consumo indiscriminado de xilazina é mais difícil de ser tratado do que o de outros entorpecentes, já que nunca foi aprovado para uso humano.
Segundo o “Financial Times”, autoridades americanas têm tentado conter o tráfico de fentanil na fronteira com o México, ao sul do território. Os esforços para impedir a atuação dos cartéis que atuam na região respingam ainda na venda ilegal do medicamento veterinário. Isso porque essas organizações criminosas são também os responsáveis por misturar o remédio a entorpecentes já conhecidos pela população.