Gaston Brito Miserocchi/Getty Images

A Bolívia voltou a viver momentos de tensão política após o ex-presidente Evo Morales liderar uma marcha e dar um “ultimato” contra a administração de Luis Arce, que classificou a postura do líder indígena como uma tentativa de golpe.

Ao fim de uma marcha que percorreu mais de 180 km em uma semana, Morales voltou a subir o tom contra Arce, e afirmou que o atual presidente da Bolívia deve trocar o gabinete ministerial em 24 horas caso ainda queira continuar no poder.

“Se Lucho [Arce] quiser continuar governando, ele primeiro deve mudar os ministros das drogas, os ministros corruptos, as ‘drogas’, os racistas, os fascistas em 24 horas”, disse Morales durante discurso em La Paz nesta terça-feira (24).

O governo de Luis Arce reagiu ao “ultimato” do líder cocaleiro por meio de uma nota, divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores da Bolívia. No texto, a postura de Morales foi chamada de uma “ameaça” contra a “continuidade da ordem democrática”.

Na última semana, Luis Arce havia denunciado um suposto plano de Morales contra a democracia no país. Para o presidente da Bolívia, o ex-presidente entre 2006 e 2019 tenta retornar ao poder “por bem ou por mal”.

Disputa interna

Antes aliados, a recente tensão na relação entre Morales e Arce acontece após disputas internas no partido Movimento ao Socialismo (MAS).

O atual presidente da Bolívia, que chegou a ser ministro de Morales, foi expulso da sigla em 2023 após não participar de um congresso que confirmou o nome do líder indigena como candidato nas primárias presidenciais para o pleito de 2025.

Morales, no entanto, foi inabilitado de concorrer à presidência no próximo ano pela Justiça da Bolívia.

Casos de violência foram registrados na noite da quinta-feira (22), em jogos envolvendo clubes brasileiros na Libertadores. O ônibus do Athletico-PR foi apedrejado na Argentina; Flamengo também foi alvo na Bolívia.

Flamengo

Janela do ônibus do Flamengo após pedrada em La Paz — Foto: Divulgação

O Flamengo sofreu, mas conseguiu a classificação para as quartas de final da Conmebol Libertadores- diante do Bolívar- na noite da quinta-feira (22). E também sofreu na saída do estádio. Mesmo escoltado pela polícia, o ônibus dos jogadores foi alvo de uma emboscada de torcedores bolivianos e acabou apedrejado enquanto passava em uma rua ainda próxima do estádio Hernando Siles, em La Paz, na Bolívia.

As pedras quebraram alguns vidros, e uma das janelas atingidas foi na altura da cadeira do presidente Rodolfo Landim. De acordo com o clube, apesar do susto, ninguém ficou ferido.

Em campo, o Flamengo perdeu por 1 a 0 para o Bolívar no Hernando Siles, mas se classificou pelo placar agregado de 2 a 1, após ter vencido por 2 a 0 no Maracanã. O Rubro-Negro terá como adversário nas quartas de final o Peñarol, do Uruguai.

Na Argentina

Torcedores do Belgrano apedrejaram ônibus do Athletico na chegada ao Estádio Mario Kempes - (crédito: Foto: Divulgação/Athletico)

O Athletico-PR denunciou, por meio de suas redes sociais, um ataque de torcedores do Belgrano ao ônibus do clube, que foi apedrejado na chegada ao Estádio Mario Kempes, na quinta-feira (22). O Estadio Mario Alberto Kempes fica localizado no bairro Chateau Carreras, na cidade de Córdoba, na Argentina.

Em publicação, o clube brasileiro mostrou fotos do estado do veículo. Uma das janelas foi quebrada por uma pedra, mas felizmente nenhum membro da delegação paranaense se machucou.

“O nosso ônibus foi atingido por uma pedra na chegada ao Estádio Mario Alberto Kempes. Felizmente, apesar do vidro quebrado, ninguém se feriu. Lamentamos que, em uma competição internacional, eventos como esse ainda aconteçam e manchem o espetáculo do futebol”, escreveu o clube.

Em campo, o Athletico PR venceu o Belgrano por 2 a 0 e garantiu classificação para as quartas de final da Sul-Americana.

Após a Cúpula do Mercosul, o presidente Lula seguirá para a Bolívia para um encontro bilateral com o presidente Luis Arce - (crédito: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca nesta segunda-feira (8/7) em Assunção, no Paraguai, onde participará da 64ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados. Um dos destaques da reunião será o anúncio do ingresso pleno da Bolívia no bloco comercial, após a aprovação do protocolo de adesão ocorrido no último dia 3, pelo Senado boliviano.

Ao Correio Braziliense, o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, ressalta que, além do ingresso definitivo da Bolívia, Lula pretende dar um recado sobre a importância da solidariedade e da democracia, após a tentativa de golpe sofrida pelo presidente boliviano Luis Arce. Dirá que o Brasil e a Bolívia são exemplos de que a extrema direita trama contra as instituições democráticas do continente, que precisam ser valorizadas e defendidas.

O grande ausente do encontro será o presidente da Argentina, Javier Milei, que ontem esteve em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, para participar de uma conferência de partidos de direita, organizada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Milei representa a ultradireitista na América do Sul e se opõe ao bloco, cuja presidência, por rodízio, passará do Paraguai para o Uruguai.

Mercosul

O Mercosul foi criado há 33 anos, por meio do Tratado de Assunção e, de acordo ao Protocolo de Ouro Preto, a presidência pró-tempore do bloco é exercida pelos Estados Partes, em rodízio e em ordem alfabética, por seis meses. Na cúpula de hoje, o presidente do Paraguai, Santiago Peña, passará a presidência do bloco ao presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, de centro-direita. Durante a liderança do Paraguai, houve 14 reuniões ministeriais em várias áreas, com temas voltados para educação, saúde, justiça, trabalho, cultura, direitos humanos, meio ambiente, turismo, desenvolvimento social e população indígena.

Bandeira da Bolívia | Foto: ilustração

Nesta sexta-feira (5),  a Bolívia passou a integrar formalmente o Mercado Comum do Sul (Mercosul). De acordo com o chefe do Executivo boliviano, Luis Arce, essa incorporação “tem um caráter estratégico” e converte o país “em um eixo articulador na região”.

“É um momento muito histórico para a Bolívia, para os setores produtivos e para os bolivianos que vivem e são parte do Mercosul”, afirmou a chanceler boliviana, Celinda Sosa. “Um sonho que se tornou realidade depois de muitos anos”, acrescentou.

No próximo domingo (7), Arce deve participar da cúpula do Mercosul no Paraguai. No dia 8, ele receberá o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na cidade de Santa Cruz.

Luis Arce, presidente da Bolívia | Flickr

O presidente da Bolívia, Luis Arce, negou estar por trás da tentativa de golpe de Estado da última quarta-feira (26). A declaração foi dada em resposta à acusação do general e ex-comandante do Exército Juan José Zúñiga, que afirmou que o líder tinha orquestrado a intervenção militar para aumentar sua popularidade no país.

"Não sou um político que vai ganhar popularidade através do sangue do povo. Vimos as pessoas se mobilizarem sem armas e sendo baleadas", disse Acre.

Segundo o presidente, ao menos 17 pessoas foram detidas por suposto envolvimento na tentativa de golpe de Estado. Entre os presos, além de Zúñiga, estão outros militares e ex-militares, bem como pessoas da sociedade civil. Todos serão investigados pela Procuradoria-Geral da Bolívia, que abriu um inquérito para apurar o caso.

A suspeita é que o motim tenha sido motivado pela demissão de Zúñiga, na terça-feira (25). Ele foi dispensado por ter "violado a constituição" com declarações numa entrevista que não estava autorizado a conceder. Na ocasião, o general afirmou que prenderia o ex-presidente Evo Morales caso ele fosse eleito nas eleições presidenciais de 2025.

Reação internacional

A condenação a tentativa de golpe de Estado na Bolívia veio desde vizinhos governados pela esquerda, como Chile e Brasil, até nações com presidentes conservadores, como Argentina e Uruguai. Outros países, como os Estados Unidos, não se pronunciaram oficialmente, mas afirmaram estar avaliando a situação.

Veículo blindado do Exército posicionado do lado de fora da sede do Executivo, na Plaza Murillo
(foto: Aizar Raldes/AFP)

A filmagem ganhou dimensão histórica e viralizou. Diante do Palácio Quemado, na Plaza Murillo, no coração de La Paz, o presidente da Bolívia, Luis Arce ("Lucho"), enfrentou, cara a cara, o general golpista Juan José Zúñiga, comandante do Exército. "Retire todas essas forças imediatamente, é uma ordem! É uma ordem! General, não vai me obedecer?", disse Arce, enquanto simpatizantes gritavam "O povo está com Lucho!".

Pouco antes, uma tanqueta do Exército tentou derrubar o portão da sede do Executivo. Zúñiga saiu caminhando e, horas depois, as tropas e blindados foram retirados da Plaza Murillo, enquanto a suposta tentativa de ruptura fracassava e a comunidade internacional condenava, em peso, a mobilização militar. No entanto, ao ser preso no início da noite, sem apresentar provas, o general denunciou que tudo não passou de farsa. Arce também havia acabado de juramentar uma nova cúpula militar.

"No domingo (23/6), eu me reuni com o presidente. Ele me disse: 'A situação está muito f..., esta semana será muito crítica. É necessário preparar algo para levantar minha popularidade'", contou Zúñiga diante do vice-ministro do Interior, Jhonny Aguilera, ao ser detido. O general teria perguntado a Arce se deveria retirar os blindados dos quartéis, ao que, segundo ele, teria obtido resposta afirmativa. "No domingo à noite, os blindados começaram a sair. Seis Cascavéis e seis Urutus, e mais 14 do Regimento de Achacahi", relatou. "Está preso, meu general!", anunciou Aguilera.

Correio entrou em contato com o ex-presidente Evo Morales, que, a princípio, declinou dar declarações. "Olhe, não estou dando entrevistas. Me desculpe", disse ao telefone. "Estamos em um momento de avaliação. Peço-lhe, por favor." A reportagem insistiu e questionou Morales sobre as acusações de Zúñiga. "Lucho enganou o povo boliviano e o mundo inteiro. Essa é a opinião generalizada na Bolívia, nada mais", respondeu. Em um primeiro momento, Morales tinha denunciado um "golpe de Estado" e convocado a defesa da democracia.

Repercussão interna

José Manuel Ormachea, deputado pelo partido Comunidad Ciudadana, afirmou ao Correio que os bolivianos ficaram confusos com os desdobramentos. "Poucas pessoas entendem o que está se passando. Luis Arce deu um autogolpe, junto a Zúñiga. Temos que chamar a comunidade internacional para que Arce não se atreva a fechar o Congresso, a mudar a data das eleições de 2025, a processar legisladores ou a mandar civis para a prisão."

Senadora pelo mesmo partido, Cecilia Requena classificou como "muito graves" os incidentes. "Por mais que a situação tenha sido resolvida logo, sem violência ampliada, o fato de existir um militar que se permita uma aventura é muito grave. Parece um sintoma de um mal-estar mais generalizado na Bolívia", advertiu à reportagem.

Repercussão internacional

Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), foi enfático ao criticar a aventura golpista na Bolívia. "O Exército deve se submeter ao poder civil legitimamente eleito. Enviamos nossa solidariedade ao presidente da Bolívia, Luis Arce Catacora, seu governo e todo o povo boliviano. A comunidade internacional, a OEA e a Secretaria Geral não tolerarão nenhuma quebra da ordem constitucional legítima na Bolívia ou em qualquer outro lugar", escreveu na rede social X.

Também por meio das redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que"a posição do Brasil é clara". "Sou um amante da democracia e quero que ela prevaleça em toda a América Latina. Condenamos qualquer forma de golpe de Estado na Bolívia e reafirmamos nosso compromisso com o povo e a democracia no país irmão, presidido por Luis Arce", afirmou.

Foto: reprodução

Na tarde de hoje (26), autoridades bolivianas prenderam o general Juan José Zuñiga, responsável pela tentativa de golpe de Estado que levou militares e tanques a invadirem o palácio presidencial da Bolívia. A prisão foi testemunhada por um membro da agência de notícias Reuters.

Não se sabe para onde Zuñiga foi levado.

O general era comandante-chefe do Exército boliviano desde 2022, mas foi destituído do cargo na última terça-feira (25), pelo presidente Luis Arce, após fazer declarações contra o ex-presidente Evo Morales, dizendo que o prenderia caso ele viesse a ser novamente eleito como chefe do Executivo boliviano.

Nesta quarta-feira (26), o presidente da Bolívia, Luis Arce, afirmou que o país sofreu uma tentativa de golpe de Estado. Tanques do exército e militares armados invadiram o palácio presidencial, antiga sede do governo, e a praça Murillo, em frente ao palácio.

“O país está enfrentando hoje uma tentativa de golpe de Estado”, disse o presidente em um pronunciamento à nação. “O povo boliviano está sendo convocado hoje. Precisamos que o povo boliviano se organize e se mobilize contra o golpe de Estado”, afirmou.

De acordo com o governo do país, o responsável pelo golpe foi o ex-comandante do Exército, Juan José Zuñiga, destituído de seu cargo na última terça-feira (25). Além dele, outros dois comandantes das Forças Armadas também foram destituídos. Segundo a Reuters, o novo comandante desmobilizou as tropas e os tanques começaram a se retirar do palácio presidencial e da praça Murillo, em frente ao palácio.

Declaração de Zuñiga

O agora ex-comandante do Exército disse a TVs locais que seu movimento era uma “tentativa de restaurar a democracia” na Bolívia e de libertar prisioneiros políticos.

“Os três chefes das Forças Armadas vieram expressar nossa consternação. Haverá um novo gabinete de ministros, certamente as coisas mudarão, mas nosso país não pode mais continuar assim”, declarou o militar. “Parem de destruir, parem de empobrecer nosso país, parem de humilhar nosso Exército”.

Na última segunda-feira (24), Zuñiga afirmou que prenderia Evo Morales caso o ex-presidente ganhasse as eleições do país. Na terça-feira (25), senadores anunciaram um processo judicial contra o militar.

Irmãos Batista | Foto: divulgação

A empresa Fluxus, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, anunciou a compra da Pluspetrol Bolívia, uma petroleira privada que opera 412 mil barris de óleo equivalente por dia e possui três campos na bacia Tarija-Chaco, na Bolívia. De acordo com o CEO da Fluxus, Ricardo Savani, o objetivo é criar uma multinacional latino-americana de óleo e gás.

“A aquisição da Pluspetrol Bolívia cria uma base sólida para a expansão das nossas atividades de exploração e produção no país, fortalecendo nossa presença na região e ampliando nosso alcance no mercado”, disse Savani.

Os três campos da Pluspetrol possuem a produção atual de cerca de 100 mil metros cúbicos de gás natural por dia, com potencial para mais de um milhão de metros cúbicos diários. Além disso, seus ativos incluem duas estações de tratamento de gás com capacidade de transporte da produção para os mercados boliviano, brasileiro e argentino.

Foto: O Alto Acre/reprodução

Na noite da última terça-feira (28), um homem de 53 anos, apelidado de “rei da maconha”, foi enviado a Recife (PE) após ser preso em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. O indivíduo é membro da facção Comando Vermelho e um dos principais fornecedores de drogas de Pernambuco. Segundo a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) do estado, o suspeito era procurado em mais de 40 países.

A prisão ocorreu no último sábado (25), durante uma operação da Ficco com apoio da Força Especial de Combate ao Narcotráfico (FELCN) boliviana.

O “rei da maconha” é investigado por roubo e assalto a bancos, porte ilegal de arma de fogo de calibre restrito, tráfico de drogas, uso de documento falso e falsificação de documento público. Ele estava foragido do sistema penitenciário desde abril de 2022.

Tendo chegado ao seu estado natal, ele foi encaminhado para o sistema penitenciário e está à disposição da Justiça.

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