Foto: reprodução/Instagram/ @ifalpalmeira
Um ato de suposta intolerância religiosa no Instituto Federal de Alagoas (Ifal), campus Palmeira dos Índios, gerou indignação entre estudantes e uma resposta oficial da instituição. Um Terço Mariano, símbolo sagrado do catolicismo, teria sido colocado dentro de um pentagrama cercado por velas, com participantes sendo incentivados a pisoteá-lo durante uma atividade no Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual (Nugedis). O episódio, relatado publicamente pelo estudante Mauro Henrique, expõe tensões sobre liberdade religiosa em um ambiente acadêmico que deveria priorizar o diálogo e o respeito.
Segundo o estudante, o incidente ocorreu nas dependências do Nugedis, um espaço dedicado à promoção da diversidade e inclusão no campus. Segundo o relato de Mauro Henrique, o ato representou uma profanação direta de elementos sagrados, violando princípios constitucionais e normas internas da instituição. "Essa conduta, independentemente de sua motivação, configura uma grave violação da liberdade religiosa, prevista pela Constituição Federal e reafirmada pelo próprio Código de Ética e Regimento Interno do Ifal. É inadmissível que, dentro de um ambiente educacional que deve ser espaço de diálogo e respeito mútuo, ocorra profanação de símbolos e coisas sagradas de religiões", declarou o estudante em sua denúncia pública, cobrando uma resposta mais enérgica da direção.
A repercussão do caso ganhou tração nas redes sociais e entre a comunidade acadêmica. Mauro Henrique, que estuda no Ifal, enfatizou a importância de uma postura institucional firme para evitar que episódios semelhantes se repitam, reforçando que a educação superior deve ser um exemplo de tolerância.
Em resposta ao ocorrido, a Diretoria de Ensino do Ifal emitiu uma nota oficial manifestando ciência do fato e das preocupações levantadas. A instituição esclareceu que o episódio aconteceu "à revelia do Nugedis" e não tem relação com as ações regulares promovidas pelo núcleo, que visa fomentar a inclusão sem promover qualquer forma de discriminação. "Informamos que a Diretoria de Ensino já está tomando as providências cabíveis, e a coordenação do Nugedis está ativamente buscando as medidas necessárias para garantir que a missão do núcleo seja preservada e que situações como esta não se repitam", afirmou a nota, sem detalhar as ações específicas em andamento.
Nota da Direção de Ensino – IFAL Palmeira dos Índios
A Direção de Ensino, atenta aos recentes acontecimentos — especialmente ao vídeo envolvendo simbologia religiosa e convivência escolar —, vem se posicionar com responsabilidade e seriedade.
Reafirmamos nosso compromisso com o respeito à diversidade, à liberdade de expressão e à convivência plural. O fato citado não tem relação com o NUGEDIS, cujas ações seguem pautadas pela inclusão e pelo diálogo.
O IFAL é uma instituição pública, laica e democrática, comprometida com a educação científica, técnica e humanística.
Estamos adotando providências cabíveis, entre elas:
• análise do caso com direito à ampla defesa;
• ações educativas e rodas de conversa sobre Ética, Cidadania e Diversidade Religiosa;
• fortalecimento dos canais de escuta e diálogo institucional.
Nossa resposta será sempre baseada na educação, no diálogo e na legalidade.
Seguimos juntos na construção de um ambiente respeitoso, plural e acolhedor.
Direção de Ensino – IFAL Campus Palmeira dos Índios
