O jornalista Tácio Lorran, do Estadão, revelou que a ex-deputada federal e atual secretária de Aquicultura do governo Lula (PT), Tereza Nelma (PSD), enviou R$ 1,3 milhão em emendas parlamentares para a Organização Não Governamental (ONG) Instituto Guerreiros Pela Vida, presidida por Emanuelle Gomes, que foi sua assessora na Câmara dos Deputados entre fevereiro de 2019 e setembro de 2020.
Além da assessora, outras cinco pessoas que participam do conselho de dirigentes da ONG trabalharam no gabinete de Tereza Nelma na Câmara dos Deputados. Atualmente, Emanuelle ganha R$ 10 mil atuando no gabinete de Teca Nelma, filha mais nova da ex-deputada federal.
A apuração do Estadão descobriu que o Instituto Guerreiros Pela Vida já recebeu R$ 1,4 milhão dos Ministérios da Cultura, da Mulher e dos Direitos Humanos em cinco convênios. Do total, R$ 1,3 milhão é relativo às emendas de Tereza. O repasse do dinheiro teria sido para a elaboração de artesanato, música e empreendedorismo com foco em mulheres em situação de vulnerabilidade social, jovens e membros da comunidade LGBT.
A organização em questão foi fundada em 2006, com o nome de Instituto Baobá, mas até 2023 nunca tinha recebido dinheiro do governo federal. A mudança no nome veio depois de Tereza Nelma não se eleger em 2022. “Guerreiras Pela Vida” era a nomenclatura do gabinete da ex-parlamentar quando estava em Maceió.
A secretária de Aquicultura negou irregularidades no envio e disse que as emendas foram destinadas a dezenas de ONGs que têm como mote a inclusão e o combate às desigualdades.