Corpo de Arlindo Cruz será velado na quadra da Escola Império Serrano no Rio de Janeiro

Por: Rádio Sampaio com G1
 / Publicado em 09/08/2025

Foto: Reprodução/Redes Sociais

O corpo do cantor Arlindo Cruz será velado neste sábado (9) às 18h, na quadra do Império Serrano, em Madureira, na Zona Norte do Rio. O artista morreu na sexta-feira (8), aos 66 anos.

Coroas de flores começaram a chegar ao local logo cedo, entre elas a da Beija-flor de Nilópolis e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da primeira-dama Janja da Silva. Alguns fãs e admiradores já passavam no local, mesmo antes da abertura do velório.

A bateria da agremiação vai se apresentar durante o velório, que será aberto ao público. A homenagem se estenderá até às 10h da manhã de domingo (10).

O sepultamento ocorrerá no domingo, às 11h, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap.

Falência múltipla dos órgãos

A morte foi confirmada no início da tarde pela mulher do artista, Babi Cruz. Ele estava internado desde abril no hospital Barra D'Or, na Zona Oeste do Rio. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos.

Arlindo vinha com a saúde debilitada desde 2017, quando sofreu um acidente vascular cerebral hemorrágico. Na época, passou mal em casa e ficou quase um ano e meio internado. Desde então, ele lidava com as sequelas da doença e passou por várias internações. O sambista não se apresentava mais.

'O sambista perfeito'

Nascido no Rio de Janeiro em 14 de setembro de 1958, Arlindo Domingos da Cruz Filho era um dos cantores de samba mais conhecidos no Brasil.

Ele era apelidado por admiradores e amigos de "o sambista perfeito", em referência a uma de suas composições, em parceria com Nei Lopes.

Além de escrever e cantar, Arlindo ficou famoso por tocar cavaquinho e banjo. Ganhou o primeiro cavaquinho aos 7 anos. Aos 12, começou a tocar músicas "de ouvido" e aprendeu violão ao lado do irmão Acyr Marques.

Candeia: ‘Padrinho musical’

Ainda jovem, estudou teoria musical e violão clássico na escola Flor do Méier. Foi quando passou a atuar como músico profissional, em rodas de samba com vários artistas, incluindo um ícone do estilo, Candeia, uma espécie de "padrinho musical".

As primeiras gravações em estúdio feitas por Arlindo foram com ajuda de Candeia. Entre elas, está o primeiro LP, "Roda de Samba", depois relançado em CD.

Arlindo Cruz no 'Altas Horas', da TV Globo — Foto: Carol Caminha/Globo

Arlindo Cruz no 'Altas Horas', da TV Globo — Foto: Carol Caminha/Globo

Ao completar 15 anos, foi para Barbacena (MG). Por lá, estudou na escola preparatória de Cadetes do Ar. Em Minas Gerais, ganhou festivais em Barbacena e Poços de Caldas.

Roda de samba do Cacique de Ramos

Quando voltou para o Rio, passou a frequentar a roda de samba do Cacique de Ramos. Nela, tocou com Jorge Aragão, Beth Carvalho e Almir Guineto. Foi lá que virou parceiro de duas então revelações do samba: Zeca Pagodinho e Sombrinha.

Pouco tempo depois de passar a fazer parte da famosa roda de samba, teve 12 músicas gravadas por outros intérpretes. A primeira foi “Lição de Malandragem”. Na sequência, vieram “Grande Erro” (Beth Carvalho) e “Novo Amor” (Alcione).

Fundo de Quintal

 

Arlindo Cruz, no Fundo de Quintal — Foto: Nem de Tal/Estadão Conteúdo

Arlindo Cruz, no Fundo de Quintal — Foto: Nem de Tal/Estadão Conteúdo

Depois de chamar atenção como compositor, teve então sua maior chance como intérprete. Substituiu Jorge Aragão, quando ele saiu do Fundo de Quintal. Ficou 12 anos na banda e gravou sucessos como “Seja sambista também”, “Só Pra Contrariar”, “Castelo Cera”, “O Mapa da Mina” e “Primeira Dama”. Saiu do grupo em 1993. Fez dupla com Sombrinha antes de iniciar carreira solo.

Zeca Pagodinho e Beth Carvalho foram dois que mais gravaram canções dele. Zeca gravou "Bagaço de Laranja", "Casal Sem Vergonha", "Dor de Amor", "Quando eu te vi Chorando". Beth deu voz a “Jiló com Pimenta”, “Partido Alto Mora no meu Coração” e “A Sete Chaves”.

Mais de 550 sambas gravados

Segundo o site oficial do sambista, Arlindo Cruz tem mais de 550 músicas gravadas por vários artistas. Nos anos 90, ele se dedicou ainda às eliminatórias de sambas enredos do Império Serrano, sua escola de coração.

A primeira vitória do compositor com um enredo na agremiação foi em 1996, no enredo “E verás que um filho teu não foge à luta”. Emplacou ainda um samba também no carnaval seguinte, em 1999. Depois, também teve sambas escolhidos em 2001, 2003, 2006 e 2007. Ele foi enredo da escola em 2023.

Homenageado do Império Serrano, Arlindo Cruz desfila na alegoria 'O show tem que continuar'

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Em 2008, resolveu mudar de escola e escreveu o samba da Grande Rio no enredo “Do Verde de Coarí Vem Meu Gás, Sapucaí!”.

Em sua carreira solo, Arlindo seguiu lançando CDs e DVDs. Em 2009, saiu o DVD “Arlindo Cruz MTV Ao Vivo”. Em 2011, lançou o CD “Batuques e Romances".

Em 2012, gravou mais um CD e DVD ao vivo, “Batuques do Meu Lugar”. Neles, inclui músicas inéditas e participações de Alcione, Caetano Veloso e Zeca Pagodinho.

Em uma de suas últimas aparições na TV, no programa “É Gol!!!”, da SporTV, no fim de fevereiro, cantou sucessos da carreira e falou sobre a paixão pelo Flamengo, seu time do coração, na véspera de um clássico contra o Vasco.

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