João Olegário (à esq.), José Francisco da Silva (meio), Francisco Silva (à dir.) — Foto: Caio Loureiro/TJ
Um homem sentenciado pela Justiça por envolvimento na morte de um dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foi detido pela Polícia Civil de Alagoas após anos em condição de fugitivo. A prisão foi divulgada nesta sexta-feira (11) pelas autoridades.
Trata-se de João Olegário dos Santos, popularmente conhecido como "João de Lica", acusado de ser o responsável pelos disparos que resultaram no falecimento de Luciano Alves, também chamado de "Grilo", em setembro de 2003. O crime ocorreu no município de Craíbas, no interior alagoano.
João de Lica foi condenado em 2019 a 18 anos de reclusão em regime fechado pelo crime de homicídio qualificado, mas encontrava-se foragido desde a sentença. Durante uma ação policial ocorrida na última quarta-feira (9), agentes localizaram na residência do acusado a arma de fogo que teria sido usada no crime.
Além de João, outras quatro pessoas foram responsabilizadas pelo assassinato, entre elas Josinaldo José dos Santos, que morreu antes de ser julgado. A investigação aponta que Josinaldo teria convencido Grilo a ir até um bar no povoado São Gonçalo, zona rural de Craíbas. Ao deixar o local, por volta das 22h, Grilo foi surpreendido por tiros e não resistiu.
Segundo relatos colhidos na época, Grilo já havia manifestado receio de ser alvo de atentado por motivações políticas. O caso teve forte repercussão entre movimentos sociais e chegou a ter o julgamento adiado após jurados alegarem que se sentiam intimidados.
A prisão de João de Lica representa um avanço na responsabilização pelos crimes cometidos contra lideranças rurais no estado, especialmente em um contexto marcado por disputas de terra e conflitos agrários. O réu deverá cumprir sua pena no sistema prisional alagoano, onde ficará à disposição da Justiça.