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Um estudo publicado pela República.org mostrou a alta incidência de mulheres que se dizem vítimas do assédio sexual e da violência psicológica no serviço público federal.
O levantamento, que ouviu 282 mulheres, revelou que 28,3% das respondentes vivenciaram no ambiente de trabalho assédio sexual e 30% delas sofreram com violência psicológica.
Também foi encontrado que 15,5% relataram ter sofrido violência política.
O estudo, que faz parte de uma pesquisa mais ampla ainda em andamento, foi desenvolvido pelas cientistas políticas Michelle Fernandez e Ananda Marques entre novembro e dezembro de 2023.
As respostas das mulheres entrevistadas apontam que mais da metade identificou a discriminação por gênero (55,1%) no ambiente de trabalho.
“Alcançar a igualdade de gênero no serviço público é fundamental para a produção de políticas públicas mais justas e eficientes para todas as pessoas”, afirmou Michelle Fernandez.
O estudo
O estudo, chamado “Mulheres e liderança na burocracia federal”, trouxe dados que evidenciam a falta de equidade dentro do serviço público federal. “Nosso objetivo principal era analisar o perfil das mulheres em cargos de liderança no governo federal e identificar os principais fatores que influenciam suas trajetórias”, explica Ananda Marques.
O perfil médio das mulheres que responderam a pesquisa mostrou que a maioria ocupa um cargo de chefia (64,1%), tem entre 31 e 50 anos (76,1%), é branca (69,4%), casada (57,1%), sendo mãe ou madrasta (73,9%). Além disso, um alto percentual tem especialização ou mestrado (71,4%), com renda acima de 10 salários mínimos (77,1%).
A maioria das entrevistadas no estudo teve uma chefe imediata mulher (87,4%), porém, 70% dessas considerou que a experiência de ter uma chefe imediata foi minoritária ao longo da carreira. Além disso, 10% do total delas nunca foi chefiada por uma servidora.
Sobre os fatores que dificultaram a ascensão a um cargo de chefia, aparecem a discriminação por gênero (40,8%), a conciliação do trabalho com a maternidade (38,3%) e a sobrecarga do trabalho doméstico (28%).
Para as pesquisdoras, os dados preliminares da pesquisa revelam que o debate sobre cuidado, o enfrentamento das violências machistas, da discriminação de gênero e dos assédios moral e sexual são as maiores dificuldades que as mulheres vivenciam ao longo de suas carreiras.
“Portanto, os desafios para a entrada, a permanência e a promoção das mulheres no serviço público estão intrinsecamente relacionados com a necessidade de transformação de questões estruturais na nossa sociedade”, argumentou Michelle Fernandez.
Leon Neal/Getty Images
Mais de um terço dos reféns ainda detidos pelo grupo extremista Hamas na Faixa de Gaza estão mortos, de acordo com um levantamento do governo israelense divulgado nesta terça-feira (4/6). Israel lamentou ainda a informação, divulgada na véspera, da morte de outros quatro detidos.
Das cerca de 250 pessoas sequestradas no enclave palestino durante o ataque do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro, várias dezenas foram libertadas graças a uma trégua concluída em novembro, enquanto outros foram resgatados – vivos ou mortos – pelas tropas israelenses.
Segundo Israel, 120 pessoas ainda estão sendo mantidas refém, 43 das quais foram declaradas mortas pelas autoridades israelenses com base em várias fontes, incluindo informações do serviço secreto, vídeos de câmera de vigilância ou análises médico-legais.
Autoridades israelenses disseram que o número de mortes pode ser maior.
O Hamas, que no início da guerra ameaçou executar prisioneiros em retaliação aos ataques aéreos israelenses, afirma que os bombardeios causaram a morte dos sequestrados.
Israel, que não excluiu a hipótese em certos casos, declarou que alguns dos corpos de cativos encontrados apresentavam sinais de execução.
Eleitores fazem fila para entrar em local de votação em Moscou, na Rússia. — Foto: Reuters
Após a divulgação dos primeiros resultados oficiais que apontam a vitória de Vladimir Putin em eleição presidencial na Rússia neste domingo (17), a Casa Branca sede do governo dos EUA, disse que o pleito "obviamente não foi livre nem justo".
Ao criticar o processo eleitoral, os Estados Unidos ressaltaram que Vladimir Putin prendeu seus oponentes e impediu que outros concorressem contra ele".
Putin venceu a eleição com 87,97% dos votos, de acordo com os primeiros resultados oficiais divulgados neste domingo. Com isso, o atual presidente se manterá no poder até 2030.
O presidente da Ucrânia, Volodymir Zelenky também se manifestou sobre o resultado. Para o mandatário, não há legitimidade no processo — o qual ele chamou de "imitação de eleições". A afirmação de Zelensky ocorre em meio às ofensivas da Rússia contra a Ucrânia, em uma guerra que dura mais de dois anos.
O governo da Alemanha já havia chamado o processo de "pseudo-eleição" e afirmado que o pleito "não é livre e nem justo".
O Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido, por sua vez, afirmou que "ao realizar eleições ilegalmente em território ucraniano, a Rússia demonstra que não está interessada em encontrar um caminho para a paz".
"O Reino Unido continuará a fornecer ajuda humanitária, econômica e militar aos ucranianos que defendem a sua democracia", conclui a pasta, em publicação no X.