Trump e Musk na coletiva em que bilionário anunciou saída do governo. | Evan Vucci/AP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou estar muito desapontado com Elon Musk - nesta quinta-feira (5) no Salão Oval da Casa Branca. Os dois chegaram a fazer uma entrevista coletiva juntos na semana passada para anunciar a saída do bilionário da gestão republicana.

"Veja, Elon e eu tínhamos um ótimo relacionamento. Não sei se ainda teremos", afirmou Trump, que disse ainda que ajudou muito Musk. Ele minimizou os esforços do bilionário para elegê-lo, no ano passado, alegando que teria vencido na disputada Pensilvânia mesmo sem a ajuda do empresário, que gastou pelo menos US$ 250 milhões em apoio à sua campanha.

Musk rebateu Trump ao vivo, por meio de sua rede social X. "Sem mim, Trump teria perdido a eleição, os democratas controlariam a Câmara e os republicanos teriam 51 a 49 no Senado", afirmou.

A relação entre Trump e Musk parece ter azedado após a saída do bilionário do governo republicano.  Se a despedida foi marcada por elogios, desde então, Musk tem criticado duramente o que Trump chama de seu “Grande e Belo Projeto de Lei”, um megaprojeto de lei orçamentária enviado ao Congresso dos EUA.

A Câmara aprovou a proposta por apenas um voto. O Senado, que também tem maioria republicana, deve analisá-la no próximo mês. Musk chamou o projeto de repugnante.

“Ele conhecia todos os aspectos desse projeto. Conhecia melhor do que quase qualquer um, e nunca teve problema até sair”, afirmou Trump nesta quinta.

Musk respondeu Trump mais uma vez. “Falso, esse projeto nunca me foi mostrado nem uma vez e foi aprovado no meio da noite tão rapidamente que quase ninguém no Congresso conseguiu sequer lê-lo!”, escreveu no X.

Ele continuou dizendo que Trump poderia manter os cortes de gastos, mesmo os cortes que tiram os incentivos para veículos elétricos, mas deveria livrar-se da "montanha de gastos nojentos no projeto".

O bilionário já havia classificado o texto como “escandaloso e eleitoreiro". Segundo Musk, o megaprojeto de lei orçamentária promovido por Trump aumentará o déficit dos EUA em US$ 2,5 trilhões e deixará os americanos sobrecarregados por uma “dívida esmagadoramente insustentável”. Ele também acusou o Congresso de estar levando o país à falência.

De acordo com o Escritório de Orçamento do Congresso, ao manter os cortes de impostos de 2017, a maior marca legislativa do primeiro governo Trump, o projeto deve gerar um impacto de US$ 3,8 trilhões na dívida nacional, que já chega a US$ 36,2 trilhões.