Papa Francisco | Foto: Simone Risoluti/Reuters

Foi publicado pelo Vaticano, na segunda-feira (8), um documento assinado pelo Papa Francisco afirmando que mudança de sexo, eutanásia, aborto e barriga de aluguel constituem “ameaças graves à dignidade humana”. O texto também inclui guerra, abuso sexual, pobreza e pena de morte entre os fatores que simbolizam graves violações aos direitos básicos dos indivíduos.

O novo documento, chamado de “Dignitas infinita”, tem quase 20 páginas e foi elaborado durante cinco anos pela ala mais conservadora da Igreja Católica, liderada por bispos da África.

A divulgação ocorre quatro meses após o pontífice aprovar uma adição às doutrinas da igreja católica para permitir bênção a casais homoafetivos.

“Ameaças graves à dignidade humana”

O documento afirma que a barriga de aluguel viola a dignidade da genitora e da criança. Em janeiro, o papa Francisco chamou a prática de “desprezível” e pediu uma proibição global.

 

Papa Francisco- Foto: Divulgação/ Vatican Media

O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia convocou seu núncio papal, o representante diplomático permanente da Santa Sé que exerce o posto de embaixador, nesta segunda-feira (11) para expressar “decepção” após comentários do Papa Francisco.

O pontífice disse que a Ucrânia deveria "demonstrar a coragem da bandeira branca" e abrir negociações com a Rússia para encerrar a guerra que dura dois anos.

A fala aconteceu em uma entrevista com a emissora suíça RSI que deve ser veiculada na íntegra em 20 de março.

O embaixador do Vaticano na Ucrânia, o arcebispo Visvaldas Kulbokas, foi informado que o papa deveria se abster de declarações que "legalizam o direito do poder e incentivam ainda mais desrespeitos às leis internacionais, pontuou um comunicado no site do ministério.

O comunicado afirmou que espera que o papa “envie sinais à comunidade internacional sobre a necessidade de imediatamente unir forças para garantir a vitória do bem sobre o mal”.

A Ucrânia “busca a paz como nenhum outro Estado. Essa paz, no entanto, precisa ser justa e baseada nos princípios da Carta das Nações Unidas e a fórmula de paz proposta pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky”.

Zelensky rebateu os comentários do papa no último domingo. Embora não tenha se referido a eles diretamente, disse que figuras religiosas distantes não deveriam se envolver em “mediação virtual entre alguém que quer viver e alguém que quer destruí-lo”.

O plano de paz do presidente ucraniano pede a retirada das tropas russas, um retorno às fronteiras de 1991 da Ucrânia e o devido processo legal para responsabilizar a Rússia pelas suas ações. A Rússia afirma que não pode realizar negociações com uma premissa dessas.

Papa Francisco e Javier Milei em reunião no Vaticano nesta segunda-feira (12)
Reprodução

O presidente da Argentina, Javier Milei,  visitou seu compatriota, o papa Francisco, no Vaticano nesta segunda-feira (12), levando doces e presentes em iniciativa para selar as pazes com o pontífice que há muito rejeita e ridiculariza.

Milei insultou Francisco durante sua campanha eleitoral, chamando-o de “imbecil que defende a justiça social”. Mas ele mudou o tom ao assumir o cargo enquanto tenta reforçar o apoio interno em meio a desafios crescentes.

Ele saudou o papa como “o argentino mais importante da história” em entrevista neste fim de semana.

Nesta segunda-feira, ele levou alfajores de doce de leite e uma marca de biscoitos de limão que o papa gosta, disse o porta-voz presidencial Manuel Adorni.

Francisco e Milei reuniram-se em um momento em que a Argentina enfrenta a sua pior crise econômica em décadas, com uma inflação superior a 200% e o recém-empossado presidente enfrentando dificuldades após a rejeição de um importante pacote de reformas no Congresso.

Eles conversaram por cerca de uma hora, disse o Vaticano.

Papa Francisco | Foto: Simone Risoluti/Reuters

Hoje (8), durante uma audiência para diplomatas, no Vaticano, o Papa Francisco afirmou que a prática da barriga de aluguel é “deplorável” e viola a dignidade da mulher e da criança. Além disso, o Sumo Pontífice também voltou a condenar a ideologia de gênero.

“Considero deplorável a prática da chamada maternidade de aluguel, que representa uma grave violação da dignidade da mulher e da criança, baseada na exploração de situações de necessidades materiais da mãe”, disse o Sumo Pontífice, que também condenou a “comercialização” do corpo humano e afirmou que a criança não deveria ser “base de um contrato comercial”.

Em 2022, Francisco já havia dito que a referida prática é “desumana”.

No Brasil, a comercialização da gravidez é ilegal, assim como em muitos países ao redor do mundo. Em alguns estados dos Estados Unidos, a prática é autorizada e possui uma recompensa financeira.

A Igreja Católica se opõe à prática porque é considerada antinatural, isto é, não segue o modo natural de geração dos filhos.

Sobre a ideologia de gênero, Francisco disse que ela é “extremamente perigosa, pois anula as diferenças em sua pretensão de tornar todos iguais”.

Pe. Davide Pagliarani (Foto: FSSPX) e Papa Francisco (Foto: Reuters)

Na última segunda-feira (18), o Dicastério para a Doutrina da Fé publicou a declaração Fiducia supplicans, dizendo que “casais irregulares” e uniões entre pessoas do mesmo sexo poderiam receber bênçãos por parte de sacerdotes. O documento foi aprovado pelo Papa Francisco. Na última terça-feira (19), o superior-geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX), padre Davide Pagliarani, emitiu um comunicado sobre o assunto.

O texto explica que não é possível abençoar os integrantes de um casal sem abençoar a união em si, e que isso seria “uma realidade que é intrinsecamente má e escandalosa”. “Fomentar pastoralmente esse tipo de bênção leva, na prática, inexoravelmente à aceitação sistemática de situações incompatíveis com a lei moral, diga-se o que se disser”, diz o padre Pagliarani.

Ainda segundo ele, a “linguagem enredada e vestimenta sofisticada” da Fiducia supplicans não conseguem ocultar a “realidade elementar” das bênçãos, que seria a de, segundo o padre, “confirmar essas uniões em sua situação intrinsecamente pecaminosa e encorajar outros a segui-las”.

Para ler o comunicado na íntegra, em inglês ou espanhol, aqui e aqui.

A FSSPX é uma sociedade sacerdotal internacional fundada pelo arcebispo Dom Marcel Lefebvre em 1970, com sede em Menzingen, na Suíça. Seus bispos e padres guardam a doutrina e os ritos tradicionais da Igreja conforme ensinados e praticados desde os primórdios da Igreja até a década de 1960, quando o Concílio Vaticano II propôs mudanças radicais no que vinha sendo ensinado e feito até então.

Outras oposições ao novo decreto

Bispos de Malawi, na África | Foto: reprodução/internet

O arcebispo Dom Tomash Peta e seu bispo auxiliar Dom Athanasius Schneider, da arquidiocese de Maria Santíssima de Astana, no Cazaquistão, decidiram não seguir a declaração do Vaticano, emitindo comunicado afirmando que as bênçãos nele autorizadas contradizem “direta e seriamente a Revelação Divina e a doutrina da Igreja”.

O presidente da Conferência Episcopal do Malawi, na África, Dom George Desmond, também optou por não permitir as bênçãos em todo o território do país, em uma declaração assinada por outros bispos pertencentes à conferência. O motivo seria para não confundir os fiéis. Ainda na África, os bispos do país de Zâmbia também se recusaram a aplicar a declaração do Vaticano.

O novo ensinamento do decreto é infalível?

De acordo com o estabelecido em documentos prévios da Igreja Católica, o novo ensinamento da Fiducia supplicans não pode ser considerado infalível ou obrigatório. Apesar de ter a aprovação do Papa Francisco, o Concílio Vaticano I, em sua 4ª sessão, estabeleceu que o Papa é infalível sob certas condições, que seriam a de definir alguma doutrina sobre fé e moral, falando enquanto sucessor de São Pedro e querendo falar à Igreja inteira e não a uma parcela dela.

É possível verificar, contudo, que o decreto não define doutrina alguma e não obriga os sacerdotes católicos a dar as bênçãos, caso lhes sejam requisitadas, deixando a cargo de um “discernimento prudente e paterno”. Além disso, vai de encontro ao que já havia sido definido anteriormente, como dito pelos bispos do Cazaquistão.

Sobre as uniões tratadas no documento do Vaticano

A Igreja Católica estabelece como uniões irregulares aquelas onde um dos integrantes do casal já recebeu validamente o sacramento do matrimônio anteriormente e veio a se separar, unindo-se a outra pessoa posteriormente. Nesse caso, se estaria cometendo um pecado de adultério, pois a união do primeiro matrimônio é considerada indissolúvel.

No caso das uniões entre pessoas do mesmo sexo, a doutrina perene da Igreja ensina que não podem ocorrer. Entre os motivos está a de que elas não cumprem aquele que é indicado como o objetivo primeiro do casamento, a geração de filhos de maneira natural, como ensinado em documentos pontifícios anteriores, como a Casti Connubii, do Papa Pio XI, e mesmo nas escrituras bíblicas.

Papa Francisco - Foto: F. Montefrote/AFP

O Vaticano afirmou nesta segunda-feira (18) que passará a permitir que padres concedam bênçãos a casais do mesmo sexo.

A decisão, que vai de encontro à doutrina da Igreja Católica de condenar a união homossexual, está em um documento autorizado pelo Papa Francisco divulgado nesta segunda.

Pela medida, padres católicos romanos podem a partir de agora administrar bênçãos a casais do mesmo sexo, se quiserem. Os padres também poderão se recusar a fazer o ritual, mas estão proibidos de impedir "a entrada (em igrejas) de pessoas em qualquer situação em que possam procurar a ajuda de Deus através de uma simples bênção”.

A bênção também não pode ter qualquer semelhança com uma cerimônia de casamento nem acontecer durante liturgias regulares da Igreja.

O documento que divulga a nova decisão afirma que a Igreja Católica continua a considerar a união entre casais do mesmo sexo um ato "irregular" e que a doutrina não mudou, mas afirmou também que a autorização de bênçãos é um "sinal de que Deus acolhe a todos".

Em outubro, em um discurso, o papa Francisco já havia indicado que a Igreja pudesse passar a permitir a bênção a casais homossexuais em um futuro próximo.

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