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A acne é uma condição comum durante a adolescência, mas para muitas pessoas, o problema persiste por anos. No último fim de semana, a cantora Ana Castela, de 21 anos, usou as redes sociais para falar abertamente sobre a sua batalha contra a acne e revelou que, após anos de tentativas frustradas, precisou iniciar o tratamento com Roacutan, um medicamento conhecido pela sua eficácia, mas também por seus potenciais efeitos colaterais.

O que é o Roacutan?

O Roacutan, nome comercial da isotretinoína, é um derivado da vitamina A, amplamente utilizado no tratamento de casos moderados a graves de acne. Ele age reduzindo a produção de sebo pelas glândulas sebáceas e combatendo a inflamação da pele.

Apesar de ser um medicamento altamente eficaz, o uso da isotretinoína exige cuidado. Entre os efeitos adversos mais comuns estão o ressecamento da pele e das mucosas, alterações nas enzimas hepáticas, aumento do colesterol, mudanças de humor e, em casos graves, riscos de má formação fetal em gestantes. Por isso, a venda é controlada e o tratamento só pode ser iniciado com prescrição e acompanhamento médico rigoroso, incluindo exames de sangue mensais.

Quando o Roacutan é indicado?

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o Roacutan é indicado principalmente para:

• Pacientes com acne grave;

• Pacientes com acne moderada resistente a outros tratamentos;

• Casos de acne com tendência a deixar cicatrizes.

A dermatologista Alessandra Romiti destaca que o medicamento tem uma vantagem importante: baixo índice de recidiva. Isso significa que, ao fim do tratamento, há menos chance de a acne voltar, em comparação a outros métodos.

No entanto, a dermatologista Nádia Aires, do Hospital Sírio-Libanês, reforça que a avaliação individualizada é essencial antes de iniciar o uso. "É um medicamento potente e não pode ser utilizado de forma indiscriminada, especialmente sem orientação médica", afirma.

O perigo da banalização

Especialistas alertam para o aumento preocupante da prescrição inadequada da isotretinoína, inclusive em quadros leves de acne. A banalização do uso, incentivada muitas vezes pelas redes sociais, pode levar a complicações graves à saúde.

"Temos observado um crescimento no uso inadequado do Roacutan. É fundamental lembrar que não se trata de uma medicação simples. Os riscos existem e o acompanhamento médico especializado é indispensável", alerta Nádia Aires.

Alessandra Romiti ressalta que a venda controlada do medicamento é uma medida de segurança necessária para evitar o uso incorreto. "A isotretinoína deve continuar sendo um tratamento reservado para os casos realmente indicados. Não é um medicamento para se buscar por conta própria após assistir um vídeo nas redes sociais", pontua.

Tratamentos alternativos

Para quadros leves ou moderados de acne, os dermatologistas geralmente recomendam outras abordagens, como sabonetes específicos, cremes secativos, ácidos tópicos e, em alguns casos, antibióticos orais.

A mensagem dos especialistas é clara: cada caso é único e deve ser avaliado por um profissional. A automedicação pode trazer consequências sérias e, no caso do Roacutan, os efeitos colaterais exigem atenção constante durante todo o tratamento.

O relato de Ana Castela

Ao compartilhar sua experiência, Ana Castela deu visibilidade a um tema que afeta milhões de pessoas, especialmente jovens. Seu depoimento reforça a importância de buscar ajuda médica especializada e de tratar a acne com responsabilidade, sem recorrer a soluções precipitadas ou automedicação.

O caso da cantora serve como alerta e incentivo para que o assunto seja discutido com seriedade e informação de qualidade, sempre priorizando a saúde e a orientação médica.