A advogada Larissa Ferrari acusa o jogador Dimitri Payet, do Vasco, de agressão física e psicológica — Foto: MATHEUS LIMA/VASCO/Reprodução/Instagram
Desde que denunciou Dimitri Payet, jogador do Vasco, por agressão, Larissa Ferrari não voltou mais ao Rio. A advogada abandonou seu trabalho como corretora numa imobiliária no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste da cidade, onde o francês mora.
Larissa dividia um apartamento com uma amiga, no qual morou todo o mês de fevereiro, mas precisou deixar tudo para trás por medo após os casos de agressões denunciados, e voltou para o Paraná:
"Não vejo a hora de voltar para o Rio de Janeiro, mas a distância do meu apartamento para a casa dele é tão pequena, que eu não vou voltar. Eu estou agoniada. Estou aqui sem poder fazer nada, sem poder voltar para o meu trabalho, parada esperando alguma coisa acontecer. Parece que a vida se movimenta, mas eu estou aqui, inerte", desabafa.
A advogada conta que ainda recebe mensagens de sua gerente questionando se ela voltará para a imobiliária, mas Larissa ainda se sente insegura: "Sinto que estou sendo vítima mais uma vez, impedida de poder ter minha vida de volta por medo".
Depois de denunciar o francês Dimitri Payet, por agressão física e psicológica, e pedir uma medida protetiva contra o jogador do Vasco, Larissa Ferrari passou por duas perícias físicas e uma psicológica.
Na primeira delas, em 1º de abril, o laudo apontou que a advogada tinha hematomas causados por "ação contundente", sem poder determinar a causa exata daquele tipo de agressão. Larissa apresentava na ocasião uma cicatriz no antebraço esquerdo.
Na segunda perícia, feita no dia 8 de abril pela Polícia do Paraná, o laudo chegou à mesma conclusão ao analisar três lesões na ex de Payet: uma cicatriz na perna direita, outra na região glútea e mais uma na coxa esquerda.
Já a perícia psicológica foi realizada em três dias diferentes, também no início do mês de abril. Depois de ouvido o longo relato de Larissa Ferrari, além de outros tipos de análises, o laudo indicou que a advogada apresenta Transtorno de Personalidade Borderline. Também baseado no que foi descrito por ela, ficou evidenciado que Larissa foi vítima de violência física, psicológica e sexual.
No dia 30 de março, em União da Vitória, Paraná, Larissa compareceu à delegacia e relatou que passou a receber ameaças veladas do jogador. Segundo o boletim, após ela retornar à cidade, Payet começou a usar frases como: “Vou mandar alguém para te deixar segura” e “Vou mandar alguém ai para cuidar de você”.
De acordo com a denúncia, a advogada alegou que o relacionamento dos dois é conturbado e que o jogador sempre demostrou comportamento agressivo e controlador. Um inquérito foi instaurado para apurar as alegações.
No Rio, um boletim foi feito no dia 29 e março, no qual Larissa afirma ter sido vítima de agressão por parte de Payet, deixando marcas em seu corpo.
O EXTRA procurou o jogador e sua assessoria para comentar sobre os dois boletins de ocorrência contra ele, mas não teve retorno. O caso foi registrado na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá. A investigação está em andamento e segue sob sigilo.