Influenciador suspeito de desviar doações feitas para filha com paralisia cerebral é preso em Goiânia, Goiás — Foto: Polícia Civil/Divulgação | Reprodução/Redes Sociais
O influencer Igor Viana, suspeito de desviar doações feitas para sua filha com paralisia cerebral, usava o dinheiro até para consumir drogas, afirmou a delegada Aline Lopes. A investigação identificou que o casal arrecadava mais do que o necessário para o tratamento da menina, de 2 anos.
O influenciador está preso desde o último dia 2, em Goiânia. A defesa dele disse que ficou surpresa com a prisão e que Igor colaborou com toda a investigação, já prestou esclarecimentos à autoridade policial e forneceu todos os documentos e objetos que foram solicitados.
O G1 procurou a defesa do influencer na tarde desta terça-feira (6) para pedir um posicionamento sobre o uso do dinheiro, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
“Nós tínhamos essa suspeita e podemos confirmar através do conteúdo dos celulares. Eles eram usuários de drogas e pagavam altos valores incompatíveis com que fala que está precisando de doações”, disse a delegada Aline Lopes.
Lopes informou ainda que a Justiça também autorizou a quebra de sigilo bancário do casal, o que é analisado pela polícia. Segundo ela, o casal afirmou em depoimento que gastava cerca de R$ 5 mil com o tratamento da filha e a polícia suspeita que eles arrecadavam mais que esse valor.
“Eles pagavam realmente o tratamento, mas suspeitamos dessa destinação diversa, o que será confirmado após análise das contas bancárias”, finalizou.
Material foi apreendido - Foto: ASCOM/PC
Segue repercutindo a ação deflagrada pela polícia civil na quarta-feira (26), que desmantelou o esquema criminoso que, em 10 anos, deu prejuízo de mais de R$7,5 milhões aos cofres públicos no estado de Alagoas. Sete pessoas, pertencentes a mesma família, foram presas em Maceió e Colônia Leopoldina, em Alagoas, acusadas de participar do crime, dentre elas uma agente da Polícia Civil e dois sargentos da Polícia Militar (PM).
Em entrevista coletiva na quarta-feira (26), os delegados Sidney Tenório, João Marcello e Igor Diego, que coordenam a Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO), detalharam como o esquema foi descoberto. Segundo eles, a agente investigada inseria dados de pessoas da família no cadastro para receber verba em um valor maior do que o que era repassado normalmente para os policiais. Os familiares que recebiam os valores seriam o marido da agente, a mãe, a avó de 85 anos, três irmãos, uma tia, um tio, além do irmão do marido.
A servidora pública, agente da Polícia Civil de Alagoas (PC-AL), que foi presa na operação, era a responsável direta pelo lançamento final dos benefícios de ticket alimentação dos colegas de trabalho na corporação. Segundo os delegados, desde 2014 cerca de R$ 7,5 milhões foram desviados do Estado de Alagoas no pagamento do ticket para a agente e os familiares dela, dos quais dois são sargentos da Polícia Militar.
"Os delegados mandavam a lista de alimentação, a Delegacia-Geral da Polícia Civil (onde a agente era lotada) fazia a análise e, no momento final, ela era a única pessoa que tinha o poder de inserir os nomes. Então, após o controle interno por parte dos gestores, ela no momento final lançava os nomes. Por isso que passou tanto tempo. Somente com o cruzamento de dados e a modernização dos nossos sistemas da Polícia Civil e da Secretaria da Fazenda do Estado foi possível identificar a fraude", informou Sidney Tenório.
De acordo com o delegado Igor Diego, a agente da PC assumiu que " desde 2014 verificou que existia essa possibilidade de cadastrar os parentes dela. Ela os cadastrou e, inicialmente, eles recebiam os valores normais de qualquer servidor da PC. E a partir de 2019/2020, ela passou a aumentar esses valores a tal ponto de que, em 2024, cada parente estava recebendo cerca de R$ 40 mil".
Ainda de acordo com o delegado, os valores de verba de alimentação de cada servidor da PC (delegado, escrivão e agente) é abaixo de mil reais. No entanto, cada parente dela estava recebendo mensalmente mais de R$ 40 mil. "Por isso que nos cinco meses tivemos desfalques de cerca de R$ 1 milhão", confirmou Igor Diego.
Com os desvios, a família da agente investigada ostentava imóveis, veículos de luxo e joias de alto padrão.
"Ela agiu sozinha e vai ser responsabilizada no rigor que manda a lei. Infelizmente, uma pessoa de dentro da PC fez essa conduta. Não nos resta outro caminho a não ser investigar com total imparcialidade para divulgarmos para a sociedade o que de fato aconteceu. Mas não identificamos nenhum outro servidor da PC que tenha participado de qualquer conduta dessa natureza", ressaltou o delegado IgorDiego.
Aldanísio Paiva é ator e escritor.. Reprodução
O ator José Aldanísio Paiva da Silva e a apresentadora Regina Jorge Belo da Fonseca, ambos de 50 anos, foram presos na quinta-feira (13), em Fortaleza, por suspeita de desviar doações que seriam destinadas às vítimas das enchentes do Rio Grande do Sul.
De acordo com a Polícia Civil, a dupla foi identificada a partir de uma apuração do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deis), que integra a Força-Tarefa Cyber, contra estelionatos e fake news envolvendo as inundações no estado gaúcho.
Aldanísio Paiva é ator e escritor. Ele já atuou em filmes como Cine Holliúdy, Bezerra de Menezes: O Diário de Um Espírito, Cine Tapuia, além de curtas-metragens e comerciais de TV. Em 2023, lançou o livro Cordel Vivo – A Arte de Aldo Anísio.
Já Regina Belo, namorada do ator, é apresentadora de um programa de rádio em uma emissora local e atua como influenciadora, com 26 mil seguidores na rede social. No perfil, ela costuma compartilhar as entrevistas que faz, dicas de saúde, estética e a rotina diária.
Segundo o diretor da Divisão de Investigação Criminal do Deic, delegado Eibert Moreira Neto, os dois pegavam campanhas reais e faziam chaves Pix parecidas. “Inclusive, duas pessoas que eles forjaram as chaves Pix eram (de) duas influencers com bastante seguidores nas redes sociais, que defendem a causa animal”, disse ele. O ator e a apresentadora são acusados de serem responsáveis por criar cerca de 235 chaves PIX distintas, abrangendo fraudes em diversas campanhas de arrecadação de donativos.
Além dos mandados pelas fraudes que eram feitas com a criação de chaves Pix para desviar dinheiro das campanhas, o casal também foi autuado em flagrante por falsificação de documento.
Policiais civis do Rio Grande do Sul viajaram mais de 4 mil quilômetros para o cumprimento da prisão preventiva da dupla decretada pela Justiça.