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Um estudo publicado recentemente na revista científica Diabetologia verificou que passar muito tempo parado, seja sentado ou deitado, faz mal para a saúde, podendo aumentar o risco de se ganhar peso, ter diabetes tipo 2, câncer e até mesmo uma morte precoce. Foram analisados os dados de mais de 2.300 voluntários, todos com uma faixa de 60 anos de idade. Um quarto dos colaboradores tinha diabetes tipo 2.
Durante o estudo, os pesquisadores da Universidade de Tecnologia Swinburne, em Melbourne, na Austrália, monitoraram as atividades dos participantes durante oito dias, utilizando um medidor em suas coxas. Foi calculado o tempo total que cada um passou sentado, em pé e dormindo. A pesquisa também levou em consideração o histórico de tabagismo, a escolaridade e a dieta alimentar, que poderiam afetar os resultados.
Comparando os marcadores de saúde, como a circunferência da cintura e os níveis de glicose e insulina dos voluntários, chegou-se à conclusão de que os que estavam classificados como “ótimos” passavam menos tempo sentados e mais tempo em pé, e “um tempo substancialmente maior sendo fisicamente ativo”.
Os voluntários com diabetes tipo 2 e que tinham “composições ideais em média” também favoreciam maiores níveis de tempo de sono.
“O comportamento sedentário está negativamente associado à saúde cardiometabólica. Menos tempo sedentário e mais tempo participando de atividades físicas estão associados à melhora da glicose plasmática, sensibilidade à insulina, níveis de insulina, percentual de gordura e níveis de triacilglicerol e colesterol", escreveram os pesquisadores.
Com os resultados, chegou-se às seguintes conclusões:
Os benefícios das medidas só aparecem quando elas são realizadas com regularidade. Assim, pode haver uma melhora na saúde cardiometabólica.
Sargento Everaldo e pé direito com dedos amputados
Na próxima quarta-feira (10), acontecerá o sorteio da rifa que visa arrecadar R$ 52 mil para custear tratamentos de saúde do sargento Everaldo Silva dos Santos, que está atualmente na reserva do 10° Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Alagoas. Até o momento, apenas 50% das cotas foram vendidas.
Por ter diabetes, o militar precisou amputar três dedos do pé após sofrer uma infecção causada por um prego. Ele também foi diagnosticado com retinopatia diabética proliferativa com edema macular associado, um problema na visão que causa coágulos na retina. A rifa foi criada por causa da urgência dos tratamentos. Cada bilhete custa R$ 5.
Leia mais sobre o caso e saiba os tratamentos pelos quais o sargento passará: Rifa é realizada para ajudar no tratamento de sargento do 10º BPM de Palmeira dos Índios.
É possível adquirir os bilhetes através do site da rifa, aqui. O sorteio será realizado no perfil do Instagram da filha do sargento: @amandapessoadireito.
Os primeiros cinco vencedores serão premiados. O 1° lugar ganhará dois carneiros; os 2° e 3° ganhadores, receberão um carneiro cada; o 4° lugar ganhará um procedimento no Stúdio Samara Tenório; por fim, o 5° lugar levará um kit de almofadas da Josy Decorações.
Abaixo, assista ao vídeo de como participar:
Apesar de um grande facilitador na vida de papais, mamães e cuidadores, as telas causam prejuízos aos pequenos | Crédito: Pexels
Um estudo realizado por pesquisadores neozelandeses, que acaba de ser publicado no periódico científico Pediatrics, revela que o uso excessivo de telas na infância pode ter impactos a longo prazo, resultando no aumento do risco de desenvolver síndrome metabólica na vida adulta.
Ou seja, um grupo de condições que aumentam o risco de doença cardíaca, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e diabetes.
Os resultados obtidos pelos cientistas mostram que quanto maior o tempo de tela na juventude, mesmo que na vida adulta escolha-se ver menos, há um perigo maior em desenvolver a síndrome metabólica.
Os comportamentos sedentários estão associados à obesidade e ao condicionamento físico ruim, mas, segundo os autores, faltavam estudos de seguimento por um longo período. Para suprir essa lacuna, eles acompanharam um grupo de quase mil voluntários nascidos entre 1972 e 1973 até completarem 45 anos.
Durante uma década, dos cinco aos 15 anos, eles e seus pais responderam periodicamente a questionários sobre a quantidade de horas que assistiam TV por dia, o tempo dedicado à prática de atividade física, o status socioeconômico, entre outras informações. Posteriormente, repetiram a enquete aos 32 anos de idade.
Os que assistiam mais de três horas diárias eram mais propensos a ter a síndrome. Essa diferença persistiu mesmo após ajustar dados sobre atividade física.
"Embora reconheçam que não há como estabelecer uma relação de causa e efeito, os pesquisadores sugerem que há um período sensível na vida com consequências no futuro.
“Não existe uma clareza de causa e consequência direta, pois isso pode ter acontecido por questões comportamentais associadas ao hábito de ver televisão, como sedentarismo, alimentação de pior qualidade, exposição a mais tempo de propaganda, menos contato com outras crianças e exposição à luz natural”, diz a pediatra Debora Kalman, do Hospital Israelita Albert Einstein. “Mas estamos aprendendo que existe uma memória metabólica que permanece para a vida adulta”, completa.
Segundo o artigo, comportamentos sedentários estão relacionados a uma maior ingestão energética, consumo de alimentos calóricos e bebidas açucaradas.
“Tudo isso favorece o aumento de obesidade, que pode provocar uma mudança na taxa metabólica basal e na distribuição de gordura corporal levando a uma reprogramação metabólica que pode persistir na vida adulta”, diz a especialista.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e as sociedades de pediatria recomendam limitar o uso desses equipamentos. As recomendações sinalizam o tempo máximo, e não o tempo indicado. Sempre que possível, as telas devem ser trocadas por atividades com interação com outras pessoas, atividades esportivas e ao ar livre.
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Mais de 282 mil cirurgias de amputação de membros inferiores (pernas ou pés) foram realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) de janeiro de 2012 a maio de 2023. Apenas no ano passado, os registros alcançaram a marca de 31.190 procedimentos realizados, o que significa que, a cada dia, pelo menos 85 brasileiros tiveram pés ou pernas amputados na rede pública.
Os dados fazem parte de um levantamento produzido pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), que alerta para o aumento desse tipo de procedimento em todo o país. De acordo com a entidade, há estados onde o volume de amputações aumentou mais do que 200% de 2012 para 2013.
“Os dados sugerem uma alta progressiva no número de amputações e desarticulações de membros inferiores no Brasil. O levantamento revela que os dados acumulados em 2023 projetam este ano como o pior da série histórica iniciada em 2012”, destacou a entidade.
“A probabilidade desses números serem superados em 2023 já é desenhada a partir dos dados dos 5 primeiros meses do ano. O levantamento aponta que pelo menos 12.753 cirurgias foram realizadas entre janeiro e maio deste ano, número superior aos 12.350 registros para o mesmo período de 2022”, alerta a entidade.
O estudo também acende um alerta para os cuidados voltados às doenças vasculares, como a síndrome do pé diabético. Dados da SBACV mostram que mais da metade dos casos de amputações envolvem pessoas com diabetes.
No entanto, esse tipo de cirurgia em membros inferiores pode também estar relacionado a outros fatores de risco, como tabagismo, hipertensão arterial, dislipidemia, idade avançada, insuficiência renal crônica, estados de hipercoagubilidade e histórico familiar.
Outro dado preocupante apontado pela entidade envolve o desconhecimento por parte de pacientes sobre seu estado de saúde. No mundo, a estimativa é que uma em cada cinco pessoas não sabe que tem a doença. Com isso, muitos pacientes chegam ao consultório ou aos serviços de urgência já com complicações do quadro.
“Pacientes com diabetes e úlceras nos pés apresentam taxa de mortalidade duas vezes maior em comparação com pacientes diabéticos sem úlceras nos pés. Os submetidos à amputação maior de um membro inferior apresentam baixas taxas de sobrevida”, explica a entidade.
Dados mostram que cerca de 10% dos pacientes que amputam um membro inferior morrem no período perioperatório, que inclui a fase pré-operatória, a fase operatória e o pós-operatório. Além disso, 30% morrem no primeiro ano após a amputação; 50% no terceiro ano; e 70%, no quinto. “Esse percentual pode ser maior em países em desenvolvimento, já que a procura por assistência médica costuma ocorrer quando a infecção da úlcera está avançada”.
O acúmulo de procedimentos realizados de janeiro de 2012 a maio de 2023, em números absolutos, tem maior expressão nas regiões Sudeste e Nordeste. A primeira é responsável por mais de 42% de todas as cirurgias realizadas no Brasil, com um montante de 118.962 procedimentos. Já no Nordeste, 92.265 amputações ou desmobilizações de membros inferiores foram realizados nesse período. Na sequência, vêm o Sul, com 39.952 registros; o Norte, com 15.848; e o Centro-Oeste, com 15.546 registros.
De acordo com o levantamento, o Alagoas foi a unidade federativa que mais sofreu alta no número de amputações, com crescimento de 214% na comparação entre o início e o fim da série histórica – um salto de 182 para 571 procedimentos.
Outros estados que registraram alterações expressivas no mesmo intervalo foram Ceará, com variação de 175%; Amazonas, com alta de 120%; e Bahia e Rondônia, com crescimento de 83% na comparação entre 2012 e 2022.
Em contrapartida, Roraima e Pernambuco foram os estados onde se observa a menor alta no mesmo método de análise, com crescimento de 12% e 18%, respectivamente.
Em números absolutos, os estados que mais executaram procedimentos de amputações de membros inferiores no SUS em 2022 foram São Paulo (59.114), Minas Gerais (29.851), Rio de Janeiro (24.465), Bahia (24.395), Pernambuco (18.523) e Rio Grande do Sul (16.269).
Já os estados com o menor número de registros são Amapá (376), Roraima (398), Acre (688), Tocantins (1.356) e Rondônia (1.606).
O estudo destaca que, além de representar um grave problema de saúde pública, o aumento no número de amputações traz fortes impactos aos cofres públicos, consumindo parte das verbas em saúde destinadas aos estados. Em 2022, foram gastos R$ 78,7 milhões em procedimentos desse tipo e, em toda a série histórica, foram gastos R$ 799 milhões, uma média nacional de R$ 2.962,28 por procedimento.
“No caso do diabetes, cujos pacientes são as maiores vítimas das amputações, descuido que para algumas pessoas são pequenos podem levar a grandes problemas. Um pequeno ferimento pode resultar em infecção, que evolui para um caso grave de gangrena, levantando ao risco de amputação”, alerta a entidade.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, o diabetes impacta a circulação sanguínea e gera o estreitamento das artérias, causando redução dos índices de a oxigenação e nutrição dos tecidos. Além disso, deformações nos pés e alterações de sensibilidade aumentam a chance do surgimento de pequenos ferimentos e potencializam sua evolução para casos mais graves.
Estudos apontam que 85% das amputações que têm relação com o diabetes têm início com uma lesão nos pés, que poderia ser prevenida ou tratada corretamente, evitando complicações.
A entidade considera que o atraso no diagnóstico da síndrome do pé diabético faz com que o paciente seja encaminhado ao especialista apenas quando o problema já está em estágio avançado. Pessoas com diabetes devem estar atentas aos cuidados relacionados ao controle do nível glicêmico no sangue e aos sintomas que podem ser observados em autoexames realizados diariamente.
“Grande parte dessas amputações poderiam ter sido evitadas a partir de práticas de auto-observação. O paciente bem informado, que se examina com frequência, pode reconhecer a necessidade de uma intervenção precoce já nos primeiros sintomas. Identificar sinais de alerta precoces é imprescindível para reduzir a incidência de complicações”, recomenda.
Algumas medidas, segundo a entidade, podem diminuir os riscos de complicações nos pés de pessoas diabéticas. Alimentar-se de forma equilibrada, praticar atividade física e manter o controle da glicemia, por exemplo, contribuem para uma melhora do sistema vascular como um todo.
O paciente com esse fator de risco também deve estar atento aos perigos de acidentes e adotar mudanças de comportamento, como evitar andar de pés descalços.
Confira outras medidas citadas pela entidade para a prevenção do pé diabético: