Silvio Almeida: "não há liberdade, sem responsabilidade" - Foto: Reprodução/G20
Sem uma regulação, as redes sociais têm criado uma "economia do ódio" e se tornando um ambiente próspero para o "caos absoluto prosperar", afirmou o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. Em São Paulo, ele defendeu que "vai ser absolutamente inevitável" que o debate sobre regras para as plataformas siga de "maneira mais firme".
O ministro participou, na quarta-feira (1), de evento paralelo do G20 sobre integridade da informação e combate à desinformação, que reuniu pesquisadores, representantes de plataformas e autoridades de países do bloco. O encontro, acontecido na capital paulista, faz parte do Grupo de Trabalho sobre Economia Digital do G20.
Ao lado de Nell McCarthy, vice-presidente de Desenvolvimento de Políticas de Conteúdo da Meta, dona do Instagram, Facebook e WhatsApp, o ministro dos Direitos Humanos afirmou que a conduta das empresas de redes sociais confrontam valores como a soberania, direito e a liberdade:
“Tudo isso é algo absolutamente incompatível com que estamos vendo hoje no que tange ao comportamento das empresas de mídia social. Não há compatibilidade possível”. — afirmou Almeida — “Tem que haver regulação porque se não todos nós estaremos ameaçados”. — acrescentou.
Silvio Almeida participou de mesa sobre liberdades fundamentais e o discurso de ódio online, que encerrou o segundo dia de encontros promovidos pelo governo brasileiro como parte da programação do G20.
O ministro criticou o que chamou de uma falta de "mediação institucional" para as plataformas de rede social e afirmou que esse é um temor daqueles que lucram "com a difusão ódio":
“A mediação institucional tem uma palavrinha que é muito importante que eu acho que é o grande temor daqueles que lucram a difusão do ódio que é responsabilidade. Não existe mediação sem responsabilidade”. — afirmou o ministro, que acrescentou que também "não há liberdade, sem responsabilidade".
A regulação das redes sociais é um dos temas que o governo brasileiro quer endereçar na presidência do G20. Internamente, no entanto, o debate sobre regras de responsabilização das plataformas está travado no Congresso.