Vídeo mostra agressão de professor a criança autista em escola do Rio; mãe diz que filho ainda lida com o trauma — Foto: Reprodução/Fantástico
Uma criança de 11 anos com transtorno do espectro autista foi agredida por um professor de capoeira durante uma aula no Centro Educacional Meirelles Macedo, em Guaratiba, zona oeste do Rio de Janeiro. O caso ocorreu em setembro do ano passado, mas só veio à tona após a mãe do menino, Joyce Siqueira, denunciar a agressão meses depois.
Segundo Joyce, o filho Guilherme teve dificuldades ao realizar um exercício e acabou se irritando após colegas se recusarem a entregar uma bola. A confusão terminou com o professor, Vitor Barbosa, aplicando uma rasteira no menino, imobilizando-o e segurando-o pelo pescoço, conforme relatado pela mãe.
A escola suspendeu o aluno por dois dias, alegando desrespeito e agressão a colegas, e só marcou uma reunião com a família cinco dias após o ocorrido. Joyce só teve acesso às imagens da aula seis meses depois, durante uma audiência. “Eu vi o que ele fez com meu filho”, contou, emocionada.
A defesa do professor afirma que a ação foi uma técnica de imobilização. A escola informou que tomou as medidas cabíveis e que o profissional não faz mais parte da instituição.
Após o episódio, Guilherme não conseguiu se adaptar a outra escola e hoje estuda em casa. Segundo a mãe, ele passou a apresentar crises de comportamento inéditas após a agressão.
Especialistas alertam para os impactos da violência escolar em crianças autistas, como aumento da ansiedade e dificuldades de aprendizagem. Em contraste, escolas como a Municipal Rubens Berardo, no Complexo do Alemão, são exemplos de acolhimento e respeito às necessidades desses alunos, com planos individualizados e presença de acompanhantes em sala.
“A escola é lugar para as crianças autistas. Elas têm direito à educação e acolhimento”, destaca o doutor em educação Lucelmo Lacerda.