Israel bloqueou entrada de ajuda humanitária em Gaza em março | UNRWA
O governo de Israel anunciou, no domingo (18), que permitirá a entrada de “uma quantidade básica de alimentos” na Faixa de Gaza, visando “evitar uma crise de fome na região”. A decisão foi tomada após apelos da comunidade internacional, que alertou para um possível colapso no enclave palestino.
Israel impôs um bloqueio em Gaza no início de março. Desde então, o exército vem proibindo a entrada de ajuda humanitária, provocando o esgotamento de alimentos, remédios e demais insumos de necessidade básica na região. Ao justificar a medida, o governo israelense afirmou que o objetivo era pressionar o Hamas a libertar os reféns capturados no ataque de 7 de outubro de 2023.
Líderes e organizações internacionais condenaram Israel pelo bloqueio, alegando que o país estava violando o direito internacional. A Organização Médicos do Mundo (MdM) chegou, até mesmo, a acusar Israel de "utilizar a fome como arma de guerra " ressaltando a desnutrição aguda da população.
Apesar de autorizar a entrada de alimentos em Gaza, as Forças de Defesa de Israel anunciaram o início de “extensas operações terrestres” no norte e no sul do enclave palestino. “Temos dois objetivos pela frente: o retorno dos sequestrados e a derrota do Hamas. Continuaremos até quebrar a capacidade de combate do inimigo”, disse o chefe do Estado-Maior de Israel, tenente-general Eyal Zamir.
A ofensiva terrestre vem após o aumento dos ataques aéreos na região. Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, apenas nas últimas 24 horas, pelo menos 67 civis foram mortos e outros 361 ficaram feridos em bombardeios. Um dos mísseis, inclusive, atingiu o Hospital Indonésio em Beit Lahia.
O exército israelense não comentou sobre os ataques. Em declarações anteriores, os militares afirmaram que continuam atacando estruturas administradas pelo Hamas, como centros logísticos e armazéns de armas. “Essa organização terrorista explora cruelmente as instituições civis e a população como escudos humanos para atos terroristas”, disseram as Forças de Defesa de Israel.