Policiais ao lado de foco de incêndio durante protesto contra reforma da Previdência na França
-REUTERS/Yves Herman

O partido de extrema-esquerda francês França Insubmissa (LFI), que liderou a coalizão de esquerda vencedora das eleições, tomará novas medidas legislativas nesta terça-feira (23) para anular as contestadas mudanças nas pensões do presidente Emmanuel Macron e reverter o aumento da idade legal de aposentadoria de 62 para 64 anos, disse seu principal legislador.

O cancelamento da reforma – que visa proteger as finanças do Estado e aumentar a produtividade – é um dos principais projetos do campo de esquerda francesa, que emergiu como a força mais forte nas eleições legislativas antecipadas do mês passado, embora não tenha conseguido a maioria.

“Vamos, hoje, apresentar uma proposta legal para cancelar as reformas previdenciárias”, disse Mathilde Panot, que dirige a França Insubmissa na câmara baixa do parlamento, à rádio France Inter.

A reforma resultou em violentos protestos de rua no ano passado, devido à oposição generalizada dos trabalhadores.

O projeto de lei da LFI, que provavelmente não será votado antes de setembro, necessitaria do apoio de legisladores fora da coligação de esquerda da Nova Frente Popular para ser aprovado.

O partido de direita Reunião Nacional também fez campanha para reduzir a idade de reforma, enquanto o bloco centrista de Macron e outros políticos de centro-direita disseram que se oporiam a tal medida.

A França encontra-se num estado de impasse parlamentar desde a decisão de Macron de convocar as eleições, sendo provável que o atual governo desempenhe as suas funções durante todo o verão na qualidade de interino.

 

Marine Le Pen comemora após boca de urna indicar liderança da extrema direita na eleição francesa — Foto: Yves Herman/Reuters

O partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, saiu na frente no primeiro turno das eleições parlamentares realizado neste domingo (30), com 33% dos votos, informou o Ministério do Interior francês.

De acordo com a agência de notícias Reuters, a Nova Frentre Popular, de esquerda, ficou com 28% dos votos e o bloco centrista do presidente Emmanuel Macron atingiu 20%.

O pleito teve recorde de participação em 40 anos e a concretização do favoritismo do grupo político de Le Pen.

Antes mesmo da divulgação dos resultados, Macron sugeriu uma aliança ampla entre "candidatos republicanos e democráticos" para o segundo turno das eleições, que acontecem em 7 de julho. Já Marine Le Pen  pediu aos franceses que deem a maioria absoluta no Parlamento à sua sigla no segundo turno.

O cenário pode tornar o governo de Macron inviável na prática.

O presidente da França, Emmanuel Macron. Foto: Prakash Singh/Bloomberg/Getty Images

O presidente francês, Emmanuel Macron,  anunciou neste domingo (9) a dissolução do Parlamento do País e a convocação de novas eleições legislativas para o fim deste mês. A decisão ocorre após a vitória da extrema direita local na votação que escolheu a nova formação do Parlamento Europeu.

Dissolvendo a Assembleia Nacional (equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil) e convocando novas eleições, Macron pretende reverter o fato de não ter maioria na Casa, o que dificulta que o governo aprove leis mais complexas.

Mas a manobra é arriscada: alguns de seus antecessores que dissolveram o Parlamento viram a oposição (normalmente de esquerda) ganhar espaço, e até conquistar a maioria, como ocorreu com François Mitterrand e Jacques Chirac. Hoje quem está do outro lado do campo político é uma extrema direita que tem ganhado espaço, força e, sobretudo, votos.

Com a decisão, Macron destituiu todos os deputados que atualmente estão no cargo e ficariam até 2027, quando a França realizaria novas eleições parlamentares e também presidenciais.

Macron afirmou, em seu pronunciamento, ter consultado o artigo 12 da Constituição francesa. O trecho citado permite que o presidente, "após consulta ao primeiro-ministro e aos presidentes das assembleias, pronunciar a dissolução da Assembleia Nacional".

O artigo aponta, ainda, que "as eleições gerais ocorrem no mínimo vinte dias e no máximo quarenta dias após a dissolução" e que "não pode haver o procedimento de uma nova dissolução no ano seguinte a essas eleições".

A votação está prevista para o dia 30 de junho, e caso algumas disputas precisem de um segundo turno, ele ocorrerá em 7 de julho. Durante o pronunciamento, Macron afirmou que o resultado das urnas foi ruim “para os partidos que defendem a Europa”, e que a decisão de adiantar as eleições, previstas inicialmente para 2027, foi um “ato de confiança” no país.

Ainda na noite de domingo, o presidente se reuniu com integrantes do governo para discutir os próximos passos, além dos detalhes sobre a campanha.

O presidente da França, Emmanuel Macron. Foto: Prakash Singh/Bloomberg/Getty Images

O presidente francês, Emmanuel Macron, diz que está pronto para reconhecer um Estado palestino – mas apenas após reformas na Autoridade Palestina.

Macron falou com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, na quarta-feira (29)- e ofereceu a “perspectiva de reconhecimento” se a Autoridade Palestina “implementar as reformas necessárias”, de acordo com o Palácio do Eliseu.

Macron também destacou a Abbas o compromisso da França em construir uma “visão comum” e “garantias de segurança” para palestinos e israelenses.

Os comentários do líder francês vêm depois que Irlanda, Noruega e Espanha reconheceram formalmente um estado palestino.

“Considero que esse reconhecimento deve vir em um momento útil, num momento em que faz parte de um processo em que os Estados da região e Israel estão envolvidos e que permite, com base em uma reforma da Autoridade Palestina, produzir um resultado útil. Eu não vou fazer um reconhecimento emocional”, disse Macron.

Lula e presidente da França, Emmanuel Macron, participam de evento de lançamento de submarino em Itaguaí - Foto: Pablo Porciuncula/AFP

presidente da França, Emmanuel Macron, será recebido nesta quinta-feira (28) com honras de chefe de Estado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de encontrar indígenas no Pará, inaugurar o terceiro submarino franco-brasileiro no Rio e conversar com empresários e jantar com celebridades em São Paulo, Macron passará para a última fase de sua visita ao Brasil em Brasília, com uma agenda repleta de temas políticos, alguns deles delicados.

Um assunto latente na agenda bilateral é o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Segundo interlocutores da diplomacia francesa, Macron dirá a Lula que seu país não está preparado para esse tratado. Sob pressão dos produtores, o presidente da França deixará claro que, pelo menos por enquanto, não dará aval ao que foi negociado, alegando que os membros do bloco sul-americano precisam assumir compromissos adicionais ligados ao meio ambiente.

A guerra na Ucrânia é outro assunto que expõe divergências entre Brasil e França. Enquanto a União Europeia — que tem os franceses como membros — defende a aplicação de sanções econômicas contra a Rússia, por ter invadido o território ucraniano há mais de dois anos, o Brasil afirma que esse tipo de punição só pode ocorrer com a aprovação das Nações Unidas. A expectativa é que Macron peça a Lula para conversar com o presidente russo, Vladimir Putin, para que o conflito tenha um fim.

A situação no Oriente Médio também será lembrada. Brasil e França concordam que é preciso um cessar fogo para acabar com a crise humanitária na Faixa de Gaza, causada pelo conflito entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas.

Outras pautas

A situação na Venezuela e no Haiti entrarão na pauta. Brasil e França participaram das conversas para a assinatura do Acordo de Barbados, entre governo e oposição venezuelanos, que prevê a realização de eleições livres e justas no país. Já os haitianos sofrem com a atuação de líderes das gangues que controlam parte do país.

Lula e Macron devem assinar cerca de 15 atos após a reunião bilateral que terão no fim da manhã. Um deles é um protocolo de intenções de combate a fake news. Os dois presidentes devem conversar sobre o crescimento da extrema-direita no mundo.

Visita a Belém do Pará

Em seu primeiro dia de visita ao Brasil, Macron desembarcou, na terça-feira, em Belém, que em 2025 vai sediar a Conferência Mundial sobre o Clima (COP30). Foi recebido pelo presidente Lula.

Na manhã do dia seguinte, acompanhado por Lula, foi a Itaguaí, participar da inauguração do submarino Tonelero. À tarde, sem a companhia do presidente brasileiro, Macron foi a São Paulo, onde se reuniu com empresários e se encontrou com personalidades francesas e brasileiras.

O presidente da França encerra uma visita de três dias a quatro cidades na capital federal. Após a reunião com Lula e a assinatura de atos, Macron será homenageado com um almoço no Itamaraty. Em seguida, terá um encontro, no Senado, com o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco.

 

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