Homem palestino verifica os danos em uma casa atingida por um bombardeio israelense em Zawayda, no centro da Faixa de Gaza — Foto: EYAD BABA/AFP

O Hamas está disposto a reconsiderar sua posição de que Israel se comprometa com um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza antes que um acordo entre as parte para uma trégua temporária e a troca entre reféns e prisioneiros palestinos seja assinado, afirmou um oficial sênior do grupo à rede americana CNN no sábado. A mudança no posicionamento, relatada pela primeira vez pela agência Reuters, poderia ser a chave para o êxito de um acordo até então enterrado por divergências entre as partes.

O Hamas vinha defendendo de maneira contundente que um acordo só poderia ser alcançado se ele conduzisse ao fim da ofensiva israelense no território palestino, o qual governa desde 2007. Agora, o oficial sênior — e membro da equipe de negociações — disse à CNN que o grupo aceitaria que as negociações sobre um cessar-fogo total ocorressem durante a primeira fase de qualquer acordo, o que poderia durar pelo menos seis semanas.

Falando sob condição de anonimato, a fonte explicou ainda que os negociadores garantiriam uma trégua temporária, a entrega de ajuda humanitária ao enclave palestino e a retirada das tropas israelenses da região enquanto as negociações indiretas continuassem sobre a implementação das próximas fases. Ele também afirmou que o Hamas aceitou uma proposta para iniciar as negociações sobre a libertação de homens e soldados israelenses mantidos como reféns em Gaza após no máximo 16 dias do início da primeira fase.

A mídia israelense relatou anteriormente que um esboço da proposta israelense estabelecia condições semelhantes, pontuou a rede.

Na última semana, autoridades de Israel e do Hamas se reuniram em Doha para uma nova rodada de negociações, realizadas com a mediação do Catar, EUA e Egito. O chefe do Mossad (serviços de inteligência de Israel), David Barnea, teve reuniões na capital catari na sexta, depois de o Hamas apresentar novas "ideias" para alcançar um cessar-fogo. Israel reconheceu que havia ainda "diferenças" nas negociações, mas afirmou que enviaria uma delegação novamente a Doha para continuar as discussões.

Em nove meses de guerra, os combates em Gaza só foram interrompidos durante uma pausa de uma semana no fim de novembro, no qual foram libertados mais de 100 reféns (israelenses e estrangeiros, sendo mulheres e menores, todos civis) e 240 prisioneiros palestinos. Atualmente, 116 pessoas permanecem em Gaza, incluindo 42 que, segundo os militares, estão mortas. As mediações têm esbarrado desde então nas exigências incompatíveis entre os dois lados.

Além das condições do grupo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tem afirmado que o conflito continuará até "a destruição do Hamas e a libertação de todos os reféns". O premier, que foi acusado por Doha de obstruir as negociações, é pressionado interna e externamente: os EUA, seu principal aliado, e boa parte da comunidade internacional instam um acordo para a libertação dos reféns e a suspensão dos combates em Gaza, ao passo que a extrema direita ameaçou romper a coalizão e derrubar o seu governo caso fosse aceita alguma proposta que vislumbrasse um cessar-fogo sem o fim do Hamas.

Israel confirma morte de refém isarelense sequestrado pelo Hamas em 2 de maio de 2024. — Foto: Reprodução/conta do Estado de Israel no X

Autoridades de Israel confirmaram nesta sexta-feira (2) a morte de um refém israelense mantido em cativeiro pelo Hamas na Faixa de Gaza desde o ataque do grupo terrorista em território israelense em 7 de outubro de 2023.

"Está confirmado agora que Dror Or foi assassinado, e seu corpo está retido em Gaza", publicou o governo de Israel em sua conta na rede social X. O homem, que tinha 49 anos, vivia no kibutz Be'eri, um dos mais atingidos pelo ataque do Hamas. Durante o ataque, a mulher dele morreu e dois de seus três filhos, um de 17 e outro de 13 anos, também foram sequestrados. Os adolescentes foram libertados durante a trégua de novembro.

O anúncio foi feito em meio a negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza junto com troca de reféns. Ainda não se sabe qual impacto a confirmação da morte terá nas negociações.

O governo israelense não disse como confirmou a morte de Dror Or, nem quando ela ocorreu. Segundo o jornal "The times of  Israel", anúncios dessa natureza geralmente ocorrem após as Forças de Defesa de Israel (IDF, em inglês) obterem evidências forenses adicionais que levam à determinação da morte de um refém.

Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images

As negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, que estão acontecendo em Doha, no Catar, foram interrompidas após  Israel anunciar a saída da equipe diplomática do país. A decisão veio depois que o grupo extremista Hamas rejeitou a oferta para um acordo de reféns e uma trégua na guerra.

O Hamas informou aos mediadores em Doha (Egito, Catar e EUA) que só aceita a trégua com a retirada das tropas israelenses de Gaza, a volta dos palestinos deslocados e uma troca “real de prisioneiros”.

Segundo os extremistas, Israel “não respondeu a nenhuma das exigências básicas do nosso povo e da nossa resistência (Hamas): um cessar-fogo abrangente, a retirada da Faixa de Gaza, o regresso dos deslocados e uma verdadeira troca de prisioneiros”.

Em comunicado, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu apontou que a posição do Hamas é “prova clara de que não está interessado em continuar as negociações, e um triste testemunho dos danos causados pela resolução do Conselho de Segurança da ONU”.

“Israel não cederá às exigências delirantes do Hamas”, concluiu o documento.

Conselho de Segurança da ONU | Foto: 20/02/2024 Reuters/Mike Segar

O porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU) informou que a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre Gaza será votada amanhã (22). O documento pede um cessar-fogo imediato e sustentado, bem como a libertação de todos os reféns. O referido diplomata disse que o trabalho para garantir a aprovação da medida já está em andamento, mas a Rússia ameaçou vetar.

Anteriormente, os americanos vetaram várias propostas que pediam por um cessar-fogo imediato. Um dos casos ocorreu no final de fevereiro. Na ocasião, a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, disse que a resolução argelina foi vetada porque “colocaria negociações sensíveis em perigo”.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, declarou que espera que muitos países colaborem e que a prioridade sejam os civis que estão em perigo e sofrendo.

Casas destruídas na Faixa de Gaza-      Imagem: Mahmoud Issa/Reuters

O Hamas apresentou uma proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza a mediadores e aos EUA, que inclui a libertação de reféns israelenses em troca da liberdade de prisioneiros palestinos, 100 dos quais cumprem penas de prisão perpétua, de acordo com uma proposta vista pela Reuters.

O grupo radical islâmico disse que a libertação inicial de israelenses incluiria mulheres, crianças, idosos e reféns doentes em troca da libertação de 700 a 1.000 prisioneiros palestinos, de acordo com a proposta. A libertação de “recrutas femininas” israelenses está incluída.

O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que a nova posição do Hamas se baseava em “exigências irreais”.

O Egito e o Catar têm tentado diminuir as diferenças entre Israel e o Hamas sobre como deveria ser um cessar-fogo, já que o aprofundamento da crise humanitária faz com que um quarto da população da devastada Faixa de Gaza enfrente a fome.

Em fevereiro, o Hamas recebeu um projeto de proposta das conversações de trégua em Paris que incluía uma pausa de 40 dias em todas as operações militares e a troca de prisioneiros palestinos por reféns israelenses numa proporção de 10 para um – uma proporção semelhante à nova proposta de cessar-fogo.

Israel também rejeitou esse projeto de proposta, citando o seu objetivo de longa data de não acabar com a guerra até que destruísse o Hamas, que insiste que um acordo deveria pôr fim à guerra.

De acordo com a última proposta, o grupo radical islâmico disse que chegaria a acordo sobre uma data para um cessar-fogo permanente após a troca inicial de reféns e prisioneiros, e que um prazo para a retirada israelense de Gaza seria acordado após a primeira fase.

O grupo disse que todos os detidos de ambos os lados seriam libertos numa segunda fase do plano.

Na noite de quinta-feira, o Hamas disse ter apresentado aos mediadores uma visão abrangente de uma trégua baseada no fim do que chama de agressão israelense contra os palestinos na Faixa de Gaza, no fornecimento de suprimentos e outras ajudas, no retorno dos deslocados de Gaza às suas casas e na retirada das forças israelenses.

Com a guerra agora no seu sexto mês, a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que pelo menos 576 mil pessoas em Gaza estão à beira da fome e a pressão global tem aumentado sobre Israel para permitir mais acesso à ajuda.

A guerra foi desencadeada por um ataque liderado pelo Hamas a cidades do sul de Israel, em 7 de outubro, que deixou 1.200 pessoas mortas e 253 feitas reféns, segundo dados israelenses.

Desde então, o ataque aéreo, marítimo e terrestre de Israel a Gaza matou mais de 31 mil pessoas e feriu mais de 71.500, segundo as autoridades de saúde de Gaza.

Presidente dos EUA, Joe Biden, durante cerimônia na Casa Branca — Foto: Saul Loeb / AFP

 

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, afirmou, nesta sexta-feira (1º/3), que trabalha por um cessar-fogo entre Israel e o Hamas para poder ampliar a ajuda humanitária na Faixa de Gaza. O líder norte-americano destacou ainda que o país levará comida por vias aéreas até o território afetado.

“Pessoas inocentes foram pegas em uma guerra terrível, incapazes de alimentar suas famílias, e você viu a resposta quando tentaram obter ajuda. Precisamos fazer mais”, disse Biden durante pronunciamento no Salão Oval da casa Branca.

Ele se referiu à morte de mais de 100 palestinos na quinta-feira (29/2), durante a chegada de um comboio de ajuda humanitária, quando uma multidão avançou sobre os caminhões e militares israelenses abriram fogo. Israel nega que os disparos tenham mirado as pessoas e alega que tentava dispersar a confusão.

“Nesta manhã, caminhões de ajuda humanitária entraram no norte de Gaza. Os residentes cercaram os caminhões e saquearam os mantimentos entregues. Como resultado de empurrões, correria e atropelamentos dos caminhões, dezenas de habitantes de Gaza foram mortos e feridos”, alegaram os militares de Israel.

O Hamas, porém, acusa os israelenses de terem atirado contra a multidão.

“Os Estados Unidos vão se unir aos nossos amigos da Jordânia e outros para fornecer lançamentos aéreos de suprimentos para Gaza e buscar abrir outras vias de ajuda humanitária, incluindo a possibilidade de um corredor marítimo”, reforçou o presidente dos EUA.

De acordo com Biden, a ajuda humanitária que chega atualmente em Gaza não é o suficiente para atender as necessidades das pessoas.

Segundo a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para o atendimento de palestinos, a UNRWA, cerca de 25% dos poços de águas do território foram destruídos por bombardeios, e o abastecimento de água está 7% menor do que o registrado antes do conflito.

A tensão na Faixa de Gaza se intensificou depois que membros do Hamas invadiram o território de Israel e mataram mais de 1,2 mil pessoas e fizeram outras 240 como reféns, em 7 de outubro de 2023.

O governo de Israel, desde então, tem intensificado os ataques aéreos e terrestres contra o território com o argumento de eliminação total do Hamas.

 

Foto: Hazem Bader/AFP

Na última segunda-feira (29), o alto dirigente do grupo terrorista Hamas, Taher al Nunu, disse à agência de notícias francesa AFP que quer negociar um “cessar-fogo completo” com Israel na Faixa de Gaza. Ele também declarou que, se houver um acordo e os combates terminarem, será possível falar sobre a libertação de reféns e sobre o “restante dos detalhes”.

“Falamos antes de tudo de um cessar-fogo completo e total e não de uma trégua temporária”, disse Taher al Nunu.

Ainda ontem, o primeiro-ministro do Catar declarou que será transmitido ao Hamas um marco para encerrar os combates em Gaza e prosseguir com a libertação dos israelenses mantidos reféns. A decisão teria sido tomada em reuniões com funcionários americanos, egípcios e israelenses.

Segundo Israel, 132 dos 250 reféns sequestrados pelo Hamas nos ataques de 7 de outubro de 2023 permanecem em Gaza, incluindo os corpos de pelo menos 28 pessoas que teriam morrido.

A ofensiva militar israelense já deixou uma faixa de pelo menos 26.637 mortos em Gaza até o momento. Segundo o Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas, a maioria das vítimas foram mulheres e crianças.

Parentes de pessoas sequestradas pelo Hamas participam de marcha em direção a Jerusalém no fim de semana — Foto: Ahmad Gharabli / AFP

Sob mediação do Catar, Egito e EUA, Israel e o grupo fundamentalista islâmico Hamas chegaram nesta quarta-feira (21) a um acordo para um cessar-fogo temporário em Gaza, em troca da libertação de 50 dos quase 240 reféns sequestrados pelo grupo durante o ataque de 7 de outubro, que também deixou 1,2 mil mortos em solo israelense.

"O governo de Israel está comprometido com a tarefa de trazer todos os sequestrados para casa. Na noite de hoje, o governo aprovou as linhas gerais para o primeiro passo para atingir esse objetivo, segundo o qual pelo menos 50 reféns — mulheres e crianças — serão libertados ao longo de quatro dias, durante os quais haverá uma pausa nos combates", diz o comunicado do escritório do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. "Para cada dez reféns a mais que forem libertados, haverá mais um dia de pausa nos combates."

Embora o comunicado não faça referência a quantos prisioneiros palestinos estarão envolvidos no acordo, o Hamas confirmou à agência Reuters as informações preliminares que davam conta de até 150 pessoas envolvidas na troca. A nota tampouco faz menção ao acesso de ajuda humanitária em Gaza, e ao acesso da a Cruz Vermelha aos reféns que continuarão sob custódia, garantindo seu acesso a medicamentos, mas fontes extraoficiais afirmem que o acordo também garantirá a entrada de cerca de 300 caminhões de ajuda por dia, bem como combustível adicional.

Segundo o Canal 12, citando fontes do governo israelense, a libertação e transferência dos reféns de Gaza para Israel ocorrerá em cinco etapas. Primeiro, o Hamas deverá entregá-los à Cruz Vermelha, que os levarão até representantes das Forças Armadas de Israel. Em seguida, serão submetidos a um exame médico inicial e levados a um dos seis hospitais que foram preparados para recebê-los. Lá, eles se reencontrarão com suas famílias. Nas duas últimas etapas, as autoridades avaliarão quais reféns estão em condições de relatar o que aconteceu para, só então, serem submetidos a um interrogatório.

O acordo

Antes do início das conversações, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que esperava ter "boas notícias" em breve. Antes da votação final, ele assegurou que "nós não vamos parar depois do cessar-fogo".

— Quero esclarecer: estamos em guerra, continuaremos em guerra, continuaremos em guerra até atingirmos todos os nossos objetivos. Destruiremos o Hamas, devolveremos todos os nossos sequestrados e desaparecidos e garantiremos que em Gaza não haverá nenhum partido que represente uma ameaça a Israel — afirmou o premier.

O porta-voz das Forças Armadas de Israel, Daniel Hagari, também ressaltou nesta terça-feira que o acordo não afetará o objetivo principal dos militares: eliminar o grupo terrorista. Ele também acrescentou que as famílias dos reféns seriam informadas primeiro sobre a aprovação da iniciativa antes dela vir a público.

Reuters/Ibraheem Abu Mustafa

 

Agências da Organização das Nações Unidas (ONU) pediram neste sábado (21) um cessar-fogo e acesso humanitário irrestrito em toda a Faixa de Gaza, depois que 20 caminhões transportando um carregamento de ajuda chegaram ao enclave através da passagem de Rafah.

“Pedimos um cessar-fogo humanitário, juntamente com o acesso humanitário imediato e irrestrito em toda a Faixa de Gaza para permitir que os agentes humanitários cheguem aos civis necessitados, salvem vidas e evitem mais sofrimento humano”, disse comunicado conjunto do PNUD, OMS, Unicef, UNFPA e PMA. “Os fluxos de ajuda humanitária devem ser em escala e sustentados, e permitir que todos os habitantes de Gaza preservem sua dignidade.”

A ONU saudou a entrada de 20 caminhões com ajuda humanitária para os civis da Faixa de Gaza, mas destacou que o volume não é suficiente para aliviar a deterioração da situação humanitária. A região recebeu insumos como água, alimentos e medicamentos, mas não combustível.

Desde o início da guerra de Israel, em 7 de outubro, ao menos 4 mil palestinos morreram em Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde palestino. Além disso, pelo menos 13,5 mil pessoas estão feridas na região.

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