Mariana Gesteira no Mundial Paralímpico de natação — Foto: Marcello Zambrana/CPB
O Brasil fechou o Mundial Paralímpico de natação no topo do pódio de Singapura. Neste sábado, Mariana Gesteira fez a melhor marca da carreira para conquistar o tricampeonato dos 50m livre S9 (classe para pessoas com comprometimento físico-motor). Gabriel Bandeira faturou uma prata nos 100m borboleta S14 (para pessoas com deficiência intelectual), e Mayara Petzold foi bronze nos 50m borboleta S6 (para pessoas com comprometimento físico-motor).
Com os resultados do sábado, o Brasil terminou o Mundial com 39 medalhas: 13 ouros, 16 pratas e 10 bronzes. Assim, a delegação verde-amarela se manteve entre as principais do quadro de medalhas, na sexta posição. No entanto, o desempenho não alcançou os recordes da edição da Ilha da Madeira, em 2022 (53 medalhas, 19 ouros e 3º lugar), nem o da última edição. Em Manchester 2023 foram 46 medalhas, sendo 16 de ouro e a quarta posição no quadro de medalhas.
Depois de conquistar um ouro nos 100m costas e uma prata nos 100m livre, Mariana Gesteira fechou sua participação em Singapura com o tricampeonato mundial nos 50m livre S9 - classe para pessoas com comprometimento físico-motor. Neste sábado, a brasileira de 30 anos travou um duelo acirrado com a australiana Alexa Leary, que havia quebrado o recorde do campeonato na classificatória, com 27s36. Na final, Mariana cresceu no fim para levar a melhor na batida de mão por dois décimos de segundo, com 27s60. A americana Christie Raleigh-Crossley completou o pódio.
"Foi a melhor prova da vida. Campeã mundial de novo. Não sei o que falar. Foi uma surpresa muito grande. Uma raia, uma chance. A gente sabia que era bem difícil, mas é uma prova de detalhe. Eu trinquei os dentes e fui. Tentei fazer minha prova com muita segurança, muita consciência. Deu certo. Não tô acreditando ainda não", disse a atleta.
Três vezes medalhista em Paralimpíadas, Mariana nasceu com Síndrome de Arnold-Chiari, uma má-formação do sistema nervoso central que afeta a coordenação e equilíbrio.
Quando caiu na piscina neste sábado, Gabriel Bandeira já havia quebrado o recorde mundial dos 200m medley S14 (classe para pessoas com deficiência intelectual) para conquistar um ouro e ainda faturado outras quatro pratas - duas em provas individuais e duas em revezamentos. O nadador de 25 anos buscava o tetra mundial dos 100m borboleta S14, sua principal prova. Por oito centésimos de segundo, porém, o título escapou. Na batida de mão, o britânico William Ellard ficou com o ouro, com 53s32, deixando o brasileiro com a prata. O dinamarquês Alexander Hillouse completou o pódio. Na mesma prova, o brasileiro Arthur Xavier Ribeiro terminou na quinta posição, com 56s05.
Mayara Petzold já havia conquistado nos revezamentos uma prata e um ouro, com direito a superar o ícone chinês Guo Jincheng, famoso por uma técnica de nado que usa uma espécie de bolha de ar como escudo. Neste sábado, a brasileira de 23 anos fechou sua participação em Singapura com um pódio individual: bronze nos 50m borboleta S6 - classe para pessoas com comprometimento físico-motor.
Para repetir a colocação das Paralimpíadas de Paris, Mayara completou sua principal prova em 36s80, atrás apenas da chinesa Jiang Yuyan (34s75) e da irlandesa Dearbhaile Brady (35s61). Mayara nasceu com uma deficiência similar a nanismo (baixa estatura).