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A mRNA-4157, vacina contra o câncer de pele desenvolvida pela farmacêutica Moderna, em conjunto com a MSD, começou a ser testada em pacientes com melanoma avançado, que é o tipo mais grave de câncer. Essa é a última fase de testes clínicos antes do imunizante ser submetido a uma aprovação dos órgãos reguladores.
A vacina utiliza a mesma técnica do imunizante contra a covid-19, fazendo uso do RNA mensageiro (mRNA). Apesar disso, sua tecnologia se adapta às necessidades de cada paciente. Nessa terceira fase do estudo, será verificado se a vacina, combinada com Keytruda, um medicamento imunoterápico contra o câncer de pele, é eficaz.
Em testes clínicos na fase dois, a combinação das substâncias resultou em uma redução de 44% no risco de recidiva do câncer de pele ou morte em pacientes com melanoma de estágios três ou quatro após três anos.
Se houver aprovação dos resultados da fase três, a fase quatro será posta em prática, permitindo que eventos adversos sejam acompanhados por um período de tempo maior nos pacientes que receberam a vacina.
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No Brasil, cerca de 220 mil novos casos de câncer de pele são registrados anualmente, com 704 mil novos casos sendo esperados até 2025, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Uma das regiões do corpo que pode ser afetada pela doença é o couro cabeludo.
Para proteger essa região, é possível criar uma barreira física, utilizando bonés e chapéus. Segundo a dermatologista Priscilla Pereira, é recomendado que se faça o uso dessas peças de vestuário até mesmo na água. “Existem alguns modelos que têm o tecido com fator de proteção, mas não necessariamente precisa ser desse estilo. O próprio tecido. O próprio tecido do acessório já vai ajudar a barrar os raios”, explicou a médica.
Para preservar o couro cabeludo, que é uma área mais sensível, também é importante que as pessoas utilizem protetor solar, especialmente aquelas que são carecas ou sofrem de calvície. É salutar que o protetor também seja passado em outras partes do corpo que estarão expostas aos raios solares.
O recomendado é de que o fator de proteção do produto seja de, no mínimo, 50%, e que ele seja aplicado 30min antes da exposição ao sol. A reaplicação do protetor deve ser a cada duas horas. É preciso ter cuidado para não se usar produtos vencidos, que podem prejudicar a eficácia da proteção.
Outro ponto que merece atenção é a utilização de protetores térmicos para o cabelo. “Muitas vezes as pessoas associam os protetores térmicos de fios ao protetor solar, mas esses produtos não devem ser usados com essa finalidade, porque ele não vai proteger de forma adequada a pele do couro cabeludo”, diz Priscilla.
Identificando o câncer de pele no couro cabeludo
De acordo com a dermatologista Juliana Toma, o câncer de pele pode se manifestar no couro cabeludo através de uma pequena mancha ou ferida, que vai aumentando de tamanho e passando por modificações em sua cor e tamanho. É possível identificar essas mudanças quando elas apresentam Assimetria, Bordas irregulares, Cores diferentes, Diâmetro maior que 6mm e Evolui apresentando mudanças de tamanho, forma, cor, etc. É a chamada regra do ABCDE.
“Os sinais de câncer de pele no couro cabeludo são muito parecidos com os sinais de câncer de pele no próprio corpo. Então, alguma ferida ou machucado que não cicatriza, alguma “casquinha” que fica e não vai embora ou uma pinta que cresce, que sangra e dói; essas são lesões, não só no couro cabeludo, mas na pele, que chamam atenção para uma lesão mais perigosa, ou uma lesão que precisa ser analisada”, explicou Juliana.
De modo geral, o câncer de pele pode aparecer de duas formas, sendo elas a melanoma, que pode atingir camadas mais profundas da pele, e a não-melanoma, que atinge uma camada mais superficial. É este último o mais comum de ser registrado.
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O Dezembro Laranja representa uma iniciativa nacional promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) para conscientização sobre o câncer de pele. A campanha visa alertar a população sobre os perigos da exposição solar excessiva, ressaltando a importância da prevenção e do diagnóstico precoce desse tipo de câncer.
No ano de 2023, o tema da campanha é “Cada um com a sua prevenção”. O enfoque está na proteção personalizada de cada indivíduo, considerando variáveis como o tipo de pele, a exposição solar e a história familiar.
A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) aponta que, no período de 2023 a 2025, serão registrados aproximadamente 704 mil novos casos de câncer no Brasil, abrangendo diversas formas da doença, inclusive os casos de câncer de pele não melanoma.
Excluindo o câncer de pele não melanoma, os tipos mais comuns são os de próstata e mama, ocupando o primeiro lugar, seguidos pelos cânceres de cólon e reto.
Câncer de pele não melanoma
O câncer de pele não melanoma surge devido ao crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele.
Apesar de ser o tipo mais comum e menos letal entre os tumores cutâneos, se não tratado precocemente, pode resultar em ressecções extensas e comprometer a estética.
Este tipo de câncer de pele abrange diversos tumores, sendo os mais frequentes o carcinoma basocelular, menos agressivo ao atingir as células na camada mais profunda da epiderme, e o carcinoma epidermoide (ou espinocelular), que afeta as células escamosas, formadoras das camadas superiores da pele.
Câncer de pele melanoma
Por outro lado, o câncer de pele melanoma origina-se nas células produtoras de melanina, a substância que determina a cor da pele.
Mais prevalente em adultos de pele clara, pode surgir em qualquer parte do corpo, incluindo pele e mucosas, apresentando-se como manchas, pintas ou sinais, especialmente em áreas mais expostas à radiação solar.
Em pessoas de pele negra, é mais comum em áreas claras, como palmas das mãos e plantas dos pés.
Considerado o tipo mais agressivo de câncer de pele, devido à sua propensão a se disseminar para tecidos e órgãos vizinhos, o prognóstico pode ser favorável quando diagnosticado em estágios iniciais.