Levantamento do Banco Central mostra aumento de apostas esportivas por parte de beneficiários do Bolsa Família | Agência Brasil
Beneficiários do programa Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões com empresas de apostas no mês de agosto de 2024. Os valores foram empregados por cinco milhões de pessoas nas chamadas “bets”, de acordo com levantamento do Banco Central (BC) divulgado nesta terça-feira (24).
Pela análise do BC, cada pessoa gastou em média R$ 100, em transferências feitas pela modalidade Pix. O levantamento ainda mostra que a grande maioria dos apostadores foram os próprios beneficiários do programa - 70% dos chefes de família.
O Banco Central ainda destaca que em comparação com outros levantamentos, as famílias de baixa renda são apontadas como as mais prejudicadas em apostas esportivas.
A avaliação recente foi feita a pedido do senador Omar Aziz (PSD-AM), que é contrário ao funcionamento de sites de apostas no país.
Pela manhã, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que a informação levantada pela autarquia é preocupante e tem pesado em dívidas familiares.
Ministro Carlos Lupi | Foto: Antônio Molina/Fotoarena/Estadão Conteúdo
O governo fará um “pente-fino” em benefícios previdenciários temporários, como o auxílio-doença, a partir de agosto deste ano, segundo o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. Esse tipo de ação deve acontecer a cada dois anos, mas os benefícios temporários não passam pelo procedimento desde 2019. O objetivo é verificar a validade dos benefícios que estão vigentes há mais tempo.
"Todo mundo que tem mais dois anos de benefício, que não é o permanente, é o temporário, ele tem necessidade de fazer um novo exame para saber se ele continua tendo aquele direito. Então isso já está começando a ser organizado. Isso vai dar em torno de 800 mil pessoas, um pouquinho mais, um pouquinho menos, que poderão ter que fazer essa nova perícia para confirmar o nosso benefício", disse Lupi.
Ainda segundo o ministro, alguns dos beneficiários terão a situação resolvida apenas com cruzamento de dados cadastrais, enquanto outros precisarão ser chamados para a perícia presencial. Além disso, não haverá uma convocação automática de todos os beneficiários, pois o processo será gradativo.
“Estamos começando um sistema de triagem, de apuração, de possíveis irregularidades para corrigir rumos”, declarou.
O governo também visa abrir espaço no orçamento para gastos livres dos ministérios, que estão sendo pressionados por causa do limite do arcabouço fiscal, nova regra para as contas públicas, e para tentar cumprir a meta de zerar o rombo das contas do governamentais neste ano.