
Rodrigo Paz (à esquerda) e Jorge Quiroga (à direita) disputam o 2º turno das eleições bolivianas - REUTERS/Claudia Morales e Sara Aliaga
A Bolívia realizará neste domingo (19) o segundo turno das eleições presidenciais, após nenhum candidato atingir maioria no primeiro turno, em 17 de agosto.
A votação marca o fim de quase duas décadas de domínio do Movimento ao Socialismo (MAS), partido socialista fundado pelo ex-presidente Evo Morales.
A disputa será entre o senador de centro Rodrigo Paz e o ex-presidente conservador Jorge Quiroga, conhecido como “Tuto”.
Os dois prometem mudanças profundas na política econômica boliviana, mas divergem no ritmo e na intensidade dessas reformas.
Foco na economia
O segundo turno definirá os rumos do país em meio à pior crise econômica das últimas décadas. A Bolívia enfrenta inflação elevada, escassez de combustível e queda nas exportações de gás natural — uma das principais fontes de receita nacional.
Ambos os candidatos sinalizam uma reaproximação com Estados Unidos após anos de alinhamento diplomático com Rússia, China e Irã durante os governos socialistas.
Quem são os candidatos à Presidência da Bolívia?
- Jorge Quiroga, de 65 anos, governou o país entre 2001 e 2002. Ele tem como vice Juan Pablo Velasco, executivo de tecnologia, e defende políticas liberais como corte de gastos públicos, ampliação do livre comércio e fortalecimento da propriedade privada.
- Rodrigo Paz, de 58 anos, é filho de um ex-presidente e tem como vice Edman Lara, ex-capitão da polícia e ativista digital que atrai o eleitorado jovem. O candidato defende descentralização do governo e estímulo ao setor privado, mantendo programas sociais.
No primeiro turno, Paz obteve 32% dos votos, enquanto Quiroga recebeu 27%. O novo presidente tomará posse em 8 de novembro.
Fim da era MAS
O MAS foi fundado por Evo Morales em 1998 e chegou ao poder em 2005, com forte apoio popular, principalmente de comunidades indígenas. Durante quase duas décadas, o partido moldou a política boliviana com forte intervenção estatal na economia.
Agora, independentemente do vencedor, o país caminha para uma nova direção política e econômica, encerrando um ciclo histórico.