Ailton Graça como Antônio Carlos Bernardes Gomes em 'Mussum, o filmis' — Foto: Divulgação

Muitas vezes o ator mergulha tão profundamente no personagem que fica difícil decifrar quem é quem. E foi exatamente isso que aconteceu com Ailton Graça  interpretando Antônio Carlos Bernardes Gomes, mais conhecido como Mussum.

Não é à toa que ele recebeu o Kikito de Ouro de melhor ator, no Festival de Gramado 2023 , e ser ainda sucesso de crítica. Ainda tentando entender tudo o que está rolando, Ailton se diz em estado de êxtase com seu primeiro protagonista em 20 anos de carreira.

"Estou vivendo como se a Terra fosse acabar amanhã. Quero viver todos esses momentos, acho que é uma coisa gigante. Não sei se a gente está fazendo história, vou descobrir lá na frente. Mas viver essa comoção, essa mobilização do Brasil inteiro... Tem cinemas que já venderam tudo para hoje [2 de novembro, estreia nacional do filme]. Não sei exatamente o que está acontecendo, só sei que quero fazer parte dessa grande celebração ao Mussum", disse Ailton.

'Me chamaram de pai'

Durante as filmagens de "Mussum, o filmis", Ailton descreve um momento emocionante e que legitimou seu trabalho com o personagem. Ele conta que ao encontrar Antônio Carlos, o Mussunzinho, Sandro Gomes e Augusto Gomes, três dos cinco filhos do humorista, pela primeira vez, eles o chamaram de pai.

"Eles me abraçaram e pediram a bênção! Foi na gravação da cena final, dentro da quadra da Mangueira, eu caracterizado de Mussum, colocando o microfone, eles tocaram no meu ombro - era a primeira vez que eles estavam no set -, quando olhei para trás, eles me olharam e falaram: 'Pai, a bênção'", lembra.

O ator contou ainda que o diretor Silvio Guindane quis captar o momento emocionante.

"Foi um chororô. A gente se abraçou. Falei para o diretor que não conseguia gravar, estava com a voz embargada. Ele falou: 'Ah, é? Liga a câmera! Microfona o Ailton porque quero a cena assim'. Falei que não dava, estava chorando demais, mas a gente foi pro set gravar", lembra.

Primeiro protagonista

Ailton é um ator consagrado. Em sua trajetória artística, ele deu vida a personagens inesquecíveis e que marcaram a dramaturgia brasileira. Entretanto, desenvolver o primeiro protagonista, como ele mesmo está dizendo "pretagonista" (misturando as palavras preto com protagonista), tem um significado, uma responsabilidade e um gosto especial.

"Nunca fui protagonista em nenhum trabalho, mas isso nunca foi uma questão. Tive vários prêmios com vários trabalhos na teledramaturgia, Xana Summer (Império), o Feitosa (América), o Silas (Avenida Brasil), o Quirino (Flor do Caribe)... A gente sempre espera protagonizar algum tipo de trabalho, dar vida a pessoas. Meu maior desejo é ainda fazer (um protagonista) sem que esteja escrito embaixo: 'tem que ser um negro', que precise de um ator para desenvolver o personagem, quero fazer outros protagonistas que sejam, simplesmente, pessoas", diz.

"No Mussum, precisava mesmo que fosse um ator negro para desenvolver. Dentro das nossas pautas que hoje estão ocupando bastante espaço na mídia, foi importante fazer e saber que está tendo essa adesão no Brasil de pessoas dizendo que vão assistir", explicou.

Muito além do 'Cacildis'

Fã de Mussum, Ailton revelou que virou mangueirense por causa do humorista. Para o filme, além de levar a famosa forma do humorista brincar com as "palavris", ao ver vídeos de Antônio Carlos antes de se tornar Trapalhão, na época que cantava e integrou o grupo Os Originais do Samba, o ator notou uma alegria diferenciada e que refletia no jeito de sambar. Ele levou isso para o filme.

"O jeito de sambar. Quando ele cantava, ele ficava tão inebriado pela alegria que ele começava a saltar, era característico dele."

"Nossa maior preocupação foi contar a história do Antônio Carlos Bernardes Gomes. Contar a trajetória de uma pessoa periférica que atingiu um sucesso estrondoso, que nem ele mesmo se deu conta. Ele já era gigante quando estava nos Os Originais do Samba, tinha ganhado o mundo, fazendo show atrás de show, depois entrou na Escolinha do Professor Raimundo e depois ainda mergulhou mais, durante 25 anos, dando vida ao Mussum. A gente precisava homenagear esse gênio do humor."

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