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Os jovens da geração atual não adquirem conhecimentos básicos de informática e muitos sequer conseguem escrever um e-mail com linguagem mais formal, segundo a pesquisadora em Ciências da Informação e Comunicação, Anne Cordier, e a especialista em Educação Digital, Yasmine Buono.
A afirmação de Cordier, que já trabalhou com alunos do CP ao ensino médio, é reforçada pelo que diz a professora de literatura e formadora em usos digitais, Cécile Cathelin. De acordo com ela, muitos estudantes do ensino secundário consideram complicado “abrir um documento no Word”.
Yasmine diz que os jovens possuem um uso recreativo das tecnologias, mas não conseguem aplicá-las em escritórios ou de maneira mais profissional, chegando ao ponto de não saberem usar nem mesmo expressões mais educadas.
Toda essa situação pode ter piorado durante a quarentena, em decorrência da pandemia de covid-19, tendo em vista que o ensino online passou a ser bastante comum. Com isso, alunos teriam mostrado dificuldade em tarefas mais simples, do dia a dia.
Em um seminário virtual de maio de 2021, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) tomou como base o relatório Leitores do Século 21 - Desenvolvendo Habilidades de Alfabetização em um Mundo Digital e informou que a geração de “nativos digitais” é incapaz de compreender nuances e ambiguidades em textos online.
Segundo os dados, os mais novos também não conseguem localizar materiais confiáveis em buscas de internet, avaliar a credibilidade de fontes de informação ou mesmo distinguir fatos de opiniões.
O referido relatório expôs as habilidades de interpretação de texto dos alunos de 15 anos que foram avaliados no Pisa, em 2018, em 79 países, incluindo o Brasil.