Lionel BONAVENTURE / AFP
A Comissão Europeia, o Executivo da UE, abriu uma investigação nesta terça-feira (30) contra as redes sociais Instagram e Facebook, suspeitas de não respeitarem suas obrigações na luta contra a desinformação antes das eleições europeias de junho. Vários líderes políticos expressaram preocupação com a possível manipulação de opiniões por parte da Rússia.
“Esta Comissão adotou as ferramentas para proteger os cidadãos europeus da desinformação e da manipulação por parte de terceiros países”, afirmou a presidência da instituição.
“Se suspeitamos de uma violação das regras, atuamos. É sempre assim, mas especialmente em um período de eleições”, acrescentou. Esta é a quinta investigação oficial iniciada pela Comissão Europeia no âmbito da entrada em vigor da nova Lei de Serviços Digitais, no ano passado, para lutar contra os conteúdos e produtos online ilegais.
“Iniciamos o procedimento contra a (empresa matriz) Meta para garantir que sejam adotadas medidas eficazes, em particular para impedir que as vulnerabilidades do Instagram e do Facebook sejam exploradas por interferências estrangeiras”, declarou o comissário europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton.
Na opinião da União Europeia, a Meta modera “de forma insuficiente” a publicidade e critica a divulgação de um grande número de anúncios que “representam um risco para os processos eleitorais”, afirmou. E mencionou especialmente “campanhas publicitárias relacionadas com a manipulação de informação do exterior”.
Ilustração por Thiago Prudencio/SOPA Images/LighRocket via Getty Images
Hoje (19), a agência holandesa de privacidade AP recomendou que as organizações do governo parem de usar o Facebook até que fique claro o que acontece com os dados pessoais dos usuários que visitam as páginas governamentais presentes na rede social.
“As pessoas que visitam a página de um governo precisam poder confiar que seus dados pessoais e sensíveis estão em boas mãos”, disse o presidente da AP, Aleid Wolfsen.
A ministra júnior da digitalização, Alexandra van Huffelen, disse que a Meta, responsável pelo Facebook, deve esclarecer como pode resolver as preocupações do governo. “Caso contrário, seremos forçados a parar de usar o Facebook, de acordo com este conselho”, afirmou.
Ilustração por Thiago Prudencio/SOPA Images/LighRocket via Getty Images
As ações da Meta, proprietária do Facebook, caíram 4% nesta segunda-feira (11), depois que o candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, ligou para o canal CNBC e chamou o Facebook de “inimigo do povo”. As ações também haviam recuado na última sexta-feira (8), quando o ex-presidente também criticou a rede social.
A Meta teve uma queda de mais de US$ 60 bilhões em avaliação de mercado desde as primeiras críticas de Trump, na noite da última quinta-feira (7).
Na última semana, o ex-presidente também mudou sua posição quanto à proibição do TikTok, por considerar que isso poderia ajudar o Facebook. “O que eu não gosto é que, sem o TikTok, você pode tornar o Facebook maior, e eu considero o Facebook um inimigo do povo, com grande parte da mídia”, disse o candidato à CNBC na última segunda-feira.
Trump já teve as contas no Facebook suspensas e chegou a dizer que a rede social tem sido muito desonesta, “especialmente quando se trata de eleições”.
Imagem: Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket via Getty Images (28.ago.2022)
O Instagram e o Facebook estão fora do ar nesta terça-feira (5), conforme foi relatado por diversos usuários dos aplicativos da Meta, empresa de Mark Zuckerberg. Na última segunda-feira (4), cabos submarinos do Mar Vermelho, que fornecem internet e telecomunicações em todo o mundo, foram cortados durante o conflito com os houthis. Entretanto, ainda não se sabe se há relação entre o ocorrido e a queda das redes de hoje.
Segundo o site DownDetector, 28% dos usuários do Instagram relataram problemas de conexão com o servidor e 61% disseram haver um problema com o aplicativo para smartphones. No Facebook, 51% dos usuários tiveram um problema com a conexão e 46%, com o login.
O Threads, também pertencente à Meta, também está fora do ar.
O head de comunicação da empresa, Andy Stone, usou o X, antigo Twitter, para se posicionar sobre o caso. “Estamos cientes de que as pessoas estão tendo problemas para acessar nossos serviços. Estamos trabalhando nisso agora”, disse.
Mark Zuckerberg no Senado americano| Foto: Reuters/Evelyn Hockstein
Nesta quarta-feira (31), o presidente-executivo da Meta, Mark Zuckerberg, esteve em uma audiência no Senado dos Estados Unidos e pediu desculpas às famílias que tiveram seus filhos menores afetados negativamente pelas redes sociais. Durante a audiência, os senadores apresentaram histórias de jovens que tiraram a própria vida depois de serem extorquidas por dinheiro após o compartilhamento de fotos com predadores sexuais.
“Peço desculpas por tudo que vocês passaram. Ninguém deveria passar pelas coisas que suas famílias sofreram e é por isso que investimos tanto e continuaremos com esforços em toda a indústria para garantir que ninguém passe pelas coisas que suas famílias tiveram que sofrer”, disse Zuckerberg, após ser pressionado pelo senador republicano Josh Hawley.
Veja o vídeo abaixo.
Durante a audiência, o comitê também exibiu um vídeo em que crianças falavam sobre o bullying que sofriam nas redes sociais. O presidente-executivo da Meta foi bastante criticado por Hawley, que afirmou que as redes sociais estavam “matando pessoas”.
A Meta é dona das plataformas Facebook, Instagram e WhatsApp.
Mark Zuckerberg no evento da Meta | Foto: reprodução/Meta
Na última quarta-feira (27), durante a Meta Connect 2023, a empresa anunciou que sua assistente conversacional, a Meta AI, será integrada às suas redes sociais, atuando como assistente virtual e interagindo com os usuários, através de chatbots. Além disso, a inteligência artificial (IA) também atuará em ferramentas de edição e geração de imagens.
Os chatbots serão alimentados com informações do Bing, que funciona em parceria com a OpenAI, criadora do ChatGPT. Segundo informações do jornal O Globo, a Meta também pretende que a IA vá além de perguntas e respostas tradicionais.
A Meta apresentou 28 inteligências artificiais que terão “personalidades” distintas, que vão desde influenciadores até celebridades, como Snoop Dogg e Tom Brady. O objetivo é que criadores de conteúdo e empresas possam gerar personalidades próprias de IA, com o AI Studio.
Durante o evento, também foi dito que sistemas desenvolvidos por terceiros poderão ser integrados aos aplicativos da Meta, para interagir com os usuários. “O que acreditamos é que as pessoas vão interagir com inteligências artificiais diferentes, a depender do que irão fazer. Acredito até que, em breve, cada um estará construindo a sua própria IA”, disse Mark Zuckerberg.
No mesmo Meta Connect 2023, a empresa também apresentou os óculos de realidade mista, o Quest 3, e os óculos inteligentes Ray-Ban Meta. Em breve, ambos terão inteligência artificial.