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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) responsabilizou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pela sua derrota na eleição presidencial de 2022. Durante participação no podcast Inteligência Ltda., Bolsonaro afirmou que a atitude da parlamentar na véspera do segundo turno teria impactado negativamente sua campanha.
"Carla Zambelli tirou o mandato da gente. Ela tirou o mandato da gente", declarou Bolsonaro, referindo-se ao episódio em que Zambelli sacou uma arma e perseguiu um apoiador do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma rua no bairro Jardins, em São Paulo. Para o ex-presidente, a ação reforçou a associação de sua imagem com a defesa da ampliação do porte de armas, afastando eleitores indecisos e provocando votos nulos.
A declaração teve a concordância do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que também participou da entrevista. "A gente estava com 20 pontos [de vantagem]", comentou Tarcísio, referindo-se à disputa eleitoral no estado.
Atualmente, Zambelli responde a um processo no Supremo Tribunal Federal (STF) por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com uso de arma de fogo. Cinco ministros da Corte já votaram a favor da condenação da deputada, o que incluiria a perda de seu mandato parlamentar. No entanto, o julgamento foi interrompido nesta segunda-feira após o ministro Nunes Marques pedir vista.
A defesa da deputada recebeu o pedido de vista com otimismo. Em nota, os advogados afirmaram que esperam que Marques e os demais ministros examinem minuciosamente o processo e revertam o voto condenatório. "A defesa confia que os memoriais encaminhados demonstram que não pode prevalecer o voto condenatório proferido pelo Eminente Ministro Relator", declararam.
Segundo Bolsonaro, a repercussão das imagens do incidente foi usada contra sua candidatura. "Aquela imagem, da forma com que foi usada, a Carla Zambelli perseguindo o cara. Aquilo teve gente falando: 'olha, o Bolsonaro defende o armamento'. Mesmo quem não votou no Lula, anulou o voto. A gente perdeu", afirmou o ex-presidente.
A declaração reacende o debate sobre o impacto de episódios polêmicos na reta final das campanhas eleitorais e evidencia a preocupação de Bolsonaro com os fatores que contribuíram para sua derrota em 2022.