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Com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) se aproximando – marcado para 9 e 16 de novembro –, estudantes já se preparam para o primeiro dia de provas, que inclui 45 questões de Ciências Humanas e suas Tecnologias.

Diferente de uma mera memorização de datas e fatos, a área exige interpretação de textos, imagens, gráficos e mapas, com ênfase em causas, consequências e soluções de problemas sociais e históricos. "A prova valoriza a compreensão de contextos e a identificação de paralelos entre passado e presente", alerta Thomas Wisiak, coordenador de História do Curso e Colégio Etapa.

De acordo com análise de edições recentes do Enem, divulgada pelo G1, os temas mais cobrados variam por subárea, mas sempre com viés interdisciplinar. Em História, que representa cerca de 25% das questões, dominam o Brasil Colônia (escravidão e ciclos econômicos, 15%), Era Vargas e Ditadura Militar (12%), além de Revoluções e Guerras Mundiais (10%). Questões típicas pedem leitura crítica de fontes, como charges sobre a Abolição da Escravatura, ligando-as a movimentos sociais atuais, incluindo cultura afro-brasileira e indígena.

Na Geografia, foco em urbanização e industrialização (18%), geografia agrária e meio ambiente (14%, com ênfase em conflitos de terra e impactos climáticos) e globalização (12%). Um exemplo comum: analisar mapas de migrações para discutir desigualdades socioespaciais. Rodrigo Magalhães, professor de Geografia, recomenda: "Leia o enunciado com atenção e elimine alternativas absurdas para ganhar tempo".

Filosofia ganha espaço com política e ética (20%), filosofia antiga (Sócrates, Platão e Aristóteles, 15%) e epistemologia (12%), crescendo em temas medievais e contemporâneos como existencialismo. Já Sociologia destaca cidadania e direitos (16%), desigualdades e movimentos sociais (14%), além de cultura, mídia e diversidade (crescendo para 10%). Questões interdisciplinares, como a relação entre trabalho precário e identidade em contextos globais, são comuns, inspiradas em autores como Marx e Durkheim.

Atualidades não ficam de fora, mas com recorte histórico: conflitos como Ucrânia-Rússia ou Gaza aparecem contextualizados em causas antigas, sem priorizar notícias quentes. Para se preparar, especialistas sugerem revisar conceitos aplicados a cenários reais, diversificar fontes de informação (meio ambiente, direitos humanos e migrações) e treinar análise de fontes variadas. "Evite voltar ao texto várias vezes; foque na aplicação prática", orienta Magalhães.

Com o Enem influenciando vestibulares e o Sisu, dominar esses tópicos pode ser o diferencial para uma boa nota. Hora de mergulhar nos livros – e nos mapas!