Foto: Ministério Público de São Paulo

Na manhã de hoje (16), o Ministério Público de São Paulo, através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e com o apoio da Polícia Militar (PM), deflagrou a Operação Muditia, visando desarticular um grupo criminoso que seria ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e investigado por fraudes em licitações públicas de várias cidades paulistas.

Três vereadores de cidades do Alto Tietê e do litoral paulista são alvos de ordens de prisão cautelar Ao todo, 15 mandados de prisão temporária e 42 de busca e apreensão devem ser cumpridos durante a operação. A promotoria informou que além de políticos, secretários, procuradores e pregoeiros também podem ter sido corruptos.

Outros crimes, como fraudes documentais e lavagem de dinheiro, também estão sendo investigados.

Os alvos da Muditia atuavam de maneira recorrente para que a competição nos processos de contratação de mão de obra terceirizada em prefeituras e câmaras municipais falhasse. A informação é de que o PCC influenciava na escolha dos vencedores das licitações e na divisão das quantias conseguidas de maneira ilícita. Os contratos somam mais de R$ 200 milhões nos últimos anos.

Entre as cidades que têm contratos sob análise estão Guarulhos, São Paulo, Ferraz de Vasconcelos, Cubatão, Arujá, Santa Isabel, Poá, Jaguariúna, Guarujá, Sorocaba, Buri, Itatiba, entre outras.

João Muniz Leite | Foto: reprodução/redes sociais

Em um depoimento à Polícia de São Paulo na última terça-feira (20), o contador João Muniz Leite (60), que já prestou serviços contábeis para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e para o filho deste, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, admitiu ter prestado serviço para o ex-chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta” ou “Magrelo”, que foi vítima de homicídio.

Além disso, Leite também contou que ganhou 250 vezes em loterias, ganhando a soma de R$ 20 milhões. Segundo o Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), as apostas muitas vezes superaram os valores dos prêmios. A suspeita da polícia é de que o objetivo disso era esquentar o dinheiro ilegal, isto é, fazer lavagem de dinheiro.

Sobre o caso

Cara Preta foi assassinado em 27 de dezembro de 2021, no Tatuapé, na zona leste de São Paulo. Em 2022, a 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro da Justiça Estadual de São Paulo determinou que R$ 45 milhões em imóveis e ônibus integrantes do PCC e de João Muniz fossem bloqueados.

Em seu depoimento, Leite disse que conhecia Cara Preta apenas pelo nome de Eduardo Camargo de Oliveira, uma identidade falsa usada pelo traficante para comprar empresas e lavar parte do dinheiro obtido através do narcotráfico. O contador conheceu o ex-chefe do PCC através do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, que foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF), em 2023, por lavagem de dinheiro da referida facção e por ser o suposto mandante do assassinato de Magrelo.

Depois da morte de Cara Preta, a cúpula do PCC ordenou os assassinatos dos traficantes Cláudio Marcos de Almeida, o Django, e Noé Alves Schaum. Aquele foi obrigado a se enforcar sob o viaduto da Vila Matilde, na zona leste, em janeiro de 2022; Schaum, por outro lado, foi esquartejado e teve a cabeça abandonada em uma praça de Tatuapé.

Segundo o MPF, Gritzbach teria dado um golpe de R$ 100 milhões em Magrelo, apropriando-se de investimentos em criptomoedas. Na véspera de Natal de 2023, ele escapou de um atentado em seu apartamento.

O advogado do empresário, entretanto, negou o envolvimento dele com o assassinato de Cara Preta.

“Desafio qualquer um a apresentar uma prova de que o Vinícius operava criptomoedas para o Anselmo (Cara Preta) . É invenção para motivar a acusação de mando do homicídio. Meu cliente era apenas um corretor de imóveis, jovem e ganancioso, que vendeu imóveis de luxo a pessoas erradas. Querem transformá-lo em bode expiatório. Por que a polícia não indiciou os compradores dos imóveis? É uma história macabra”, disse o advogado Ivelson Salotto.

Envolvimento de Leite com os Lulas

Durante a operação Lava Jato, no caso do triplex no Guarujá, João Muniz chegou a ser ouvido como testemunha e afirmou ter declarado o imposto de renda de Lula entre os anos de 2011 e 2015, no escritório de Roberto Teixeira, que também fez parte da carteira de clientes de Leite por 14 anos.

Além disso, dados da Junta Comercial de São Paulo, de novembro de 2019 a julho de 2023, Lulinha manteve uma de suas empresas, a G4 Entretenimento e Tecnologia Digital, registrada no mesmo endereço do escritório de Leite.

A defesa do filho de Lula disse que as investigações contra o contador nunca atingiram seu cliente. O Planalto afirmou que o atual presidente do Brasil não tem laços com Leite e apenas utilizou dos seus serviços algumas poucas vezes.

Caio Dantas Oliveira Júnior | Foto: divulgação/Polícia Civil de Santos

Na última quarta-feira (24), a Polícia Civil (PC) de Santos prendeu Caio Dantas Oliveira Júnior (22), suspeito de integrar o Primeiro Comando da Capital (PCC) e ser o armeiro da facção na Baixada Santista. Ele foi encontrado dormindo dentro de um carro estacionado próximo onde morava, no bairro Caneleira, em Santos.

No mesmo veículo também foi encontrado Bruno Kayke Amorim de Souza, suspeito de praticar assaltos com o comparsa. Ele também foi preso.

A função de Caio dentro do PCC era de armazenar, comprar e vender armas de fogo, além de realizar pequenos reparos. Tanto Caio quanto Bruno foram encontrados após a equipe do 5° Distrito Policial (DP) de Santos conseguir levantar o local onde o armeiro poderia estar escondido. A ação, que também apreendeu armas e munições, deu cumprimento a um mandado de busca e apreensão.

Dentro da residência do suspeito os agentes encontraram uma adolescente, que admitiu ser companheira de Caio. Contudo, ela negou que ele estivesse no local. Depois de uma varredura foi que os policiais encontraram o indivíduo. Abaixo, veja o momento da prisão, gravado pela própria PC.

Materiais apreendidos

Dentro da casa de Caio foram encontrados uma pistola 9mm, quatro carregadores, centenas de cartuchos de munição, um kit utilizado para transformar a pistola em uma arma longa, dois coletes balísticos e cinco celulares. Os suspeitos negaram que as armas fossem suas.

Foto: Roque de Sá/Agência Senado

O ex-diretor da escola de samba Gaviões da Fiel, Elvis Riola de Andrade, o Cantor, foi mantido em liberdade após uma decisão da ministra do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) Daniela Teixeira. Ele foi preso no último dia 10, na Bolívia, por uso de documentos falsos. Cantor também é suspeito de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e foi condenado a 15 anos de prisão pelo assassinato de um agente penitenciário, em 2009. O crime teria sido encomendado por líderes do PCC em Presidente Bernardes (SP).

Cantor havia ficado preso preventivamente entre 2010 e 2021 e, por isso, conseguiu recorrer em liberdade. Contudo, o Ministério Público (MP) acionou a Justiça contra a decisão. O resultado foi a pena do ex-dirigente sendo aumentada para 16 anos em regime fechado. Já como foragido, Riola recorreu ao STJ por meio de um habeas corpus. Com isso, em 18 de dezembro de 2023, Teixeira decidiu manter a liberdade do acusado.

Elvis Riola | Foto: reprodução/Facebook

Na decisão, a ministra citou o direito à presunção de inocência do acusado. “Ao preservar a presunção de inocência e permitir que os indivíduos aguardem o desfecho de seus processos em liberdade, promovemos uma abordagem mais justa e equitativa, fortalecendo, assim, a confiança na justiça e o respeito aos direitos humanos”, afirmou.

O MP recorreu da decisão de Teixeira no próprio Superior Tribunal de Justiça, mas teve o pedido negado. O MP de São Paulo deve solicitar novamente a prisão de Cantor.

Abaixo, confira a nota da ministra Daniela Teixeira, enviada ao portal Metrópoles, falando sobre o caso.

Em relação às reportagens no dia de hoje, que tratam de um réu preso na Bolívia, os fatos são rigorosamente os seguintes: O processo que tramita neste gabinete não tem relação alguma com tráfico ou organização criminosa. Trata-se de uma acusação de homicídio. Depois de cumprir prisão preventiva por 11 anos, o réu foi julgado pelo tribunal de júri e condenado a 15 anos.

O juiz do júri, em 19.8.2021 (há dois anos e 5 meses), determinou que o réu fosse colocado em liberdade, com o seguinte fundamento: “uma vez que o acusado está preso preventivamente há mais de 11 anos, já cumprido o lapso para progressão. Poderá recorrer em liberdade. Expeça-se alvará de soltura”. Portanto, importante frisar que o réu já não estava em regime fechado há dois anos e cinco meses.

Em 2.8.2023, sobreveio o julgamento de apelação pelo TJ/SP, em recurso do parquet, decretando novamente a prisão preventiva, que havia sido revogada pelo juiz do júri, e determinando o retorno para o regime fechado. A partir dessa decisão foi distribuído no STJ o HC do réu, solicitando a reforma da decisão do TJ/SP, de modo a manter o que havia sido decidido pelo juiz do júri: responder o processo em liberdade. E foi o que a ministra Daniela Teixeira concedeu no habeas corpus de sua relatoria. Apenas isso.

Se o réu descumpriu qualquer regra depois da decisão, se cometeu outros crimes, ou portava documentos falsos, isso deve ser analisado pelas instâncias ordinárias e não tem repercussão na decisão já proferida, que se limitou a analisar o crime de homicídio, e o direito constitucional de recorrer em liberdade, mesmo porque, como observou o magistrado de primeiro grau, o réu já havia cumprido o lapso temporal necessário à progressão do regime”.

Aline de Lima Paixão e Jeferson Aparecido Mariano Gomes o Nefo do PCC- Reprodução

O Ministério Público de São Paulo fez um relatório de inteligência sobre as mudanças na Sintonia Restrita, uma célula de elite do Primeiro Comando da Capital. De acordo com o relatório, o PCC é responsável por monitorar e planejar atentados contra autoridades no Brasil. Entre os novos nomes ligados ao setor, estão ex-presidiários com extensa ficha criminal e líderes históricos da facção.

A existência da Sintonia Restrita ganhou repercussão após vir à tona o plano do PCC de atacar o senador Sergio Moro (União-PR) e a família dele, que foi desarticulado pela Operação Sequaz, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em março de 2023. Na ocasião, o promotor Lincoln Gakiya, do MPSP, também era um dos alvos da facção.

Segundo a investigação, o coordenador da célula era Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo ou NF, de 48 anos, que já colecionava passagens por roubo, motim e cárcere privado. Nefo está detido na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, unidade estadual de segurança máxima no interior paulista, por planejar o atentado.

A nova prisão de Nefo, entretanto, fez a Sintonia Restrita suspender os planos em andamento e “começar tudo de novo”, de acordo com o relatório. Com treinamento de guerrilha e à frente de missões sigilosas e de alto risco, o grupo responde diretamente aos integrantes do mais alto escalão da facção.

Recentemente, os investigadores descobriram que os criminosos pesquisaram os endereços dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), para realizar uma “missão” no Distrito Federal.

 

Foto: reprodução/AlagoasWeb

Na noite de ontem (10), três indivíduos foram presos e várias armas foram apreendidas após uma troca de tiros entre membros do Comando Vermelho (CV) e guarnições do Pelotão de Operações Especiais (Pelopes) e da Radiopatrulha da 1ª Companhia Independente, em São Miguel dos Campos. O grupo criminoso é acusado de homicídios na região.

A ação policial teve início após a denúncia de um morador da localidade, que informou que uma casa abandonada havia sido invadida no loteamento Hélia Jatobá 1. Ao se aproximarem da residência, os militares foram recebidos com disparos de arma de fogo dos suspeitos, que tentavam fugir do local.

Os policiais revidaram o ataque e atingiram um dos envolvidos, que havia subido no telhado da casa durante a tentativa de fuga. Ele caiu e quebrou a perna. Outro homem, conhecido como “Gegeu”, foi capturado depois de se esconder atrás de uma lixeira. Por fim, o terceiro suspeito preso foi identificado como “Kevinho”. Dois membros da facção escaparam.

Com os suspeitos foram apreendidos um revólver .38, um revólver .32, uma espingarda de calibre 12, um simulacro de pistola e várias munições .38 e .32. Na casa que havia sido invadida, os policiais encontraram 100 pedras de crack, já embaladas para a venda, uma pedra maior, de 180g, que estava sendo cortada, uma balança de precisão, três balaclavas e três aparelhos celulares.

O indivíduo baleado foi socorrido para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e depois foi transferido para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió. Todos os presos foram levados para a 6ª Delegacia Regional de Polícia (DRP) de São Miguel dos Campos.

Com a operação, um plano do CV para matar desafetos do Primeiro Comando da Capital (PCC) foi abortado. Um dos alvos foi identificado como “Batata”, enquanto o outro é conhecido como “Nego Bala”. Ambos são suspeitos de provocar a morte de integrantes do CV.

Metralhadoras recuperadas | Foto: reprodução

Segundo informações da Polícia Civil (PC) do Rio de Janeiro, as metralhadoras furtadas do arsenal de guerra do Exército de São Paulo foram ofertadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e ao Comando Vermelho (CV), mas as facções recusaram o armamento em decorrência do mau estado de conservação e da falta de uma peça das armas.

Ainda de acordo com a PC, os integrantes do CV, que comandam o tráfico no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, não quiseram adquirir os itens porque estava faltando uma fita metálica necessária para inserir a munição nas armas. Isso ocorreu porque a peça é de uso controlado pelo Exército, sendo difícil de ser adquirida no mercado.

A negociação foi feita em um grupo de WhatsApp com as lideranças do Comando Vermelho. Um fornecedor chegou a postar um vídeo em que apareciam quatro metralhadoras .50 subtraídas do arsenal.

Um membro do PCC, conhecido por liderar grandes roubos contra agências bancárias e carros-fortes, também descartou as armas de calibre 50, pois as considerou “velhas e em mau estado”. O fornecedor chegou a pedir R$ 350 mil em cada uma e R$ 180 mil pelos fuzis de calibre 7.62, mas o integrante da facção recusou.

No último sábado (21), nove metralhadoras foram recuperadas. Ao todo, 17 já voltaram para as mãos dos militares.

Imagem: ilustração

Na manhã de hoje (9), a Justiça de Alagoas decretou a prisão preventiva de Ebson da Silva dos Santos, conhecido como Binho ou Torino, membro do PCC que foi preso na manhã da última sexta-feira (8), por membros do Pelotão de Operações Especiais (Pelopes) do 3° Batalhão de Polícia Militar (BPM), no bairro Senador Nilo Coelho, em Arapiraca.

O suspeito foi detido por porte ilegal de arma de fogo e munições, mas já havia sido condenado por outros crimes. Ebson cumpria sua pena em regime semiaberto, mas depois de sair do presídio, não havia sido visto até a noite de ontem. A arma de fogo apreendida deve ser levada ao Instituto de Criminalística (IC) nos próximos dias.

Após ser preso, o integrante da mencionada facção foi levado até a Central de Polícia Civil, onde foi autuado pelo delegado plantonista. Em decorrência dos antecedentes criminais do suspeito, o Delegado Manoel Acácio comunicou o caso ao judiciário, que decretou a prisão preventiva. Ebson foi levado até o Presídio de Segurança Máxima de Alagoas, em Maceió.

A prisão do indivíduo também foi comunicada às autoridades policiais de Arapiraca e Penedo, onde ele era investigado por diversos assassinatos. Conforme a decisão judicial, o homem foi mantido preso visando evitar a prática de novas infrações penais.

“Percebe-se, pois, ser perfeitamente admissível a segregação provisória antes da sentença final daquele que se encontra em estado de flagrância ou que possui contra si ordem de prisão emanada da autoridade judiciária competente, fundada na proteção do adequado e regular exercício da jurisdição penal, observadas as exigências estabelecidas em norma infraconstitucional”, diz a decisão. “No que se refere ao periculum libertatis, vislumbra-se no caso em tela a garantia da ordem pública, ao considerar a gravidade em concreto, uma vez que o flagranteado é alvo de inúmeras investigações no município de Arapiraca, bem como possui uma vasta ficha criminal”.

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