Matthew Miller | Imagem: reprodução
Durante uma coletiva de imprensa no Departamento de Estado americano, o porta-voz do governo dos Estados Unidos, Matthew Miller, disse que o país discorda da declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que comparou os ataques realizados na Faixa de Gaza ao holocausto.
“Obviamente, nós discordamos desses comentários. Fomos bastante claros que não acreditamos que um genocídio ocorreu em Gaza. Queremos ver o conflito encerrado quando for possível. Queremos ver aumento de ajuda humanitária para civis em Gaza. Mas não concordamos com esses comentários”, disse Miller, em resposta à pergunta de um jornalista que o questionou sobre se o assunto seria tema das conversas entre Lula e o secretário de Estado Antony Blinken.
O encontro entre o presidente brasileiro e o secretário americano acontecerá amanhã (21), mas Blinken desembarca hoje no Brasil. Leia mais sobre o assunto aqui.
Foto: Reuters/Ueslei Marcelino
Até o final da última segunda-feira (19), 108 deputados já haviam assinado o pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A reunião de assinaturas de políticos da oposição e da base aliada teve início após o pronunciamento do chefe do executivo, quando comparou os ataques de Israel na Faixa de Gaza ao holocausto ocorrido durante a 2ª Guerra Mundial.
A oposição justifica o pedido de impeachment alegando que Lula expôs o Brasil ao perigo de guerra, conduta que configuraria como crime de responsabilidade. Hoje (20), a petição deve ser protocolada.
Apesar disso, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), ainda não disse publicamente o que vai fazer em relação ao pedido. A expectativa da base aliada é de que ele não faça nada.
Daniel Zonshine | Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, disse que a relação entre os países se deteriorou depois da declaração feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no último domingo (18), quando comparou o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o holocausto.
“A relação política é importante, mas não é a única. São vários setores envolvidos: economia, tecnologia, defesa, por exemplo. Não cortamos relações, mas a corda está frágil”, disse Zonshine ao Estadão.
Em resposta, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que Lula desonrou a memória dos judeus assassinados pelos nazistas. “Ele demonizar o Estado judeu como o antissemita mais virulento. Ele deveria ter vergonha de si mesmo”, declarou.
Depois do ocorrido, Netanyahu chamou o embaixador brasileiro para uma “conversa de repreensão”. Apenas depois o Itamaraty deve se pronunciar.