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Na manhã de hoje (5), o resultado do Pisa, programa internacional de avaliação de alunos, referente ao ano de 2022, foi divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em Paris. De acordo com os dados apresentados, os estudantes brasileiros regrediram, após a pandemia de covid-19, nas áreas da matemática, ciências e na leitura.
Matemática foi a área mais afetada, cuja nota caiu de 384 para 379, entre 2018 e 2022. 70% dos alunos possuem um desempenho matemático abaixo do considerado básico para a idade, e isso se daria porque os jovens não conseguem aplicar os conceitos matemáticos para resolver problemas cotidianos.
Apesar disso, a disciplina conseguiu subir no ranking, em relação a outros países membros da OCDE; do 71° lugar que ocupava, passou para 65°. A média da OCDE foi de 472. Neste ano, o Pisa buscou avaliar a capacidade dos alunos de usar e interpretar a matemática para o cotidiano, não o aprendizado do uso de fórmulas ou conceitos.
Em relação à leitura, o Brasil apresentou uma queda de três pontos, saindo de 413, em 2018, para 410, em 2022. Assim como em matemática, metade dos estudantes está em um nível abaixo do básico, não conseguindo identificar informações explícitas em um texto.
A área das ciências caiu um ponto, saindo de 404 para 403.
A queda da pontuação nas áreas mencionadas também foi menor do que a média dos países ricos.
690 mil estudantes de 15 anos, em 81 países e regiões do mundo, foram avaliados pelo Pisa, que realizou sua última edição no ano passado ao invés de 2021, em decorrência da pandemia de covid-19. Através dos resultados, é possível verificar o impacto que a educação sofreu antes e depois da crise sanitária que abalou o mundo.
Nas três áreas avaliadas, os países membros da OCDE apresentaram uma queda significativa. “Em duas décadas de provas do Pisa, a média da OCDE nunca havia mudado mais do que quatro pontos em matemática de uma edição para outra. Isso é o que torna os resultados de 2022 tão únicos. A queda é dramática em muitos países e a pandemia de Covid-19 parece ser um fator óbvio”, diz o relatório.
Apenas países e regiões asiáticas tiveram uma melhora nas médias, sendo eles o Japão, a Coreia e Singapura.
O relatório da OCDE também revelou que os países que fecharam escolas por menos tempo, durante a pandemia, conseguiram manter ou melhorar os resultados educacionais. O Brasil não entra nessa lista, estando entre os que pararam as aulas presenciais por mais tempo.
74% dos estudantes brasileiros responderam que passaram mais de três meses sem aulas presenciais.